CAPÍTULO 17

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P.O.V CASPIAN

Fazia alguns dias da última vez que tinha visto Lúcia, já havia começado a ficar preocupado com a sua segurança. Também era a primeira vez que não estava comigo, desde a nossa viajem mas ao mesmo tempo me sentia aliviado por ela não estar tão perto de mim.

Não depois do beijo que trocamos, e depois da nossa pequena discussão decidi deixá-la, além do mais nem a mesma queria me ver e entendia por que ela estava se comportando assim, mesmo sem querer fiz com que pensasse que ainda amava Susana, sendo que há muito tempo havia parado de pensar nela dessa forma. A única coisa que realmente queria era achar o maldito Guardião e acabar com esse inferno.

-Alteza?- Darius entra na tenda, com uma carta na mão.

-Darius? Aconteceu alguma coisa?

-Não exatamente- diz ele se sentando- mas acho que estamos perto de achá-lo, preciso te contar algo.

Franzi a testa, Darius realmente estava preocupado com algo. Dava para perceber só de olhá-lo.

-Então conte.

-Poucos meses atrás entrei em contato com um velho amigo meu, o nome dele é Fairy Marley ele viveu em Lorgstein por um tempo. Pelo que me disse ele conheceu o guardião...

-Espera o quê?- Seria possível?

-Ele não me me deu detalhes, só me disse a localização desse homem.

-E quanto tempo demoraria para chegarmos até lá?

-Talvez em uma ou duas semanas.

-Tudo isso? Mas tudo bem. Pelo menos temos algo para nos ajudar a descobrir o paradeiro desse homem.

Comecei a andar de um lado para o outro.

-Devemos mandar uma carta para Lúcia, avise-a para nos encontrarmos lá.

Darius se levantou em direção a saída da tenda, mas se virou.

-Alteza, se me permite perguntar, o que está havendo entre você e a senhorita Lúcia?

O olhei, abri a boca diversas vezes e nada saia.

-Porquê está me perguntando isso?

-Nossos marujos estavam se perguntando, porque de repente ela havia ficado brava com vossa alteza, sendo que a mesma parecia tão... envolvida com o senhor.

Senti que estava ficando vermelho, nunca fiquei tão constrangido como naquele momento.

-Não sabia que os marujos adoravam uma fofoca, nem você Darius.

Darius só ri e sai da tenda.

Todos estavam achando que entre mim e a Lúcia havia algo. Mas de certa forma não estavam errados. Com certeza ela ainda estaria com raiva, mas logo que essa viagem acabar vou me desculpar pelo meu comportamento e quem sabe realmente algo aconteça.

P.O.V LÚCIA

Quando os raios da luz do sol adentrou em minha tenda tive flashes de tudo que aconteceu no dia anterior, e me supreendi com o simples fato de estar começando algum relacionamento com Devon, parecia um caminho incerto, e tinha medo de me arrepender de ter tomado essa decisão.

-Lúcia- diz Clarissa adentrando dentro da tenda.

Ela estava carregando algumas roupas em seu braços.

-Pra quem são essas roupas?

-São para você, percebi que estava desconfortável com as roupas que estava usando ontem.

-Aa obrigada.

Peguei os pares de roupas que ela havia trazido, uma calça e uma camisa masculina.

-Da onde pegou isso?

-Não importa agora, achei que ficaria mais confortável com elas, mas se quiser levo de volta...

-Não precisa, eu quero. Já cansei dos meus vestidos ficarem presos nos galhos.

Ela riu.

-Quer que a ajude a se trocar?

-Não há necessidade.

-Ok.

Enquanto fui colocando as roupas que couberam perfeitamente em mim, lembrei da viagem do peregrino da alvorada e como Caspian havia feito a mesma coisa por mim, me emprestando uma de suas roupas. Não devia estar pensando nele agora, não agora que deveria estar pensando em Devon que me olhava como se fosse alguma peça rara. Já Caspian toda vez que olhava para ele, podia ver a confusão em seu olhar e aquilo me entristecia e não sabia porque daquele sentimento.

Quando saí da tenda, podia ver que alguns já estavam se preparando para partir, não queria falar com nenhum deles naquele momento, fui andando por entre árvores, podia escutar o som do riacho e quanto mais andava o som ficava mais alto.

Ao ver o pequeno riacho tive vontade de colocar os pés dentro da água, mas só me aproximei e agachei perto da água, molhei meu rosto para ver se me despertava.

-Lúcia?- me viro ao ouvir a voz de Devon logo atrás de mim.

-Bom dia Dev.- digo me levantando.

Ele abriu um sorriso.

-Por que tá sorrindo?

-Você nunca me chamou assim, o único que me chama assim é o Cal.

-Ah me desculpe.- falei sentindo minhas bochechas corarem.

-Não se desculpe, eu adorei ouvir você me chamando assim.

Olhei para seu rosto, ele parecia mais contente do que antes.

-Posso te fazer uma pergunta?- pergunta Devon se aproximando.

-Claro.

-Como seus irmãos a chamavam?

Só de me lembrar deles, doía meu coração, como será que está o Ed, a Susana e o Pedro.....

-Eles me chamam de Lu.

-Lu...- diz ele repetindo como se aquilo fosse uma carícia.-Posso chamá-la assim?

-Fique a vontade.

Quando finalmente saímos daquela situação constrangedora sobre apelidos. Estava com uma sensação estranha. Mas tinha algo errado, podia sentir que algo ruim estava prestes a acontecer.

-Ainda está usando as luvas?- pergunta ele olhando para às minhas mãos.

-Sim, não quero ver o futuro de ninguém.

Ele estava olhando para o meu pescoço.

-Porque não o tira e guarda, assim não precisaria ficar o dia inteiro usando luvas.

O olhei pensativa, ele tinha razão como não havia pensado nisso antes.

-Tem razão, pedirei a Clarissa para guardá-lo para mim.

Enquanto estávamos voltando ao acampamento, não sei o que deu em mim. Mas voltei a pensar no Robin, na sua voz, na sua ameaça. E aquilo me assustou, era como se ele estivesse me observando, cada um dos meus passos e aquilo não me agradou nada.

Destino além das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora