Festejando com o medo - Part 2.

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SETH

Não gosto de como Matt está olhando para Mia, esse cara é problema e dos grandes. Não estou com ciúmes, o que estou sentindo não chega perto de ciúmes. Na verdade estou apavorado em pensar que Mia pode virar o novo alvo doentio dele.

Como se isso não bastasse, Victoria pode atacar a qualquer momento e não estou nenhum pouco feliz com isso. William está péssimo por causa da morte violenta de Jonathan e eu não tenho nem como julga-lo, só espero que ele não tenha usado nada muito perigoso, a última coisa que precisamos é de ter carregar Will para o hospital.

A música soava alta pelos alto falantes da casa, estou tão focado em proteger a Mia do Matt e em prestar atenção se Victoria vai ter a coragem de dar as caras por aqui.

- Seth, você vai partir ao meio dessa forma. -Mia chama minha atenção para ela, pondo as mãozinhas no meu peitoral. -Eu sei que você não gosta disso, mas não pode ficar tão tenso assim.

- Como não ficar tenso com tudo isso acontecendo? - Ponho minhas mãos na sua cintura e a trago mais para perto de mim. Ainda não acredito que dormi a noite toda com ela, sem nenhum pesadelo me assombrar.

- Eu sei que eu não sou muito, na verdade eu não sou nada. -Diz mantendo as mãos sob a pele do meu peito, igual na noite passada onde estávamos eufóricos demais para sentir um ao outro. - Mas lembra que eu não vou sair daqui e que eu confio total e plenamente em você.

Assenti beijando sua testa. Ela confia em mim.

- Você é o suficiente. - Passo meus braços em volta da sua cintura, a abraçando forte.

Posso reparar que Matt agora exibe uma careta no rosto e a Jasmine um olhar de nojo. Esses dois são problema, Jasmine é ambiciosa da maneira errada e ela quase conseguiu me pôr na sua lista de caras que ela usou e depois descartou, quase, eu pulei fora antes.

Agora meu problema com Matt é bem simples, ele é um aproveitador nojento. Como se não bastasse as merdas que ele faz com drogas e com brigas, o filho da puta se aproveita das garotas.

A última vez que ele tentou se aproveitar de uma menina, Paul chegou a tempo para impedir o pior. Sem falar na surra que ele levou depois, foi lindo de ver o rosto dele sangrando e ele pedindo piedade para Di Laurents não quebrar outro osso do corpo dele.

Por mim o desgraçado tinha morrido e eu fazia questão de deixar Katherine fazer o serviço.

Posso me preocupar com esses dois depois.

- E ai, Clearwater?! - Meu nome na boca dele me causa calafrios e nojo. Obvio que eu não vou conseguir me livrar dele hoje. - Muitos shows para a próxima turnê?

- Não se preocupe cara, em todos eles a sua entrada vai ser barrada. -Dou um sorriso enquanto dou o aviso.

- Outch! - Ele finge ter sido acertado por algo no peito. -Assim fico magoado, mas se não se importar posso cuidar da sua amiga durante esse tempo.

- Nem pensar. -Solto um rosnado. -E ela não é minha amiga. É minha namorada.

Posso sentir o olhar de Mia em mim, mas estou focado demais em deixar claro para Matt que ele não vai tocar nela. E se depender de mim, nenhuma garota mais vai cair em suas garras nojentas.

- Acho que os sites de fofocas ainda não estão sabendo. -Ele dá um passo na nossa direção. -E tenho certeza que as groupies que você sai vão adorar a notícia.

Olho para ele com meu melhor olhar assassino.

- Não é o único que sabe jogar. - Me desafia. - Déjà vu, conhece? Vamos ver quem vai vencer dessa vez.

Ele se afasta de nós e volta a falar com os pessoas aleatórias.

Devo estar tremendo de raiva, pois a Mia me aperta firme e sussurra palavras para mim.

- Ei, tudo bem. Ele não pode te estressar e nem tirar o nosso foco. - Fica na pontinha dos pés e deixa um beijo na linha da minha mandíbula. - Vamos dar um jeito.

Seguro a Mia junto ao meu corpo durante boa parte da festa, minha audição está focada na parte de dentro da casa e meu olfato está caçando o cheiro de Victoria pela floresta perto de nós. Não vai escapar de mim tão facilmente.

Estava perto das onze da noite quando o primeiro grito surgiu dentro da casa. Não um grito normal, mas o da Lydia seguido de gritos de horror.

E a sombra atravessou o quintal dos fundos tão rápido que meu único impulso foi entrar na frente da Mia. Feições de medo começavam a aparecer junto com um terror imenso que perambulava pelo ar.

Estava carregando um corpo.

Quando voltei o meu olhar para dentro Lydia mantinha as suas mãos na própria garganta que escorria sangue e Hilary segurava um pedaço de tecido no abdômen do Randall, que também foi ferido.

Stiles apareceu e envolveu a garganta sangrenta da ruiva com um pano.

- Vai atrás! -Disse olhando para mim. - VAI!

Assenti sem pensar duas vezes e corri para fora dali, seguindo o que parecia ser o cheiro da criatura.

Não demorou muito para passos me acompanharem. Jacob e Paul corriam atrás de mim e eu podia ouvir Katherine nas árvores pronta para acertar quem é que entre no nosso caminho. Paul tinha um arranhão enorme que pegava do ombro até metade do seu peito.

- Volta para a reserva! Não pode enfrentar essa coisa assim! - Olho para trás.

- Mas eu tenho o cheiro dele agora! - Rosna se transformando ao entrar na floresta.

O lobo tomou o controle, quebrando e moldando os ossos do meu corpo e rasgando a roupa que eu usava. O cheiro de sangue estava forte, como se a floresta estivesse banhada nele.

Seguimos os sinais químicos até um dos penhascos que dividiam a floresta do oceano. Não encontramos o Leshy ou seja lá o que aquilo for, encontramos coisa pior. O corpo que havia sido carregado era de Charlotte Hayles, líder de torcida e filha de um dos alfas da ordem.

Victoria está cavando a própria cova, não é mais assunto apenas nosso. Ela mexeu com um membro da ordem.

Posso sentir a guerra se formando e não existe nenhum meio de impedir que ela se concretize.

Paul voltou a forma humana e pegou o corpo sem vida e frio de Charlotte nos braços, sei que ele está tão abalado quanto nós. Seus princípios formados pelo seu país de origem o tornam vingativo e não aceita que inocentes percam sua vida sem uma causa.

Seguimos em silencio até a reserva, no caminho tudo foi se tornando mais real. Naquela altura todos na reserva já sabiam.

Não conseguimos salvar. Não conseguimos salvar a Charlotte.

Minha mãe está esperando na porta da casa do Jake, junto com Luke Hayles -O Alfa, o pai de Charlotte.

Ao ver o corpo sem vida da filha nos braços de Paul, desmonta em lágrimas.

- Nós sentimos muito, Luke. -Paul se esforça para deixar as palavras saírem sem o choro estrangular sua voz.

Uma lágrima teimosa escorre pelo meu rosto.

Não éramos próximos, mas ainda dói. Uma alcateia perdeu um membro, uma família perdeu um ente querido. Todos nós perdemos. De novo.

Notas:

Minha nossa! Nem sei o que dizer sobre esse capítulo!
A ação está começando de fato!
Espero que estejam gostando e nos vemos no próximo capítulo!

Com amor,
Be Brave <3

Impringt - Beacon Hills NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora