- Estamos falando da mesma pessoa?! - A mulher exclamou; o tom de voz um pouco mais rouco devido aos cigarros que fumara.
- É tão difícil assim de acreditar? - Alec murmurou em um tom quase ofendido.
- Não é por você, gracinha, acredite. - Pietra riu e tragou o cigarro preto. - Magnus parece o tipo de cara que quando não consegue o que quer segue em frente. Não entendo mesmo como ele atura a insuportável da minha irmã.
A loira soprou a fumaça e ela bateu levemente no rosto de Alec que franziu o nariz.
- Você sabe os motivos pelos quais não tolero a sua irmã. - Alec bebericou a bebida azul. - Mas não entendo por que você a odeia tanto.
- Porque nossos pais sempre a trataram como se ela fosse melhor do que eu e Katê.
- Katê é a sua outra irmã?
- Katherine, mas chamamos de Katê. Ela é do caralho. - Pietra riu brevemente. - Pelo menos eu ainda tenho ela.
- Parece mais complicado do que eu pensei. - Alec balançou casualmente o copo com a bebida.
- O que você pensou? - Pietra ergueu uma sobrancelha antes de colocar o que sobrou do cigarro em um cinzeiro presente na mesa.
- Que fosse apenas implicância, daquelas que os irmãos costumam ter. Eu sei porque tenho dois irmãos mais novos. Acredite quando digo que às vezes quero matar Isabelle.
- Isabelle... - Pietra pronunciou lentamente o nome com um sorriso maldoso. - Posso ter esperanças?
- Acho que não. - Alec riu. - Ela tem namorado, e os cabelos tão negros quanto os meus.
- Considerando a sua beleza, eu abro uma exceção. - A loira deu de ombros enquanto tomava em um só gole a vodka que ocupava metade do seu copo.
- Então você e Katherine são mais próximas? - Alec retomou o assunto de maneira hesitante.
- Ela tenta me entender, sabe, me dá conselhos, até saímos juntas vez ou outra. - Pietra encheu novamente o copo com o líquido transparente.
- Com Sorrel não é assim?
- Sorrel se deixou levar pelos cuidados exagerados de nossos pais quando ela era pequena. Eles davam tanta atenção a tudo que ela fazia que ela não se preocupou em ganhar a nossa, não fez questão de ter irmãs. Eu não quero ser como a filhinha perfeita deles e Katê é apenas ela; é a melhor de nós. Você gostaria dela.
- Não sei como, mas gosto um pouquinho mais de você, Pietra Blanc. - Alec ergueu o copo esperando que a loira brindasse; os copos tilintaram e os dois sorveram as bebidas ao mesmo tempo.
•••
Magnus constatou, ao abrir os olhos, que estava sozinho no quarto. O relógio no criado mudo marcava sete horas. Comprimiu os olhos e sentou na cama; os pés no chão frio. Talvez Alexander já estivesse tomando o chá da manhã com sua mãe. A porta do banheiro abriu antes que pudesse voltar para o próprio quarto.
- Me lembre de nunca mais beber. - Alec gemeu enquanto se jogava na cama ao lado de Magnus.
- Estava vomitando? - Magnus franziu o rosto em preocupação.
- Até o que eu não bebi. - Alec se arrastou até a cama e voltou a se cobrir com as cobertas.
Magnus riu e deitou de maneira hesitante.
- Posso conseguir algum remédio para você.
- Só quero que fique aqui, comigo. - Alexander se aproximou e o envolveu com os lençóis de modo que os dois estivessem cobertos da cabeça aos pés.
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É recíproco (Malec)
Narrativa generaleAlexander quer compromisso, Magnus apenas diversão, quem desistirá primeiro?