A Prostituta Indomável.

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Uma Semana Depois

As coisas não têm sido fáceis. Todas as noites, antes de dormir, retiro a escuta, mas tranco a porta do quarto. Alego que tenho medo de algum "bicho" e que me sinto mais segura assim.

Minha rotina tem sido simples: sento na poltrona, fico olhando pela janela e lendo livros. Às vezes, dou uma volta pelo jardim. Não falo com ninguém. Não quero que me conheçam.

Ultimamente, não tenho sentido muito apetite e percebi que estou mais magra. É estranho, pois até poucos dias atrás estava me alimentando bem. Parece que meu corpo está se desfazendo, como se estivesse perdendo toda a energia e nutrientes.

Durante essa semana, Antony saiu algumas vezes, e tentei aproveitar para investigar seu escritório, mas um dos seguranças sempre ficava por perto. Três de seus esconderijos foram destruídos, e, infelizmente, algumas pessoas morreram. Não que fossem boas pessoas.

Hoje, ele vai sair novamente. Estou de olho na janela, esperando ver os três carros partirem juntos. Quando isso acontecer, vou entrar no escritório.

Antony veio até o meu quarto antes de sair, avisando que estaria resolvendo "algumas coisas" e que eu poderia chamá-lo se precisasse. Como se algum dia eu fosse precisar daquele nojento.

Ele tentou ser cordial, mas sei bem o que está por trás disso. Quero respostas. Algo no meu passado não está claro. A internação... tudo aquilo não faz sentido. E se minhas suspeitas se confirmarem, colocarei Antony na cadeia.

Também preciso ir ao clube. Minha velha amiga ficará feliz em saber que estou começando a me lembrar de quase tudo. Mas, antes disso, há algo importante na maleta que peguei. Dentro dela, há fotos do meu corpo, com hematomas.

Me lembro vagamente de uma voz dizendo:
"Fique calma. Estou aqui para te ajudar. Guarde essas fotos, um dia você vai precisar delas."

Chego à conclusão de que aquela pessoa era obrigada a cuidar de mim em silêncio, provavelmente ameaçada por Antony. Não a culpo. Eu faria qualquer coisa para proteger minha família também.

Agora, estou de volta. Melhor e pronta para me vingar.

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No escritório, revirei tudo, mas não encontrei nada. Era óbvio que não seria fácil. Foi então que notei um cofre escondido sob um pano.

— Qual seria a senha? — pensei.

Depois de descartar algumas opções, lembrei-me de uma data antiga, o dia em que Antony havia marcado nosso casamento. Experimentei. Funcionou.

Lá dentro, encontrei uma pasta preta. Ao abri-la, meu coração parou. Não eram apenas fotos minhas. Antony fez isso com várias mulheres. Cada conjunto de fotos estava separado, com nomes. E entre elas estavam as minhas.

Ele é um doente. Não acredito que alguém pôde pensar que esse homem era bom.

Precisava levar aquelas fotos. Mas então ouvi o barulho de carros chegando.

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De volta ao quarto, busco algo para esconder as fotos. Decido colocá-las sob a roupa, presas à cintura, e chamo Gabriel. Mesmo sendo arriscado, preciso de alguém de confiança para tirar cópias.

Já na papelaria, enquanto Gabriel paga pelas cópias, sinto o peso da decisão. Estou colocando ele em risco.

— Calma, Larissa. — Ele tenta me tranquilizar, mas sei que também está abalado.

Antes de voltarmos para casa, compro um caderno e um lápis. Preciso disfarçar. Guardo as cópias falsas no cofre e fico com as originais.

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Antony continua tentando manter a aparência de "bom homem". Perguntou se algo me incomodava, mas sei que ele está apenas tentando descobrir se notei algo.

Estou cansada de ficar aqui, de olhar para sua cara e sentir tanto ódio. Só mais algumas semanas e poderei ir embora.

Enquanto isso, ele continua saindo frequentemente, sempre misterioso. O que será que ele está planejando? Seja lá o que for, desde que não envolva as pessoas que amo, estou disposta a encarar tudo.

Mas se ele acha que pode continuar agindo sem consequências, está muito enganado. Ele já cruzou a linha ao destruir minha vida e tirar a minha filha. Agora, é minha vez de devolver tudo na mesma moeda.