Capítulo 17

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O evento acabou se encerrando e não vi Chanyeol mais o resto do dia. Fiquei ali sentada na praça de alimentação que já não tinha mais ninguém enquanto observava o pessoal guardando e desmontando os seus estandes.

Eu não sabia porque ainda estava ali, devia ter chamado um táxi ou um carro em algum aplicativo, mas alguma coisa dizia para ficar ali e eu fiquei. Só conseguia xingar Chanyeol com todos os nomes que eu conhecia em português, por sorte ninguém ali sabia português e eu podia falar palavras feias sem que ninguém olhasse torto.

Estava chegando na conclusão que ele era retardado ou algo do tipo. Além da atitude idiota, me beijar ali sem mais e nem menos, sem motivo por uma bobeira que falei? Ele não batia muito bem da cabeça.

Não tinha muito mais bateria no celular, tinha que chamar o carro ali e agora sem não, eu não teria como voltar para casa.

Um carro acertou a minha viagem e meu estômago roncou.

- O maldito não vai me levar para casa e nem para comer. - O beijo acabou aparecendo em minha mente. - Não pense merda, Helena!

Fui para o ponto de encontro e sentei no ponto de ônibus enquanto esperava o carro chegar, ele estava muito longe ainda e só esperava que ele chegasse antes que minha bateria morresse de uma vez.

Estava distraída olhando as estrelas no céu e os prédios luminosos quando um carro estacionou com violência ali. Não entendia muito de carros, mas a cor não batia com do aplicativo ou a placa então apenas ignorei.

O carro continuou ali parado, comecei a me apavorar já que isso não era um bom sinal. Olhei ao redor procurando ver se tinha alguém perto ou vindo, mas eu estava sozinha. Não podia perder tempo, levantei e comecei a andar o mais rápido possível para longe dali. Escutei o barulho da porta do carro batendo e corri. Corri como se minha vida dependia daquilo, para onde? Não sabia, só tinha que correr. Eu não queria morrer.

A sua mão segurou o meu ombro me parando e juro que comecei a chorar antes de entregar minhas coisas e a risada do homem cortar o ar fazendo minhas pernas tremerem.

- Não precisa chorar. Não vou te fazer mal.

Pisquei os meus olhos algumas vezes ate ver Chanyeol rindo na minha frente. Com a minha bolsa eu comecei a bater nele, batia com vontade, mas ele parecia não se importar.

- Ok, já entendi, vamos embora agora. - Ele segurou a minha bolsa e tirou da minha mão. - Só por garantia, vamos deixar isso comigo.

- Eu não vou com você, eu já chamei um carro para me buscar.

- Eu tenho dó do motorista que te levar.

- Idiota! - disse em português e ele riu mais uma vez.

- Tá bom, como quiser. Só vamos embora daqui.

Não sei como ele conseguiu, mas eu entrei no seu carro e ele me levou de volta para casa. Nenhuma palavra foi dita o caminho todo, mas nada poderia ser dito, estava com tanta raiva que eu mal conseguia olhar para ele direito.

Entrei sem olhar para ele uma última vez, entrei no apartamento o mais rápido que consiga e me enfiei debaixo do cobertor ignorando a fome e para o meu azar naquela noite tudo o que eu soube fazer era sonhar com aquele beijo.

O toque do meu celular acabou me despertando, grunhi ao ter o meu sonho atrapalhado, ainda mais aquela hora, mas quando li o nome de Baekhyun na tela o incomodo que senti com a ligação se afastou, não esperei tocar mais e atendi.

"Alô, Helena?" - Ele acabou rindo nervoso. "Desculpa estar te ligando uma hora dessa".

- Ah, oi, Baekhyun. Tudo bem? Que isso, nem estava dormindo mesmo.

"Eu na verdade, estava tentando, mas não consegui, precisava falar com você."

- Aconteceu alguma coisa?

"Primeiro quero me perdoe pelo que aconteceu hoje a tarde, não queria que acabasse daquele jeito, esperava que na próxima vez que visse Chanyeol fosse mais fácil, mas no fim, eu acabei perdendo um pouco de controle, mesmo querendo conversar de verdade com ele."

- Não, que isso, não tenho pelo o que desculpar, Chanyeol que passou dos limites.

"Eu não o culpo, mas sabe Helena, mesmo que eu queria tê-la muito em minha clinica, eu acho que a minha proposta deve ser deixada de lado, você ficara melhor com Chanyeol." - Com aquele surtado? Não mesmo.

- O que? Por que? Eu realmente estava pensando sobre isso e talvez fosse...

"Chanyeol precisa mais de você do que eu. De verdade, se puder cuidar dele por mim, eu ficaria realmente grato."

- Ele não precisa que alguém cuide dele.

Baekhyun riu.

"Concordo, mas..."

- E eu vou embora o que, daqui uns nove meses. - Uau, como passou rápido, só nove meses e eu estaria indo embora, só não sabia ainda para onde, talvez deveria começar a envia currículos mais uma vez para todos os locais possíveis em Sidney.

"Talvez seja suficiente, mas é só o que peço e se precisar, você pode me ligar."

- Tudo bem, eu acho.

"Obrigada, Helena. Tenha uma boa noite."

Quando a ligação terminou, joguei o aparelho para o lado e fiquei observando Amy dormindo em sua mini rede.

Por que Chanyeol ia precisar que alguém cuidasse dele? E mais, eu iria embora o mais rápido possível, não teria porque fazer isso, não fosse como se eu fosse fazer alguma diferença. Baekhyun deveria estar doido. A maneira como ele havia se comportado ainda me deixava com o sangue fervilhando, ele era um idiota, como todos. Revirei os meus olhos e soquei o travesseiro algumas vezes antes de voltar a dormir, no dia seguinte eu teria que encará-lo o dia inteiro e eu tinha que manter calma se não quisesse perder aquele estagio.

Acordei com o barulho algo de alguma porta batendo com força, eu saltei da cama com o coração batendo forte, por instinto peguei a primeira coisa que achei, que no caso foi uma garrafa de água, aquilo não ia adiantar nada. Desbloqueei o meu celular e para o meu azar não tinha decorado o número da emergência. Burra!

Sai do meu quarto com movimentos lentos e vi que a luz da cozinha estava acesa e uma voz feminina e masculina era possível ser escutada. Meu coração batia tao alto que eu podia ouvi-lo.

- Quem são vocês e o que estão fazendo aqui? - Com minha garrafa em mãos fiquei em posição de ataque enquanto discava o primeiro número que aparecesse na tela, na verdade nem sabia se estava ligando já.

- Ah oi, eu sou a Jiwoo, é um prazer finalmente conhecê-la. - Ela sorriu enquanto se aproximava. - Pode baixar a garrafa, esta segura. E se quiser pode falar para o rapaz no telefone que está tudo bem, eu estou escutando ele gritando daqui. 

Doutor Pet 》EXOOnde histórias criam vida. Descubra agora