Todo fim é um começo

4.9K 681 72
                                    

Aaaaaa, gente... Forças
....

Jimin e Jungkook corriam às pressas para não perder aquele momento. Uma noite conturbada, cheia de aventuras, que provavelmente lhes renderia sorrisos inocentes quando contada para sua geração de filhotes.

Enquanto corriam por uma cidade em claridade matina, banhada por um alaranjo do sol, o frio do outono, podiam sentir suas mãos unidas, era um lanço deles, só deles.

Suas palmas se tocando, mesmo naquele frio, o calor de um se torna vital em dois. Era a vida pura e genuína fluindo em dois corpos que lutaram pelos sonhos, pelos seus desejos, que mesmo quando o abismo era a casa mais quente, escolheram o frio de um longo inverno, de uma longa batalha.

Porque aquele fim, para eles, era um começo.

Começaram separados, um em desespero, outro em medo, um preso em mundo, o outro tentando conquistar aquele mundo. Com um simples gesto atrapalhado em uma noite estrelada e fria, de um inverno passado, eles pularam algumas estações, chorara algumas boas lagrimas, correram por espinhos; e agora, corriam junto. Porque no começo eles não eram um, mas no fim, eles são o ar um do outro.

A liberdade.

São as folhas que sobrevoam todas as estações juntas, em jornada, ciclos, gerações.

Corriam um ao lado do outro, porque o caminho só tem chegada para aqueles que se aquecem por igual.

E foi de forma ofegante, diante de uma pequena catedral, banhada por um azul celeste que eles perceberam, aquele ciclo chegou ao fim. Como tantos.

Naquela manhã fria, eles aqueceriam um ao outro quando tivessem que dar adeus. Vendo seus amigos em um altar, como esperado de uma turma bagunceira.

Era a união da forma mais grotesca naquela sociedade, mas também era a união em forma de amor, cumplicidade, harmonia e confiança.

...

Enquanto o padre ─ que talvez não fosse um padre─, proferia suas palavras, uma chuva gélida deu ao céu amarelado um ar de choro. Como se chorar fosse lavar toda a estrada para a nova jornada, para o novo ciclo deles.

Era um Taehyung medroso, que viu em um ômega loiro a melhor amizade, cumplicidade e irmandade, se tornando um homem. Casando com um baixinho birrento e uma alfa de sorriso largo. Era ele encontrando sua casa, depois de ser peregrino e intruso em tantos outros lugares.

Era um Hoseok misterioso, que viveu dias nebulosos, onde não sabia sorrir, onde foi abandoando, mas que se aquecia com a irmandade de um certo primo com dentes de coelho. Um alfa que achou aconchego não em um, mas em dois. Onde seu lar foi se construindo em meio caos, mas permaneceu até que a grande tempestade virasse mar calmo e prosperasse.

Era um Yoongi choroso, que mantinha a pose de impenetrável, frio e inabalável, mas que todos sabiam que era de um coração puro e caridoso. Um ômega que nunca achou que podia ter o coração batendo tão forte para outras pessoas, que pensou que sua personalidade conturbada nunca seria a morada de alguém. Mas assim como acharam o lar nele, ele achou o lar seu lar também.

Era uma união que ninguém duvidaria da promiscuidade e pecado. Tão poucos entendia que ali o amor fazia morada.

E foi aos banhos de lágrimas, que uma certeza prevaleceu, mesmo sem igreja, sem padre verdadeiro: enquanto houver amor, amigos, aventura e um bom vinho, haverá continuidade.

Mesmo quando o caos vier, não tenha medo de continuar. Permaneça e vá.

No fim, tínhamos uma família ali.

...

─ Porque parece que a gente tá indo embora? ─ Jimin dizia depois de comer outro bolinho.

─ Toda vez que o Jimin come um bolinho eu acho que ele tá cometendo um tipo de canibalismo. ─ Yoongi falava encarando o ‘menor’.

Baile ( Jk + Jm ABO )Onde histórias criam vida. Descubra agora