Capítulo 61

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Uma ligação me despertou. Minha cabeça não doía mais, mas percebi pela dor no corpo que tinha dormido mais do que o normal. Procurei o celular em meio ao cobertor e quando vi o código de área corri para atender.

- Helena Souza? - Um homem falou do outro lado da final com aquele sotaque que amei por tanto tempo. Passava horas tentando evitar e falhava sempre.

- Sim, sou eeeu. - Fazia tanto tempo que eu não falava inglês que acabei engasgando no final da frase.

- É um prazer, meu nome é Anthony. Fico feliz que finalmente respondeu o nosso e-mail. O seu currículo chamou muito a nossa atenção e estávamos ansiosos pela sua resposta.

- Desculpe-me, eu realmente perdi o e-mail no meu lixo eletrônico. - Menti. - E me sinto honrada por ter sido notado por vocês, o meu sonho sempre foi fazer parte do seu quadro de funcionários.

- Eu sei que se encontra na Coréia do Sul, estou certo, não é? Então seria difícil pedir para entrevistá-la pessoalmente, mas podemos fazer uma videochamada para realizar uma entrevista básica?

- Claro, com certeza.

- Então enviarei o horário e o local que faremos a entrevista por e-mail. Te vejo mais tarde.

- Obrigada.

Eu percebi que tremia e minha respiração estava ofegante. Fazia tanto tempo que eu não pensava nessa possibilidade que agora que ela estava para acontecer que estava começando a ter crise de ansiedade.

Era isso mesmo que eu queria agora?

Respirei fundo e me afundei no sofá. Não era, mas era a minha única alternativa.

- Acordou! Como está se sentindo? - Jiwoo entrou no apartamento e saltou no sofá me abraçando. Junmyeon entrou em seguida com várias sacolas nas mãos.

- Desculpa por ter dormindo demais.

- Não se preocupa, você precisava. E na verdade, você precisa de roupas também, não é?

- Sim, eu vou ter uma entrevista e vou precisar. Tem alguma loja por aqui onde posso comprar algo?

- Não quer ajudar nada meu?

- Você sabe que não vai me servir.

- Se você quiser podemos ir buscar suas coisas? - Junmyeon se aproximou agora.

- Eu não quero atrapalhar.

- Está tudo bem, não vou trabalhar hoje e podemos fazer isso. - Meus olhos se encheram e suspirei.

- Muito obrigada, deixei tudo para trás e não tenho coragem de pisar novamente naquele apartamento.

- E nem deve. - Jiwoo disse brava. - Não sei o que aconteceu, mas tenho ideia só pela sua cara.

- Ele estava com outra. - Soltei finalmente, sentia a angustia e o choro vindo, mas me segurei.

- Não precisa falar. - Jiwoo me abraçou mais uma vez. - Se quiser eu posso quebrar a cara dele ou talvez uma televisão. - Ela sorriu e acabei rindo.

- É perda de tempo. Eu só quero mesmo as minhas coisas.

- Já sabe o que vai fazer?

- Tudo depende dessa entrevista.

Respirei fundo e forcei um sorriso, mas eles sabiam que era um sorriso falso.

Jiwoo me arrastou para a mesa e me fez comer até que não conseguisse mais. Junmyeon separou alguns pedaços de carne que poderia dar para Amy que estava triste e encolhida no sofá, ela devia sentir o mesmo que eu. Eles saíram logo depois em direção ao apartamento. Informei onde estaria todas as minhas coisas e o que deveriam trazer. Por sorte, o mais pesado ainda estava no apartamento de Jiwoo.

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