Jo

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:D :D

Alec observou horrorizado os cabelos lisos e negros que caíam em cascata pelas costas esguias da mulher. Ela era linda, os belos olhos azuis emolduravam o rosto oval. O corpo curvilíneo e gracioso com toda a certeza havia conseguido uma oportunidade no mundo da moda. 

Alec pensou com certo espanto que ela parecia mais com ele do que a própria Isabelle, realmente não sabia o que pensar da terrível semelhança. 

  - Surpreso com o que vê? - Ela sorriu e seu deboche era notável. - Eu não, ele sempre procura alguém parecido comigo. Você pode perceber pela cor de nossos cabelos e olhos, o tom da pele. 

  - Deve haver algo em mim que não seja parecido com você. 

  - Há muitas coisas, querido. - O sorriso ainda se mantinha em seu belo rosto. - Mas nada vai mudar o fato de que você é uma variação minha, eu já existia quando ele te conheceu. Eu ainda estou aqui, você não. É para mim que ele volta todas as noites. Você não passa de uma distração. 

Normalmente ele não ficaria calado, mas de uma certa forma ela estava certa. Ele não passava de um amante, ela ainda iria se casar com Magnus. Ele não tinha o direito de ficar entre os dois. 

O sol já estava alto lá fora quando Alec abriu os olhos. Aquilo era novidade, sonhar com Sorrel, ou melhor, ter pesadelos. Decidiu não pensar naquilo, havia um longo dia pela frente. Magnus finalmente lhe daria uma resposta. Aparentemente não naquele exato instante, Alec percebeu ao constatar que estava sozinho, aquilo não era novidade. Pelo menos havia um bilhete. 

Tenha um bom dia. Espero que aprecie o desjejum.

Ele olhou para a pequena mesa ao lado da cama, ela estava vazia, então supôs que alguém viria entregar em alguma hora. Cinco minutos depois descobriu que estava certo. 

Enquanto bebia do suco e comia um croissant Alec pensou que mesmo estando sozinho Magnus havia se preocupado em deixar um bilhete. Aquilo não era típico dele, talvez ele estivesse considerando abandonar a ideia de se casar. E apesar de se sentir um idiota por pensar como um adolescente apaixonado, Alec sorriu. 

Se levantando, ele ligou para a casa de Josephine. 

  - Alô. - A voz impassível de Ragnor chegou até ele. 

  - Oi, você pode dizer a Jo que eu vou chegar atrasado hoje? - Alec mordeu o lábio inferior e esperou pela resposta. 

  - Você deveria saber que a minha senhora não tolera esse nível de intimidade e que deveria se identificar falando seu nome assim que liga para alguém, assim como não se atrasar estando em estágio probatório. - Alec conseguia imaginar a carranca que Ragnor estava fazendo ao lhe passar um sermão. 

  - Eu sei, é só por hoje. Eu prometo que levo um docinho para você se me fizer esse favor. - Alec se esforçou muito para não rir. 

  - Por favor, me poupe dos seus comentários infantis e desnecessários. - Então o mordomo desligou. 

Alec riu. 

  - Ah Ragnor, você é único. 

Alec tomou um banho rápido e se apressou, ele ainda precisava passar em casa para trocar de roupa e ir para o trabalho. Felizmente Josephine só precisava tomar os remédios quando se sentia indisposta, ele se pegou rezando para que nada de mal acontecesse até a sua chegada . Pela primeira vez lamentou não ter um carro.

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Quando Magnus chegou James já o esperava. O secretário organizava alguns papéis em cima da mesa de madeira clara. 

É recíproco (Malec) Onde histórias criam vida. Descubra agora