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Uma Morte Na Família
pt.1
•Surbúrbios de Gotham City
16 anos antes
10:02 P.M.Gosto de contos. Histórias curtas contadas de modo que faça você conhecer o passado, presente e o futuro ao mesmo tempo.
Hoje, contarei a vocês o conto das duas crianças.
Um conto rápido, admito. Foi um pedido de uma velha amiga que eu contasse essa história que ainda machuca seu coração quando se é lembrada ou contada em voz alta.
Tudo começa em um beco escuro nas movimentadas ruas de Gotham City. Uma garota linda, de olhos brilhantes mas que escondiam a escuridão da noite por trás deles e cabelos azuis como o oceano quando olhado para o horizonte corria para dentro daquele lugar que parecia ter sido mantido longe dos domínios de Deus.
- JASON! - Gritou a garota, levantando uma sacola de doces.
O garoto, sentado em um beco escuro com apenas uma lanterna fraca iluminando, contava as moedas com atenção. Estava difícil conseguir comida.
Por causa do cabelo azul, a menina não podia pedir esmola. Diziam que, se ela tinha dinheiro para pintar o cabelo, tinha dinheiro para comer.
- Jay! Você não brinca mais comigo - A menina abraçou seu pescoço.
Jason suspirou e sorriu. Aquela vida não era ruim, no final de tudo.
- Eu estava apenas contando dinheiro para comprar mais doces pra você, sua boba - Guardou tudo e colocou numa bolsa, escondendo em um buraco que tinha na parede do beco.
- Eu prefiro que você brinque comigo! - Estendeu a sacola de doces - Eu consegui isso e uma nota com o número dez!
- Sério?! - Pegou a garota no colo, girando ela no ar - Você trapaceou nos jogos de azar de novo?
- Sim! - Riu. Jason bagunçou os cabelos da menina
- Como eu te ensinei, espertinha - A abraçou
"Tempos felizes" é a expressão que você procura pro que eu acabei de te contar, e realmente eram.
Nessa época, fazia três anos desde do desastre que fez a pequena Lucy encontrar "abrigo" nas movimentadas ruas de Gotham.
Havia morado com sua tia, uma médica igual sua mãe fora um dia, nas fronteiras de Gotham, aonde as estrelas brilhavam mais que seus sonhos. Mas ela vivia escondida, seu pai nunca deveria saber sobre quem ela era...algo que acabou acontecendo.
Em seu aniversário de 4 anos, o palhaço assassino entrou pela porta da frente com seu típico sorriso de orelha a orelha. A paisagem atrás dele pegava fogo e, em sua mão direita, segurava uma arma. Ele pretendia matar a pequena garota naquele dia, mas sua tia entrou na frente, levando um tiro por ela. Depois daquilo, Lucy pegou a arma no quarto da sua tia e tentou de tudo para atirar contra o assassino, mas não conseguiu. Por fim, foi levada pelo Coringa para Gotham, aonde Lucy era usada como outra vantagem sob Arlequina.
Lucy passou dois anos com eles e se perguntava como tinha aguentado tanto: tanques químicos, facas, eletrochoque...mortes, mortes por suas próprias mãos.
Jason, por outro lado, havia perdido sua mãe em um intervalo de tempo parecido. Tal perda fez com que milhares de dividas caísse sobre si, assim, o garoto de apenas 10 anos de idade perdeu sua casa para pessoas ruins. Acabou que esse mesmo garoto fugiu de ser pego por essas pessoas.
Foi realmente um encontro do destino, ambos precisavam de uma família.
Eles brincavam nas ruas movimentadas, só eles dois, já que Jason não deixava que ninguém encostasse em sua amiga tão querida. Também não foram poucas as vezes que Jason chegou no beco que chamavam de casa todo ferido e com hematomas pelo corpo, tudo para dar o que comer a pequenina.
Ele sabia sobre ela, mesmo sendo inteligente e muito mais madura do que deveria para alguém da sua idade, ela ainda era uma criança e ainda falava mais do que deveria. Em uma noite, quando estava resfriada e chovia forte, ela abraçou o garoto com força e pediu para nunca a deixá-la. Disse que o abraço dele era bom, mas que nunca tinha abraçado ninguém. Disse que ele a tratava como uma criança e ninguém mais tratava ela assim.
Realmente, era uma relação doce e inocente. Mas nada dura para sempre.
