Capítulo 13 - Corações Sombrios

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Phoebe

Phoebe atravessou a enorme entrada da sede em direção ao estacionamento. O peso de Pedro era dividido entre ela e Sophie, que carregavam o garoto com dificuldade, Elizabeth vinha atrás delas, logo em seguida. Quando passaram pelas pesadas portas brancas até o hall, a garota não precisou sequer olhar para as pesadas portas para fazer com que se fechassem com um barulho ensurdecedor.

Sua respiração estava ofegante, pesada. Parte dela sentia que o ar não chegava até seus pulmões. Esgotada, parou por um segundo, ignorando o que quer que Sophie disse em seguida e olhou para o céu. Já era tarde da noite e as estrelas garantiam boa iluminação para a escuridão silenciosa da madrugada.

O carro preto estava estacionado alguns metros dali, ela respirou profundamente e devagar, então continuaram andando até conseguir alcançá-lo. A porta de trás abriu, obedecendo o comando dado por sua mente, e as duas colocaram o garoto deitado. Pedro estava traumatizado, Phoebe nunca havia visto nada do tipo, os olhos dele estavam distantes e a ferida em seu pescoço no formato de marcas de dentes sangrava incessantemente, o que fazia com que tossisse sem parar.

Ela o encarou por um tempo. O estagiário desastrado que a devia comida. Agora, aquelas brincadeiras pareciam distantes e efêmeras para ela, se não conseguisse lidar com aquele machucado e com o que quer que fizeram com a mente dele, todo aquele tempo teria sido perdido.

Phoebe abriu todos os vidros do carro para o ar circular e em um acesso de raiva socou uma das portas com todas as suas forças. Sua mão começou a latejar imediatamente.

- Aqueles idiotas – gritou, enfim – Aquela vadia! – seu tom cada vez mais alterado – Ela nunca pensou em nos proteger, tudo que pensava era em sua missão de prender Clarice de uma vez por todas.

- Você está bem? – Sophie se aproximou, examinando a mão da amiga, que sangrava – Ela realmente se aproveitou de nós, mas temos uma a outra – Sophie olhou para Elizabeth, que parecia distante, de braços cruzados, fitando as estrelas.

- Sim – respondeu Elizabeth, por fim, parecendo assustada com o som da própria voz – Vocês estão certas – pensativa, passou a mão pelos cabelos, um pouco confusa – Mas também acho que devemos dar a Louise uma chance de se explicar – ela lançou o olhar para a sede – Por que eu não vou falar com ela e você não faz um feitiço de cura no, Pedro, não é? – Elizabeth se aproximou, olhou de perto as marcas de dentes em seu pescoço – Um pouco de arruda e narciso com um simples encantamento deve resolver – e dizendo isso, virou-se e saiu, indo em direção à Sede.

- O que foi isso? – Sophie franziu a testa.

- A garota acabou de sair de uma prisão mental, nós três saímos – Phoebe deu de ombros – O que me surpreende é ainda estarmos sãs.

Ela entrou no carro, com Sophie no banco do passageiro e deu partida no veículo. Noite adentro, passaram pela propriedade em direção aos portões de prata que se abriram assim que os olhos de Phoebe percorreram sua extensão. Tudo estava absolutamente quieto e calmo, até Pedro havia parado de tossir.

Então, em um momento de distração, a garota freou bruscamente quando algo enorme caiu no para brisa do carro. A freada foi tão violenta, que Pedro foi quase arremessado no chão, a única coisa que o protegeu foram os dois cintos envolta de seu corpo. Sophie tirou os cabelos ruivos do rosto, parecia atônita, e Phoebe ainda tentava entender o que acabara de acontecer.

Foi aí que ela viu, na frente do carro, iluminado pelos faróis e em uma pose imponente, um grande gato preto estava parado, as observava.

- Feliz Halloween – Sophie deu uma risada constrangida.

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