Ela estava nua e usava o lençol para cobrir o corpo. Chanyeol procurava a sua camisa e eu estava ali para em choque. Aquele pequeno segundo foi como a eternidade. A mancha do batom vermelha marcava o caminho por onde os lábios dela caminharam e o motivo dele estar manchado e quase apagado do seu lábio. Pela respiração ofegante dele, ele estava gostando.
Eu era uma idiota.
O latido de Toben me tirou daquele breve transe.
Foi tao rápido que minha visão era turva e minha audição distante quando peguei Amy da gaiola e minha bolsa. Não tinha tempo para calçar os sapatos.
- Helena! - A voz dele era tao distante, assim como os meus pensamentos.
- NÃO! - Eu gritei quando peguei os meus sapatos, eu o olhei uma última vez, ele estava tropeçando nas próprias calças enquanto vestia uma blusa. Os cabelos bagunçados, as marcas roxas em seu pescoço me golpeou mais uma vez. - FIQUE!
Meus olhos começaram a marejar quando desci as escadas descalça correndo. A sola do meu pé começou a congelar quando meus pés tocaram o gelo da calçada. Justo agora tinha que começar a nevar.
Coloquei Amy dentro da minha jaqueta que por sorte não tinha tirado e no primeiro táxi eu entrei sem olhar para trás, mas ainda era possível ouvir os seus gritos.
- Para onde? - Perguntou o motorista.
- Eu não sei.
Entre lágrimas, liguei para Jiwoo que me informou o endereço de Junmyeon, onde ela estava e informei para o motorista. Ela não quis saber o que tinha acontecido, ela só pediu para chegar o mais rápido possível.
O meu celular disparou com ligações perdidas, mensagens e mensagens de voz. Eu tive que desligar o celular porque toda vez que lia o seu nome, lembrava-me da cena.
Chanyeol estava com outra.
O meu coração estava em pedaços e a única coisa que eu conseguia fazer agora é chorar.
- Helena! - Jiwoo e Junmyeon estavam logo na entrada do prédio me esperando. Ela me abraçou e acabei chorando mais ainda.
- Você vai congelar, venha! - Junmyeon tirou o seu casaco e me envolveu nele.
- Jiwoo, ele...
- Não fale nada agora. Vamos entrar primeiro, está muito frio. - Ela pegou Amy e minha bolsa, ainda me abraçando me levou para dentro.
O apartamento de Junmyeon estava tao quente que não tinha notado como eu estava congelando antes. O meu rosto estava quase congelado e as lágrimas ajudavam.
- O que aconteceu? - Jiwoo perguntou depois de certificar que os meus pés não eram mais pedras de gelo. Eu mal sentia meus dedos.
- Eu não podia ir para o nosso apartamento, ele saberia que eu estaria lá.
- O que Chanyeol fez? - Ela perguntou acariciando minhas costas. Eu acabei chorando novamente e mal conseguia falar. - Eu acho que já sei. Não se preocupe, vai ficar tudo bem.
- Nnnnao vai. - Eu chorei mais ainda.
- Vai sim.
Jiwoo era tao boa que me escutou chorar por três horas, até que adormeci no sofá da sala.
Tinha chorado tanto que despertei no meio da noite com a cabeça estourando e o rosto ainda umedecido. Provavelmente chorei dormindo também já que o travesseiro em que estava deitada também estava molhado.
Estava tudo escuro e Amy estava dormindo do meu lado. Fiquei surpresa quando percebi que ainda estava no sofá do apartamento de Junmyeon. Realmente esperava ter tido um pesadelo, mas parecia que não era bem isso.
Procurei um analgésico na minha bolsa e tive sorte de ter um.
Fiquei sentada, acariciando os pelos de Amy pensativa e destruída. Meu coração estava doendo tanto que acabava chorando de novo e de novo. Esse era o tipo de sentimento que nunca queria ter experimentado. A dor de ser traída, de levar uma facada no peito por alguém que amava.
Eduardo tinha me trocado pela minha melhor amiga, ele me usou para ter boas notas e se aproximar de Karina, mas o que ele tinha feito não chegava nem perto da traição de Chanyeol. Eduardo não tinha me feito amá-lo, Chanyeol sim.
Chanyeol me fez abrir mão do meu sonho pelo amor que sentia por ele, para no fim, pegar o meu coração que eu guardei por tanto tempo e pisar sem dó e nem piedade.
Não era atoa que ele não era o mesmo desde que tinha retornado do Japão. Ele estava se afastando tanto dia após dia que eu nem lembrava mais segurar a sua mão.
Se manter distante tinha um motivo, o seu antigo amor. No fim, ele não a tinha esquecido.
Liguei o meu celular e fiquei chocada ao ver a quantidade de mensagens e ligações perdida. A última, inclusive, minutos atrás. Eu deletei o seu número da minha agenda e coloquei no contatos bloqueados. As mensagens, deletei sem ler nenhuma. Estava ferida demais para me machucar mais com que fosse que ele tinha para dizer. Já imaginava que ele ia dizer que ainda a amava, que quer voltar com ela e bla bla bla.
Boa sorte para ele, provavelmente ela só voltou porque ele estava indo muito bem novamente.
As nossas fotos, eu arquivei porque não tive coragem de apagar. Na verdade, acabei abandonando todas as redes sociais porque não tive coragem de encarar tudo que tinha da gente.
Abri aquele e-mail que tinha ignorado tanto e depois de respirar bem fundo, eu o respondi. Eu não esperaria ouvir dele que ele seguiu em frente, eu faria isso antes de me machucar mais. Eu sempre fui boa em me proteger sentimentalmente e agora não podia ser diferente.
Vesti aquela máscara e aceitei a proposta. Só precisava esperar e até que fosse respondida, eu iria embora.
Pesquisei algumas passagens para o Brasil, mas era a temporada que todo mundo viajava e o preço triplicava. Ia ser difícil ter algum dinheiro depois de pagar apenas uma passagem daquela.
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Doutor Pet 》EXO
FanfictionEu desenhei e pintei o meu futuro, diversas vezes quando me formei no ensino médio. Sabia o que eu queria ser e onde queria estar em dez anos. Planejei por muito tempo e comecei a viver por aquele sonho, nada e nem ninguém me desviaria dele... Ou er...