Destino além das estrelas

CAPÍTULO 14

POV Lúcia-

........Anteriormente.

- Eu entendo....- diz Caspian enquanto sua expressão muda drasticamente- Lúcia precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem.

Lúcia sentiu seu peito se apertar por um momento.

- Sobre o que exatamente?- pergunta Lúcia com medo da resposta.

-Alguns dos marujos, viram a sua demonstração de carinho, naquele dia em que me abraçou..- diz Caspian a olhando com uma expressão que nem mesmo ela identificou.- e estão pensando que há algo entre nós.

Ela sentiu suas bochechas corarem.

-Ah sobre isso..- ela começou dizendo, mais logo parou ao ver que ele levantou as mãos em sinal para que ela parasse de falar.- o que você quer dizer?

-Eu estava pensando no que aconteceu ontem, e isso me pareceu meio impróprio o que fizemos..- diz Caspian enquanto se levanta e se ajoelha bem perto dela e segura suas mãos- você é incrivelmente doce, e eu não quero magoar você.

-Você me acha ingênua.- diz Lúcia sentindo a tensão pairar sobre eles.

-Sim, pelo menos um pouco..-diz Caspian soltando suas mãos e indo em direção a pequena mesa que tinha.- o que eu quero dizer, é que nunca aquilo deveria ter acontecido, você deveria me ver como alguém que possa confiar.

Lúcia se levanta, e chega perto dele, e quando ela estendeu as mãos em direção as suas costas, desistiu. As mãos caíram sobre seu corpo e ela ofegou.

-Eu confio em você..-diz Lúcia com a voz falhando.

-Eu não quero que confie em mim desse jeito Lúcia- diz Caspian se virando e ficando frente a frente dela.- eu quero que confie em mim como um amigo, ou até mesmo como um.......... um irmão.

Ela o olhou sem acreditar no que estava ouvindo.

-Você não é meu irmão!- diz Lúcia com a voz alterada.

Ele segurou seus ombros com força, e a encarou com toda intensidade em seu olhar.

-Não sou o cara certo para você!- diz Caspian com a voz esganiçada- sabe o quanto tudo isso parece errado para mim? Eu tinha sentimentos pela sua irmã Lúcia! Sabe quanto tempo demorei para esquecê-la? Quando te disse que nunca tinha achado alguém que me interessasse, queria dizer que nunca encontrei alguém que se comparasse a sua irmã!! Você entende agora minha confusão?

Ela não sabia o que dizer, Lúcia levantou seus braços e com as mãos tirou as mãos de Caspian que estava a segurando. Ela se afastou alguns passos dele.

-É eu entendi....-diz Lúcia sentindo as lágrimas ameaçando sair.- você não quer uma substituta da minha irmã.....É isso que pensa de mim? Que sou a segunda opção?

-Não é isso que quero dizer...-diz Caspian enquanto ela esbraveja.

-Nem precisava dizer, isso está estampado na sua cara!- diz Lúcia indo em direção a porta, ela se vira para olhá-lo enquanto sentia a raiva crescer dentro dela. - para sua tranquilidade, não conversarei com você o resto da viagem, se quiser perguntar algo para mim referente ao Robin, mande sua inútil mensagem pela Clarissa, é só isso, agora não precisará mais se preocupar com a minha presença perto de você, porque Caspian agora quem não quer ser segunda opção sou eu!!!

Lúcia sai de seu quarto batendo a porta com força, não havia ninguém no corredor, ela saiu meio atordoada indo em direção ao seu quarto. Quando finalmente abre a porta a fechou com tanta força que o som dela batendo doeu seus ouvidos.

Ela nem ligou, só deitou e deixou as lágrimas rolarem, não entendia porque estava sentindo aquela dor estranha no peito, como se tivessem a apunhalado pelas costas. Só se permitiu sentir essa dor enquanto adormecia a medida em que as lágrimas pararam de rolar.

Dias depois......

Fazia dias que ainda estavam no mar, Lúcia não saia de seu aposento há dias, não queria encontrar Caspian em nenhuma ocasião se sentia desconfortável só de pensar.

Ela ouviu batidas na porta, andou até a porta temendo que fosse Caspian, mas quando abriu a surpresa a atingiu em cheio.

-Lúcia?- ela olhou diretamente nos olhos verdes de Devon, ela se esquecera totalmente dele, e sentiu uma pitada de culpa por isso.

-Devon? h-hamm você não devia estar se recuperando?- pergunta Lúcia olhando para ele que parecia estar bem de aparência.

-Eu estou bem há dias Lúcia- diz ele inclinando a cabeça- só estava preocupado com você depois do seu surto estranho da última vez que nos vimos.

Ela se lembrou de tudo como um filme, sentiu suas bochechas arderem.

-D-desculpe e-eu não devia ter me descuidado de você- ela viu que tinha marujos passando nos corredores, estendeu umas de suas mãos e o puxou para dentro do quarto e fechou a porta atrás de si com um pouco de força.

-Não achei que fosse tão ousada, era só pedir para que entrasse no seu quarto- diz Devon sorrindo de lado.

-Não é nada disso, droga!- diz Lúcia sentindo aquela velha raiva que sentia quando ele a provocava.

-Eu sei, só estava brincando- diz ele rindo bem humorado- mas você está com uma aparência péssima, e olha que isso é meio impossível com a beleza extraordinária que tem.

Lúcia sentiu-se corar furiosamente.

-Eu ando meio indisposta ultimamente- diz Lúcia se sentando à beira da cama- mas eu te juro que estou bem, só não queria que ninguém ficasse preocupado.

Ele a olhou e sentou um pouco longe dela na cama.

-Você me preocupou, com aquela saída misteriosa- diz Devon com um olhar sério- e ainda queria saber, qual visão que teve sobre mim, que assustou tanto.

Ela abriu e fechou a boca várias vezes e nada saiu.

-Se não se sente confortável em me dizer, eu sei esperar até ganhar inteiramente sua confiança.- diz ele com um meio sorriso.

-Obrigada, você tem sido tão amável comigo- diz ela retribuindo o seu sorriso.

-Só porque eu sei ser respeitoso na hora que quero- ela o viu desviar o rosto- e também só com as pessoas que gosto.

Ela congelou se lembrou da visão que teve, seria esse o final de tudo? Ela amaria Devon? Ela não sabia como isso aconteceria, mas só de olhar o sorriso que brincou nos lábios dele, pode ver o porque, ao contrário de Caspian ele sim se importava com os sentimentos dela e isso a fez sentir um frio diferente em sua barriga, ela devolveu o mesmo sorriso sabendo que a partir dali, só deixaria as coisas acontecerem, viveria conforme as coisas andassem, sem futuro, sem uma visão do que aconteceria, só viveria o presente como se cada dia fosse seu último.