Chamas do passado e liberdade, por Jeon Jungkook

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#Último cap

Era comum na sociedade que os lúpus fossem tratados como superiores. E era assim que os pais de Jeon pensavam.

Eles eram superiores a qualquer um.

Um pai alfa lúpus e uma mãe ômega lúpus. A linhagem da família Jeon perpetuava o "lúpus".

Era sempre uma grande festa a cada nova gestação de alguém na família e com a mãe de Jungkook não foi diferente.

Seria mais um lúpus na família

Não foi

Quando o pequeno alfa nasceu a alegria dos pais e tios e tias foi decepada, como se uma tragédia tivesse banhado a família.

Era um alfa comum.

Por uma fração de segundos foi cogitado abandona-lo em um orfanato. Mas eles tiveram uma ideia melhor.

Os pais de Jungkook se mudaram e iniciaram uma nova vida. Onde tratariam o filho como um verdadeiro alfa lúpus.

Jungkook foi criado de forma rigorosa, cruel, manipulada. Seus pais fizeram de tudo para que aquela criança agisse como um lúpus. Até alegaram que o cheiro diferente do pequeno era devido a uma doença. E assim ele foi crescendo, achando que pertencia aquela classe, aquele mundo cruel, dominante, superior.

Aos 12 anos, Jungkook já era conhecido pela família como uma pequena maquina, insuperável, talentoso, diferente.

O trabalho perfeito.

Depois de sair do Colégio interno, começou a estudar no melhor daquela cidade. Conheceu Hoseok, de quem se aproximou, mas sem muita amizade ou carinho.

Automático.

Conheceu Jimin.

Era ainda uma criança, quase "construída", mas ainda era genuíno. Seu lobo ainda tinha extintos naturais, como carinho, afeição, admiração, desejos simples que corriam pelo seu corpo pequeno, desejos sem malicia ou ganância.

Jimin brilhava como estrelas

Jungkook era obscuro como um precipício

Era conduzido pelas tramas de seus pais, mas o destino não quis assim.

Um brilhinho loiro, correndo e sorrindo fez Jungkook desejar ser livre.

Ser criança, sem medos e sem pressão.

Estava preso.

Jimin estava livre.

Nunca se aproximou daquela criatura fofa, mas perdeu as contas de quantas vezes ficava olhando o ômega correndo e brincando com o irmão e seu amigo.

Eram poucos, mas completos.

Já o alfa, tinha tanto, mas não tinha nada.

Com o tempo, ainda mais próximo de Hoseok, Jungkook percebeu que era uma farsa. Os dias com o primo, os dias admirando um certo loirinho, lhe fizeram perceber que não era superior. Era igual, mas sem a felicidade.

Não se sentia um lúpus, se sentia sozinho.

Quando completou 15 anos e teve o primeiro cio, tudo foi ainda mais esclarecedor.

Não era lúpus.

Estopim.

Não confrontou a família, não acreditou na história de que seu cio era diferente por causa de um erro genético.

Baile ( Jk + Jm ABO )Onde histórias criam vida. Descubra agora