Capítulo 2 - Intervenção Nada Convencional

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Sophie 

- Mãe? – Ao ouvir o som de sua voz, os olhos dela repousaram-se sobre Sophie.

Sophie ainda não acreditava, sua mãe estava inacreditavelmente ali, após ter visto seu corpo em um caixão, ter presenciado seu enterro. Ela perdera a batalha contra o câncer. Há um ano, todo seu coração fora enterrado com ela. Mas agora, misteriosamente, ela estava ali, podendo ser tocada.

Deixando seus instintos agirem, abraçou-a. A garota nunca tinha abraçado a mãe daquela maneira. E agora pensava que, se pudesse, a deixaria envolta de seus braços pelo resto da vida. Mesmo que estivesse colocando seu corpo junto ao seu, não sentiu as mãos de sua mãe retribuindo o carinho, voltou a se sentar, observando cada detalhe do seu rosto. Seu olhar parecia perdido, é como se tivesse esquecido quem é.

- Mãe – Pegou suas mãos, a mãe tremeu com o susto do toque, mas deixou que segurasse-a – Eu quero ligar para o papai – Sophie senti lágrimas descendo em seu rosto – Quero contar para ele que as orações que fez funcionaram, quero contar sobre esse milagre, mas você precisa voltar, precisa dizer algo, eu... Eu... Eu...

Sutilmente, sentiu as mãos de sua mãe irem até a cabeça, começando a fazer o famoso cafuné que aquecia seu coração durante vários términos de namoro.

- Sophie, chorar é a coisa mais humana que alguém pode fazer – Suas palavras saíram através de um sussurro, como se ela não dominasse sua própria voz.

- Mãe, consegue me entender?

Antes que pudesse ter uma resposta, o barulho de batidas na porta fez com que elas se assustassem.

- Eu já volto, não saia daqui.

Pelo olho mágico, pensou que a garota, Phoebe, não tinha limites ao ser inconveniente. Ela vestia outro traje horroroso, uma bermuda rasgada, uma camisa de uma banda de rock e uma jaqueta preta, seus cabelos pareciam não ser lavados desde o seu nascimento. Sophie abriu a porta para saber o que a garota queria.

- Oi! – Tentou conter o ódio sua voz.

- Caralho, ótima casa! – Ela olhou em volta, enfiando seu rosto dentro da casa.

- É boa mesmo, mas você não veio até aqui só para elogiar a minha casa, não é?

- Ah, claro que não, eu vim checar como está a sua mãe que meio que ressuscitou – Phoebe parecia esconder algo.

- Quer falar mais baixo, por favor, e você prometeu que guardaria o segredo, então, pode fazer isso, bem longe.

- É – Ela parecia um pouco constrangida, típico de quem esconde algo – Então, lembra daquela professora de ocultismo? Eu tinha certeza absoluta de que mortos simplesmente voltarem à vida não é algo assim tão comum, então, eu – Ela deu uma pausa para tentar suavizar o que diria em seguida – Meio que contei e chamei para vir conversar com a sua mãe, tudo bem?

Phoebe podia ressuscitar dos mortos? Ainda confusa, Sophie viu Louise sair de seu carro estacionado na porta e vir em direção à porta, ela estava muito elegante, usava um casaco preto com roupas pesadas.

- Olá, desculpe o constrangimento, eu não quero incomodar – Ela parecia muito mais consciente da carga emocional que a situação gerara do que Phoebe – Mas acho que pode precisar da nossa ajuda.

- Eu agradeço a preocupação, mas eu e minha mãe estamos bem, não precisamos de nada – A garota tentou fechar a porta, mas Phoebe colocou o pé rapidamente – O que você quer? Obrigado por salvar minha vida, ok? Agora eu preciso ir.

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