Baile ( Jk + Jm ABO )

Entre doces e amargos, por Jeon Jungkook

O nome desse cap era pra ser: o neném não é neném... Mas

#Aviso: Gostaria de deixar claro que NENHUM personagem dessa história é ingênuo ou todo inocente, ok?! Não é porque a época que eles vivem é antiquada que eles são também. Muitos vivem a frente de seu tempo.
......

Jimin poderia ser considerado uma pessoa forte. Desde de pequeno convivia com a dor da rejeição, com palavras maliciosas sobre si sendo proferidas dentro de seu próprio lar e pela vizinhança; não teve muitos amigos, as vizinhas nunca permitiam que seus filhos brincassem com o loirinho; não tinha boas lembranças da escola.

Apanhou, chorou, sofreu.

Ele tinha tudo para ser infeliz, não é mesmo? Mas ele não foi. Jimin era uma criança contente, cheia de brilho. Corria pelos campos floridos, tomava banho na chuva, mexia na terra, subia em arvores, pregava peças, pegava bichinhos no mato, dava vida a sua bela imaginação.

Era como uma estrela, brilhando em meio ao caos e obscuridade das pessoas.

Mesmo quando ainda não havia se mudado, rodeado pela solidão, ele não deixava o sorriso carregado de ternura se findar.

O orgulho de uma família

Mas o ômega não tinha uma família

Jimin, quando criança, não esteve com Jin, afinal, o irmão estava em um colégio interno; ainda não conhecia Taehyung. Mas ainda assim, era livre.

Quando se mudou, agora acompanhado do irmão, conheceu Tae e pode deslumbrar de bons momentos ao lado daqueles dois.

Mas sabem, as estrelas se apagam, elas caem, viram poeira.

Jimin, em algum momento, apagou.

Cedeu lugar para o sorriso falso, para o brilho fosco do que um dia foi uma estrela em um céu noturno. Era apenas uma faísca do que um dia foi brilho intenso.

Com o sopro de um vento vindo de pessoas ruins, de dores físicas e emocionais, aquilo que um dia não abalava, agora era cravado na pele como se fosse ferro quente.

E mesmo que tivesse Jin e Taehyung, as pessoas que mais amava, que o salvavam quando sentia a necessidade de desistir, ainda era uma dor cruel.

Suportável.

Porque mesmo agora, longe de Jin, rancoroso com Taehyung, sabia, seriam sempre eles por eles.

Seria o sorriso quadro do amigo, e os gritos escandalosos do irmão.

Jeon Jungkook.

Que aquecia sua existência, que arrancava seus sorrisos mais genuínos.

Jungkook fazia Jimin se sentir não como uma estrela, mas como um universo. Como um bem precioso que não poderia ser descuidado por nem um segundo.

Como milhares de estrelas, que mesmo perdendo uma, ainda habitava em milhares.

Eram eles.

Jimin poderia viver para sempre com eles.

Mas não viveria.

...

Jungkook tinha o ômega em seus braços, soluçando baixinho.

Uma das mãos do alfa estava fazendo caricias nos cabelos molhados, a outra tentava um abraço desajeitado, mas cheio de amor e cuidado.

Com a cabeça no ombro do alfa, os braços juntos a seu próprio corpo, os soluços deram lugar a uma respiração calma, os tremores no corpo cederam para músculos relaxados.