Em uma noite fatídica de inverno, Jason Todd se deparou com um carro preto e elegante, que brilhava sob a luz do luar. Se ele pegasse algo dele, com certeza venderia fácil por uns 50 dólares ou mais! Precisava daquilo.
Mas seu instinto falou mais alto e, com certa experiência em carros de pessoas ricas que usavam alarmes de segurança, sabia que aquele carro podia até mesmo estar armado. Assim, começou sua jornada em...tirar o pneu do carro mais bem protegido do mundo.
Quando conseguiu, um homem alto vestido com uma roupa/armadura preta desceu do alto do prédio em sua direção.
- Opa! Foi mal, eu não esperava que fosse o carro do Batman sabe?...bem, eu vou nessa - Deixou o pneu e começou a sair do beco, todo fechado e torcendo para ter fugido de uma encrenca
- Você tirou o pneu do Batmóvel? - Assentiu Jason, com as mãos no bolso, querendo fugir a todo custo
"O nome do carro é Batmóvel?! Quem dá nome para um carro?"
Assim, em um piscar de olhos, o herói da cidade raptou o ladrão que planejava levar suas rodas para longe.
Foi algo assustador, para ambos.
Lucy cogitou no fato dele ter morrido ou se matado, fazendo com que coloque mais pesos sobre si mesma do que era capaz de carregar.
No entanto, Jason Todd passou seis meses treinando na mansão, até conseguir sair para poder encontrar Lucy novamente. Fugiu pra janela naquela noite, na esperança de poder encontrar a garota da qual tanto sentia falta.
No entanto, quando a encontrou, a garota já havia arrumado um jeito de sobreviver: havia cortado o cabelo e arrumados roupas de menino. Agora com o codinome de "Little Ace" por causa da carta de baralho, havia começado a passar informações para pessoas na ruas igual pedia esmolas em um semáforo.
O garoto perguntou o que aconteceu com ela, com aquele lugar e, querendo ou não, estranhou o cheiro daquele lugar.
- Você sumiu por seis meses, Jason. Esperava o que? Uma garota com os olhos brilhantes pedindo para que você volte a esse buraco de inferno. - Arrumava suas coisas freneticamente - Se estivesse morto, capturado, se tornado escravo ou adotado...não importava, eu não teria, aliás, não tenho força para te tirar ou de salvar você do que te mantém tão longe de mim
A garota suspirou, terminando o que lhe aflingia
- Fui adotado por Bruce Wayne - Riu - Ele não me deixou sair por seis meses, sabe? Então foi...
- Volte para lá - Cortou o garoto, que a encarou como se fosse outra pessoa
- O quê?
- Como eu disse, qualquer lugar... é melhor do que aqui
- Não diga isso! - Lucy riu baixo ao ver o garoto completamente irritado pelas frases que saia de sua boca - Você pode vir comigo!
- Eu?! Haha, ótima piada, Todd. Pessoas como Bruce Wayne não vão olhar para alguém como eu - Colocou a mochila nas costas - Mesmo se olhasse, não seria de forma boa.
- O que quer dizer com isso? - Lucy revirou os olhos, irritada - Bruce me aceitou! Com certeza pode acontecer mesmo com você!
- Por favor, Jason. Está na hora de crescer! - Apertou a alça da mochila. Aquela conversa estava indo longe demais - Eu sou a filha do Coringa! Você sabia que boatos de mim rolam pela cidade igual moscas?!
Ninguém... NINGUÉM em sã consciência me adotaria sem ter medo da morte.
Bruce Wayne me aceitar na casa dele? Por favor...eu seria enviada para Arkham em um piscar de olhos e sem carta de volta!
Por isso, volte para sua casa de mauricinhos e ternos engomados! Eu vou ficar aqui!- Eu prometi não te deixar, sua idiota! - Segurou a garota pelos ombros, recebendo um chute nas partes baixas, fazendo Jason se curvar em reflexo
- Mas deixou. Você não precisa da minha permissão para fugir daqui.
Boa sorte no seu inferno, Todd - A garota saiu daquele beco a passos pesados - Eu tenho o meu para cuidarAquela foi a penúltima vez que ela viu Jason antes do incidente...
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Amnesia » damian w.
FanfictionAmnesia | "Minha mente é um labirinto em que eu me perdi há muito tempo" Kira Hale estava longe de ser uma menina comum, e não era pelo simples fato de seus cabelos nascerem azuis. Seu passado era um mistério, até mesmo para ela que não se lembrava...