Estou cansada, mas eu tenho que lutar!

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MIA 

Eu nunca acreditei no sobrenatural. Nem mesmo quando tudo o que eu via me denunciasse que ele existia de fato. Eu fui acreditar no sobrenatural, quando Stiles, Scott e Seth retornaram para minha vida.

Meu pai costumava contar todas as coisas impossíveis que vinham a sua cabeça durante o café da manhã. Eram muitas coisas mesmo, mas me lembro de algumas.

Conte elas, Mia.

Bom, primeiro a revolta dos céus é impossível.

Estou em um estúdio de ballet antigo, idêntico ao que eu praticava em Beacon Hills, quando era criança.

Devia ter uns dez anos quando subi pela primeira vez em uma sapatilha de ponta. Fiquei em pé nela por trinta segundos antes de despencar no chão.

Segunda: Super-humanos não existem.

- Você subiu na sua primeira sapatilha de ponta aos dez anos. –Uma voz chama a minha atenção. Meu pai. Sentado em um banquinho e com um baixo em mãos. – E quando eu te vi equilibrada nela, como se fosse a dona do mundo, meu coração se encheu de orgulho.

Terceira: Os mortos não podem nos visitar.

- Pai? – Meus olhos se enchem de água, quando eu corro ao seu encontro e o abraço. – Eu senti tanto a sua falta!

- Eu também pequena. –Faz carinho no meu cabelo, exatamente como ele fazia quando eu precisava de consolo. – Vamos conversar!

Olhei ao redor e para a minha surpresa, minha eu de dez anos se encontrava pondo as sapatilhas de ponta e tentando subir.

- Você teve muita preparação. –Ele diz observando. –Lembro da sua professora nos dizendo que se você não ensaiasse todos os dias, nunca chegaria a subir em uma ponta na vida.

- A ponta machucou muito os meus pés. –Lembro como se fosse ontem os calos cheios de bolhas nas pontas dos meus dedos. –E se eu não preparasse a minha coluna vertebral, ela poderia ficar torta.

- Me lembro de você antes das apresentações. Você colocava curativos nas bolhas e calçava a sapatilha como se fosse sua armadura.- Lembro que em uma apresentação meus pés ficaram em carne viva. - Lembro também de ver você ensaiando na garagem e do Clearwater babando na forma como você se movia. –Ele diz com um sorrisinho nos lábios.

Seth...

- Ele ficava encostado na porta fingindo que estava estudando, mas na verdade ele estava lá só para te ver. – Conta enquanto observamos minha eu se segurando na barra para tentar se equilibrar. – E se você tivesse prestado atenção no caderno dele, teria visto que ele é um nerd incurável quando o assunto é exatas e biológicas.

Quarto: O limbo não existe.

- Por que o senhor fez aquilo? –Pergunto me lembrando do tiro, e instantaneamente a cena aparece na nossa frente.

- Todos nós temos o nosso proposito na vida. Eu cumpri o meu. –Ele diz totalmente tranquilo. – Estou em paz sobre as duas pessoas que deixei no mundo para mudá-lo.

- Isso doeu? –Pergunto com medo da reposta. – Morrer?

Ele olha para mim e dá um sorriso leve.

- Foi mais rápido do que adormecer. – Diz e anda um pouco e pegando o seu baixo e dedilhando algumas notas.

Mas eu não consigo ouvir muita coisa, pois uma voz chega aos meus ouvidos. A voz da Melissa McCall.

Impringt - Beacon Hills NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora