• 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 21 •

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Maria Luíza

Uma chuva forte caía no Rio, o que era de se estranhar, eu sempre tive uma visão de sol e calor daqui. Olhei para o lugar ao meu lado, e Brian já havia levantado.

Respirei fundo, e me sentei na cama sentindo um pouco de dor na barriga, ainda estava dolorido de ontem. Me levantei devagar, e caminhei até o banheiro. Minha aparência estava péssima, e parecia que eu não dormia a dias.

Meu nariz estava um pouco inchado, e eu tinha olheiras profundas. Molhei meu rosto, e fiz um coque desajeitado. Voltei pro quarto e coloquei um roupão, e um chinelo, e desci encontrando as meninas e as crianças na cozinha.

— Maria Luíza. — Dominique disse assim que me viu. — Eu já iria levar algo pra você comer.

— Não precisava. — dei um sorriso. — Bom dia, gente. — sentei em uma das cadeiras vazias da mesa.

— Bom dia. — elas responderam em coro.

— Como está se sentindo? — perguntou Mary que estava sentada ao meu lado.

— Eu ainda estou sentindo a minha barriga dolorida. Mas vai passar. — sorri de lado.

— Nós sentimos muito pelo que aconteceu. — Veronica pegou em meu ombro. — A pessoa que era pra proteger você, na verdade te causou um mal. — Você pretende voltar pra casa? — perguntou

— Eu não sei. — encarei as mãos. — Eu nem tenho pra onde ir, entende?

— Super compreensivo. — disse Dominique. — O bom é que você vai ter duas semanas pra pensar a respeito.

— É, vou mesmo. — sorri sem graça.

Eu não tinha parado pra pensar em como eu iria me virar agora. Em São Paulo eu tinha uma vida estabilizada, tinha meus empregos, minha casa... eu me sustentava. Eu não podia simplesmente largar tudo e ir embora pra um outro estado do nada, sem um emprego fixo, sem um lugar pra morar.

E tudo isso por causa do meu pai.

Afastei meus pensamentos, e tomei meu café. A chuva continuava caíndo lá fora, e as crianças reclamavam que queriam tomar banho na piscina ou visitar uma praia.

Logo os serviçais vieram recolher as coisas do café, pois já iriam preparar o almoço.

— Onde os meninos estão? — perguntei assim que saímos da cozinha.

— Estão ensaiando na garagem, adaptaram um estúdio pra eles lá. — disse Veronica. — Brian pediu pra avisar quando você acordasse.

— Vai lá com ele. — disse Mary. — É ali naquela porta.

— Obrigada, vou lá. — sorri para as meninas que sorriram de volta.

Caminhei até a portinha que havia ali na sala e dava acesso a garagem, abri a mesma, e o barulho estava ensurdecedor, ele estavam ensaiando Radio Ga Ga no momento, e eu sentei onde estava Jim/Miami para olhá-los de frente.

Brian levantou um pouco a cabeça e sorriu ao me ver, o mesmo fez Roger, Deaky e Freddie. Eu e Miami fizemos a 'coreografia' do refrão da música, fazendo Freddie rir no meio da mesma.

Somebody To Love • Brian May • (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora