Após comer, Rafa e Gabi pedem carona para os meninos, que ao ouvir essa pergunta apenas reviraram os olhos e concordaram. Durant o caminho as meninas ficaram me perguntando sobre qual estilo de roupa que eu gosto e o tamanho que eu uso, somente as respondo sem nem me preocupar em não estar entendendo nada. Passamos o resto do caminho ouvindo música. Ao chegarmos no shopping todas saem correndo e já entram em uma loja, logo começando a pegar um monte de roupas. Agora entendi o porquê das perguntas que elas me fizeram a pouco. Nós já andamos ao shopping inteiro e entramos em praticamente todas as lojas, estou bem cansada, mas pela primeira vez em algum tempo, estou me divertindo.
Larissa- Gente eu vou sentar naquele banco na entrada do shopping tá?- comente e dá um gole em sua garrafa de água.
Gabriela- Que isso, a gente vai lá com você. Alguém pode chamar os meninos, por favor?- quando ela termina de falar, Luisa pega o celular digita alguma coisa e o posiciona perto da orelha.
Estamos andando em direção da entrada do shopping, quando eu vejo minha prima e o grupo de amigas dela. Um pânico se instala em meu corpo. Em em ato de desespero, invento uma desculpa para sair o mais rápido do local, então falo:
- Meninas eu vou lá no banheiro e já volto tá?
Todas- Pode ir, nós vamos te esperar aqui.
Deixo as sacolas que estou segurando no chão e começo a andar com passos largos em direção ao banheiro. Assim que chego no mesmo, me apoio na pia. Abaixo minha cabeça e respiro fundo, eu sei o quanto eu já sofri com essas meninas. Quando sinto que estou pronta para voltar, levanto minha cabeça e olho meu reflexo no espelho. Instantaneamente arregalo meus olhos e sinto de meu sangue gelar ao ver o grupo de garotas atrás de mim.
Natália- Veja se não é nossa querida Manuzinha.- ela me diz olhando maldosamente.
Eu- O que você quer Natália?
Natália- Ora, eu só quero dizer o quanto você fica mais ridícula a cada vez em que nos vemos, não é mesmo as meninas?- ela diz e se vira para olhar as garotas atrá dela, que concordam com a cabeça enquanto dão risadas baixas.
Abaixo minha cabeça e falo baixinho.
Eu- A única que se encaixa nesse padrão é você.- não gosto de brigas ou confusões, mas não consegui evitar de falar isso.
Todas me olham indignadas.
Natália- Eu acho que alguém precisa aprender como se fala comigo, vocês não acham? - ela diz andando em minha direção sendo seguida pelas garotas atrás dela.
"Droga ". Penso e tento andar para trás. O que não é muito útil, já que estou perto da pia.
Natália- Bom Manuzinha, vamos ver se assim que você aprende.- fala ao ficar uma pequena distância de mim.
Ao ouvir ela dizer isso eu já sei o que vai acontecer. Sinto um forte soco no meu rosto, que fez tropeçar para o lado. Em seguida, recebo um tapa e junto de um empurrão, me fazendo cair no chão. Depois de cir e tentar levantar, a única coisa que sinto são mais uns dois ou três chutes no estômago, seguidos de alguns tapas e puxões de cabelo. Demorra uns minutos, mas iso finalmente acaba, me fazendo agradecer mentalmente.
Natália- Vê se aprende a falar comigo, se não você já sabe né? - ela se vira e sai do banheiro sendo seguida por suas "amigas".
Com bastante esforço começo a levantar. Quando me levanto totalmente, olho o reflexo no espelho e vejo que a minha boca está sangrando e que tem marcas vermelhas e roxas pelos meus braços e barriga, imagino que tenha algumas pernas mas não posso ver por conta da calça jeans escura que estou vestindo. Rapidamente eu pego a jaqueta jeans que está amarrada na minha cintura e a visto para tentar disfarçar as manchas no meu braço, lavo o meu rosto, arrumo o cabelo e saio banheiro. Logo que começa a andar sinto vários olhares sobre mim e ouço comentários como "Coitada!"; "Deve estar envolvida com coisas erradas."; "Será que ela quer ajuda?"; "Ela deve ter merecido.". Como sempre eu apenas ignoro e continuo andando em direção das meninas. Quando chego mais perto de onde todas estão, vejo que os meninos já chegaram e estão me esperando junto das meninas.
Larissa- Meu Deus! O que aconteceu com você?! - perguntou por todos.
Eu-Nada, eu só escorreguei no banheiro.
Guilherme- Tem certeza disso? - diz me olhando desconfiado.
Eu- Sim, vamos? - digo pegado minhas sacolas.
Ainda meio desconfiados eles concordam e começam a andar na direção dos carros (tivemos que dois carros por conta da quantidade de pessoas em que estamos). Ao chegar na casa do Gustavo nós entramos e de cara já vimos ele e o resto dos meninos conversando sentados no sofá. Assim que eles nos veem, param de falar e nos olham, quando entro na sala os meninos rapidamente se levantam e Gustavo vem com passos largos em minha direção .
Gustavo- Que porra aconteceu com você?
Eu- Nada, eu só escorreguei no banheiro.- falo e passo a passo por ele, não é algo que eu faço, mas eu estou quase desabando e eu não quero fazer isso na frente de todo mundo.
Gustavo-Não, você vai me contar o que aconteceu, agora! - ele aumentou o tom de voz.
Ele pega no meu braço com força e me puxa para ficar em frente a ele novamente.
Eu- Ai! - quase grito.
Ele me olha e depois tira a minha jaqueta. Ao ver os meus braços ele arregala os olhos e sussurra um "Caralho ", me solto de seus braços subo as escadas correndo e entro no quarto que estava hoje de manhã. Tranco porta e já sinto as lágrimas quentes e salgadas descendo pelas minhas bochechas. Vocês devem perguntar o porquê de eu estar trancado no quarto chorando por uma coisa dessas, mas eu explico. Desde pequena eu moro com meus tios por que meus pais morreram em um acidente de carro, mas os meus tios e minha prima não gostam de mim e sempre deixam que as pessoas façam bullying, me xinguem, zombem de mim, o que me fez desenvolver depressão profunda. Eu não quero contar nada disso para essas novas pessoas que conheci, pois já estou os interpretando como meus amigos e quero que ao menos com eles e tenho alguns momentos sem deixar que eu me deixe levar pelas memórias sombrias que me assombram... para que eu me lembre de ser feliz.
Gustavo- Manu, abre essa porta por favor! -diz batendo na porta.
Eu- Espera um pouco.- limpe meu rosto e me levanto para abrir uma porta.
Ao abrir a porta eu me deparo com Gustavo com um semblante preocupado.
Gustavo- Desculpa pelo que aconteceu lá em baixo, eu não queria te machucar.
Eu- Ei, está tudo bem.- forço um sorriso.
Gustavo fica me olhando, então falo:
Eu- Eu vou descer para pegar as sacolas tá?
Gustavo- Não precisa, eu trouxe pra você. -ele aponta para as sacolas que estão no chão.
Eu- Então eu vou tomar um banho rápido.- eu digo para quebrar esse clima estranho.
Gustavo- Hum? Ah! tá bom, fica a vontade.- ele para mim encarar e sai andando na direção da escada.
Pego como sacolas e as coloco dentro do quarto e aproveito para realmente tomar um banho.
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Salvos pelo amor
Любовные романыA noite foi marcada por um grande tiroteio no Morro do Alemão, Manu, após ser abandonada por seus tios no Morro, esconde o seu segredo. Apenas uma única pessoa será capaz de livrá-la desse trauma terrível. Gustavo também com seus traumas, somente se...