ᴇꜱᴛᴀᴍᴏꜱ ᴇᴍ ᴄᴀꜱᴀ

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Dia 24 de agosto de 2020

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Dia 24 de agosto de 2020

Há uma matéria interessante passando na televisão, sobre um mundo que recomeçou há quase cinco anos e a comemoração que será feita. Deixo um risinho escapar, escondida atrás de uma tela. Movo-me um pouco e Emma para de encarar a televisão e me encara, rindo para mim.

— Mamãe, tem tinta no seu rosto. Tem tinta em você inteirinha!

— Isso é um conjunto de pequenas felicidades.

Emma gargalha, balança a cabeça e volta sua atenção para o garotinho deitado sobre o tapete, voltando a lhe encher de cosquinhas, e depois, é o som do riso dele que enche a sala.

Suspiro de forma apaixonada, aproveitando a distração deles para continuar pintando-os. Consegui capturar Bubble e Sr. Picles também, que dorme de forma preguiçosa ao lado de Emma e Thomas. É uma boa visão.

— Cheguei!

Daryl irrompe pela porta principal, ofegante e já afrouxando a gravata. Thomas se ergue em dois segundos, começando a gritar para o pai. E como um bom "escravo" do próprio filho, o homem ri e vai pegá-lo.

— Oh, você está linda — ironiza, encarando-me. — Cheguei a tempo?

— Chegou, Super Papai.

Deixo meus pinceis de lado e começo a limpar minhas mãos, caminhando até meu marido para beijá-lo. Ele sorri, se afasta e se curva de novo, beijando-me até Thomas começar a protestar. Afinal, Daryl é dele.

— Estou pronta...

Nos viramos para a escada rapidamente, encontrando Sophia parada, já com sua mala em mãos. Quero chorar. Mas me contenho a sorrir para a minha garotinha, que já está tão crescida, pronta para ir para a faculdade.

— Vocês não vão começar a chorar, não é?

— Não — falamos ao mesmo tempo, rindo e enxugando nossas lágrimas como idiotas.

— Ah, por favor.

A garota ri e se aproxima de nós, abraçando-nos tão rápido. Acho que está querendo fugir de nós. Sua liberdade deve significar muito mesmo, enquanto nós estaremos aqui, morrendo e saudade.

Sophia nos solta, aperta as bochechas de Thomas contra a vontade dele e vai até Emma, puxando-a para o seu colo. Reconheço nos olhos de ambas a mesma relação que eu tinha com Carl nessa idade.

— Eu vou sentir tanta saudade — Emma declara, esmagando sua bochecha contra a de Sophia. — Me ligue todas as noites e me conte tudo!

— Pode deixar. E você, cuida de tudo. Se os comedores de cérebro voltarem, me liga que eu venho correndo.

Emma se afasta e encara a irmã, revirando os olhos para ela.

— Se eles voltarem, eu acabo com eles.

— Não acaba — dizemos ao mesmo tempo, rindo dela.

— Você não mata nem abelha, maninha.

— Abelhas são fofas e ajudam a cuidar do mundo, sabia?

Sophia revira os olhos e coloca Emma no chão, nos encarando. Ela está feliz por ir, mas também está ansiosa e sei disso porque é a minha filha. Conheço-a bem. Para disfarçar, a garota pega Thomas em seu colo e vai caminhando para a porta com ele, deixando que Daryl leve a mala.

Vamos logo atrás e, no pôr do sol, paramos em frente a nossa casa, em Fox's Nook, e rimos, vendo que minha mãe, meus pais, Margot, Glenn e Maggie também estão parados nas portas de suas casas. Todos tão chorosos quanto nós, e nenhum deles preparados para deixar as nossas crianças irem.

Mas eles já nem são nossas crianças.

Sei que ficarão bem aonde que quer estejam.

Caminho até Sophia e tiro Thomas do seus braços, entregando-o para o super pai. Seguro o rosto da minha garota, vendo-a tão crescida, com esses traços tão maduros de mulher. Sei que não poderia estar mais feliz.

— Nós percorremos um longo caminho juntas e agora, você vai criar novos caminhos. Os seus. Eu estou muito orgulhosa de você, querida.

— Mãe, não me faça chorar.

Sophia me abraça de forma rápida, fugindo do choro. Ela abraça seu pai também e beija os irmãos mais uma vez, assoprando beijos para eles, depois para os avós, tios e o nosso pai. Pouco depois para ao lado do carro e dá um beijo em Meghan, abrindo a porta para que ela entre primeiro.

Lizzie e Mika estão no mesmo carro que elas e atrás, Carl, Enid e Henry estão em mais um carro, todos prontos para percorrerem novos caminhos.

Deito a cabeça no ombro do meu marido, suspirando.

Estou feliz, porque não há mais riscos. Agora, há só um mundo cheio de coisas boas.

Os outros vão voltando pouco a pouco em suas casas. Nós ainda ficamos por um tempo, observando cada uma das pessoas que eu amo entrando em suas casas. Tão perto das nossas. É do jeito que sempre sonhei.

Ergo a cabeça e encaro Daryl, sorrindo.

— Vamos para casa, querido?

— Vamos, ruiva. 

FIM

Survive For You - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora