ᴀᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴇʀᴛᴇɴᴄᴇᴍᴏꜱ

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DIA 1

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DIA 1.859, manhã

— Não acredito que dormi um dia inteiro — murmuro baixinho, observando Emma e Bubble brincando no chão a frente do sofá, enquanto mamãe percorre suas mãos pelos meus cabelos e vez o outra, por algumas pequenas cicatrizes e meu rosto.

— Você estava exausta, babygirl.

Fecho meus olhos conforme meus lábios se curvam, contemplando a alegria que é ser chamada assim outra vez, e enquanto suas dedos penteiam meus cabelos delicadamente, até posso fazer disso um sonho. Minha cabeça, é claro, ainda está confusa, mas ao menos pude parar de agir como uma garotinha sem controle e consegui me acalmar. É bom estar aqui. Sentir seu toque. Seu amor. Percebo agora o quanto os anos lá fora foram tão terríveis longe do seu imenso amor.

— O que se passa nessa sua cabecinha? — questiona, agora correndo a ponta do seu indicador pela extensão do meu nariz.

— Só estou pensando o quanto senti falta do seu colo. É bom estar aqui. Me acalma.

— Hm — mamãe sorri e segura meu rosto, virando-o em seu direção — senti falta da minha garotinha, sabia?

Sorrio e me viro de novo, aquecida pelos seus carinhos e o cobertor quentinho sobre meu corpo, além disso, há uma xícara de chá quente soltando vapor sobre a mesinha de centro. Emma se vira e me encara enquanto observo a xícara, semicerrando os olhinhos para mim e depois sorrindo. Ela se estica e rouba um biscoito da mesa, dividindo ao meio com Bubble.

— Como foi? — mamãe sussurra em meu ouvido e saber do que ela está falando me faz suspirar.

— Horrível, todos os dias — confesso, usando um tom tão baixo quanto o seu — eu só queria morrer, a cada segundo lá fora. Tinha momentos que parava em frente a hordas e pensava em me jogar ali.

— Oh, Carol...

— Eu só fiquei viva pelas meninas, só por elas.

— Por que foi embora, querida? Por nos deixou aqui?

Ergo o olhar e a encaro, com seu rosto tão perto do meu, seus olhos castanhos escuros cheios de carinho para mim. Embora que ainda carregam mágoas, todo o amor ainda está lá. Foi disso que tive medo: que o amor sumisse e a cada passo que eu dava para longe deles, o medo ia me consumindo. Medo de voltar. Medo de enfrentá-los ou simplesmente não ser forte o suficiente para explicar as minhas razões e soar como uma pessoa horrível. Uma que não merecia mais amor.

— Estava tudo bem, mamãe — balbucio, perdida em lembranças — e depois que descobri que Sophia estava viva, sabia que só não queria sentir aquela sensação de perder alguém que eu amasse. — Um tremor leve toma meu queixo, afogando-me em tantas lembranças de tantos momentos... — Quando a cerca caiu meses antes de eu ir, me apavorei e não conseguia mais tirar aquilo da cabeça.

— Querida, nós iriamos dar um jeito.

— Não iam, não iam, mamãe, e você sabe disso. É por isso que estão aqui hoje, porque a prisão não foi o suficiente...

Survive For You - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora