ᴘᴀʀᴛᴇ ɴᴏꜱꜱᴀ

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DIA 1

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DIA 1.839, noite

— Os nossos olhos se parecem — Sophia sussurra, sei que ela está sorrindo.

Estamos deitadas no chão do quarto, sua cabeça repousa em minha barriga e suas mãos seguram minha mão direita, brincando com os meus dedos e unhas. Levamos um tempo para nos acalmarmos, mas acho que estamos indo bem, já que agora há uma lista de coisas que temos parecidas.

— Seu dedo é um pouquinho torto — comenta e isso me faz rir — é igual ao meu também.

— Nossos cabelos são parecidos — pontuo — o seu não é mais tão loiro.

— É estranho como essas coisas fazem sentido agora?

— Um pouco...

— Sabe — Sophia se vira e apoia seus cotovelos no chão, começando a brincar com o zíper da minha jaqueta — você disse que sente que é como a mamãe, mas não acho que você seja.

— Nem quando pedi para não me chamar de mãe?

— Não. A mamãe... a Lucille, ela não se atiraria em lagos e hordas de errantes para nos salvar. Você faz isso. Faz muito mais — um suspiro lhe escapa e ela ri — acho que você é mais como a...

O nome não escapa da sua boca, mas ecoa dentro de mim. Sei de quem ela está falando e o meu choro é instantâneo, anunciado com um soluço que parece abalar todo o meu corpo.

— Você sente falta dela, mamãe? — Sophia pergunta baixinho.

Encaro-lhe. Quero dizer. Mas não consigo. Levo meu braço rapidamente para meu rosto e cubro meus olhos, deixando o choro sair e me esforçando para não ser barulhenta e acordar Emma. Sinto a falta dela. Todos os dias. Quando fui embora, tudo o que eu mais queria era lhe encontrar, me sentir segura e afastar a ideia boba de fugir. Não conseguir isso a tempo suficiente. Agora só me lembro do seu olhar tão horrorizado após me ver matar aquele maldito governador.

Aquele olhar era tudo o que eu menos queria.

Nunca irei superar o fato de ter lhe assustado. Já nem sei se ela pensa em mim ou sente minha falta, mas gostaria que soubesse que em meus dias mais sombrios, é no seu colo e amor que estou pensando, tomada pela saudade.

— Não chore — Sophia pede, levando meu braço para longe do meu rosto — por favor, não chore.

Suas tentativas de me fazer parar de chorar só pioram a situação, graças ao seu choro e sua voz tão manhosa. Então, a porta do quarto se abre levemente e Negan adentra, olhando para nós sem saber o que dizer. Olhos levemente avermelhados e a respiração alta são o que lhe marcam, deixando claro que essa história toda também lhe afetou e mesmo que ainda tenha muitas coisas que eu precise saber, quando esse homem se senta no chão, vou diretamente para os seus braços. Encolho-me aqui e continuo a chorar, não podendo negar a proteção do seu colo e calmaria que ele me traz, esquecendo também que já não sou uma garotinha.

Survive For You - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora