Capítulo 2 (LIVRE)

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S/N ON

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S/N ON

Ainda sonolenta, levanto da cama indo direto ao banheiro fazer minhas necessidades. Depois de tomar um banho, visto uma blusa larga com uma calça jeans e um sapato all-star.

Passando pela sala de estar encontro Gizele e Antônio que estavam assistindo TV. Vou para cozinha e preparo um café da manhã. Um tempinho depois, termino e caminho de volta para o quarto, mas sou impedida.

- Ei, onde você foi ontem? - Pergunta minha mãe.

- Desde quando se importa?

- Garota eu já estou farto de tanto desrespeito que você tem sobre nós.

- Vocês não são nada para mim, então por que eu deveria ter respeito? Sendo que eu mesma não recebo!

- OLHA A BOCA! TENHA MAIS MATURIDADE. - Reclama meu pai

- Maturidade? Jura? Vocês que deviam ter quando estavam transando e gemendo feito loucos sem se importar com a filhinha aqui!

- Somos adultos e podemos fazer o que bem quisermos! - Exclama a mais velha.

- Podem ser adultos, mas a mente são de dois adolescentes loucos por sexo, drogas e nem sabem cuidar de uma criança! - Sim, era raro, mas as vezes ficavam fumando maconha e craque.

- JÁ CHEGA, VOCÊ AGORA VAI APRENDER A NUNCA MAIS NOS DESRESPEITAR! - Sou surpreendida por Antônio que segura meu braço e me arremessa no chão com brutalidade. Começou com tapas/murros pelo meu corpo e passou por chutes. Minha barriga já estava doendo e com certeza ficaria alguns hematomas.

Não sei se fico impressionada. Isso nunca aconteceu, mas eu já deveria esperar...

- Amor, chega! Daqui a pouco ela morre ai e vamos presos. - Avisa Gizele. O velho para e segurando na parede me levanto com dificuldade.

Ele ou ela nunca encostaram em mim, nunca me agrediram. Só fodiam meu psicológico com palavras horríveis, mas agora tenho certeza que minha vida passou de merda para aterrorizante. Minhas lágrimas saiam sem cessar.

- E-eu já sabia que minha vida era uma merda, pelo simples fato de vocês "serem" meus pais. - Faço aspas com uma das mãos - Quando criança, meu sonho era que vocês fossem, pelo menos uma vez, para a festinha da escola comigo. Fui julgada pelas crianças como a que tem, mas também não tem pais. Eu estava aguentando todas as vezes que fui agredida com as suas palavras, mas agora eu não aguento mais. — Suspirei fundo e disparei  — O DIA QUE FUI ESTUPRADA! VOCÊS NEM SEQUER FICARAM COMIGO OU ME DERAM CARINHO, CONFIANÇA, VONTADE DE VIVER! Aprendi tudo sozinha... Continuarei sendo sozinha... Estou farta de tudo isso. Nunca ouvi um "Eu te amo", de absolutamente ninguém. E não é culpa minha de eu ter nascido. Vocês foram irresponsáveis, não eu. Vou sair de casa, divirtam-se com suas vidas de merda. - Vou mancando para o quarto. Não tive nem coragem de olhar para a cara deles. Pego meu celular e saio.

Por que não peguei uma mochila? Nunca tive, levava meus livros na mão quando estudava. Nunca viajei. Acho que agora eu estaria me suicidando lentamente. Saindo de casa sem nada, apenas eu.

Eram umas 13:20, então a rua estava movimentada. Não tenho rumo, nem amigos.

"Só siga em frente, Sn..."

As únicas coisas que me distraiam da realidade eram as músicas e as danças. Pelo menos agora eu estaria livre? Livre deles para sempre?

Depois de algumas horas andando, me sento num batente de um supermercado e fico ali até cair no sono....
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Depois de algumas horas andando, me sento num batente de um supermercado e fico ali até cair no sono

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O Vendedor De Jornais • JJK ° +18Onde histórias criam vida. Descubra agora