Está vindo um carro em minha direção, a cada segundo a luz forte do farol se torna mais ofuscante ao meu olhar. Tento correr em direção de uma casa amarela que está ao meu lado, mas é quase inevitável o que vai acontecer. O carro para rapidamente e logo dois homens fortes e armados vem em minha direção, fazendo com que eu me amedronte ainda mais. Tento desesperadamente correr mais rápido, mas eles conseguem me alcançar e...
-ACORDA! - ouço e sinto um forte baque em minhas costas.
Abro os olhos assustada e logo de cara me deparo com Rafa em cima de mim com um sorriso brincalhão no rosto.
Eu- Bom dia.- digo coçando meus olhos
Rafa- Bom dia! - fala se levantando e ajeitando seu pijama- Vem, temos um monte de coisas para fazer hoje.
Eu- Temos é? - falo ainda com preguiça de levantar.
Rafa- Sim, nós temos.
Eu- E quais são?- me acomodo para tentar voltar a dormir.
Rafa-Bom...
Faço um sinal com a mão para ela continuar falando e elevo minhas sobrancelhas mesmo estando de olhos fechados.
Rafa- Nós vamos a uma festa a fantasia hoje a noite!
Eu- Uma festa? - Pergunto um pouco receosa sobre o assunto.
Rafa- É! Vai ser super legal, confia em mim.- ela me chacoalha, mas eu só me cubro mais com o cobertor que estou usando.
Rafa- Agora se arruma, porque nós vamos sair pra comprar as fantasias.
Com muito esforço me levanto e vou em direção ao banheiro para fazer minhas higienes. Quando saio do banheiro, vejo que Rafa não está mais no quarto, então imagino que eu já devo estar atrasada. Rapidamente eu visto uma calça jeans escura, um moletom preto e um all star preto, me olho no espelho, ajeito o cabelo e saio do quarto. Começo a andar pelos corredores até dar de cara com a escada, me sinto até um pouco vitoriosa por perceber que cheguei a escada sem ao menos me perder. Olho para a mesa de café e lá encontro Rafa e o resto do pessoal menos Gustavo que por algum motivo não está aqui. Desço as escada e assim que chego na mesa sou recepcionada com um caloroso abraço da Rafa, que julgando pela forma que Aconteceu, parecia que não nos víamos a semanas. Mas eu fiquei feliz pelo abraço, já que foi a primeira vez em muito tempo que alguém me abraçou desta forma. Eu digo bom dia a todos e me sento para tomar café, pego um pequeno pedaço de pão já que não estou com muita fome passo um pouco de manteiga pelo mesmo. No momento em que vou coloca-lo perto de minha boca, a porta é aberta com um estrondo. Eu e a Lari levamos eu susto, mas assim que vejo que a pessoa na porta é Gustavo já fico mais tranquila e quase que involuntariamente sinto um pequeno sorriso se formar em meus lábios.
Gustavo-Caralho Hein! Vocês não cansam de tomar café na minha casa não?- ele diz alto enquanto segura a risada.
Gabriel - Mais é lógico que não, eu faço de tudo para ver o meu amorzinho.- diz passando a mão pelo peito de Gustavo que dá risada e logo o empurra.
Gustavo- Desculpa querido mas eu já estou em outra.
Gabriel - O que! Você vai me deixar?!- diz fazendo uma cara falsa de ofendido.
Gustavo ri e revira os olhos enquanto Gabriel chega mais perto e se apoia nele, o que faz com que Gustavo rapidamente abaixe o braço e dê um soco na parte íntima do mesmo, que fica agachado com ambas as mãos entre as pernas, fazendo com que todos que já estavam rindo, rirem ainda mais. Gustavo começa a passar pessoa por pessoa cumprimentando os meninos com um aperto de mão e as meninas com um beijo na bochecha até chegar no local onde eu estou sentada fazendo que meu coração acelere.
Gustavo- Bom dia.- diz com um sorriso (e que sorriso).
Ele se curva um pouco para dar um beijo na minha bochecha.
Eu- Bom dia - digo baixinho por conta de estar um pouco envergonhada.
Ele sorri e vai sentar em seu lugar.
Rafa- Bom gente já está tudo certo com a festa de hoje? Todos vão certo?
Gustavo- Está tudo certo sim.
Rafa- Ótimo , agora vamos comprar nossas fantasias!- diz se levantando e puxando todas nós em direção da porta.
Gustavo- Lembrem- se, nada muito curto hein.- fala alto.
Rafa e Gabi revirar os olhos mas continuam andando. Quando finalmente saímos para fora de casa Rafa nos olha com um sorriso maroto, e em seguida tira a chave do carro do Gustavo de sua bolsa. Todas damos risada e ficamos animadas mas ainda sim com um pequeno medo de que que ele visse. Com rapidez, entramos no carro, abrimos nossos vidros e colocamos o som no máximo. No exato momento em que vamos sair, todos os meninos saem para fora de casa e quando olham para nós enquanto falam algo que foi impossível saber o que era, pois Rafa acelerou e saímos de lá rapidamente ao som de gargalhadas. Por um segundo começo a pensar que viver está me parecendo muito mais legal do que eu pensava mas eu realmente torço para que eu não estrague essa nova descoberta por pensamentos nada felizes .
Estamos andando pelas ruas e achamos uma loja de fantasias grande, Rafa estaciona o carro e entramos na loja animadas. Pelo plano de fantasias que as meninas fizeram, nós vamos ser o grupo angelical. Eu vou vestir uma fantasia de anjo negro, a Rafa de diabinha, a Lari de anjinha e o resto das meninas vão de deusas gregas, eu gostei da escolha de fantasias delas então eu topei logo de cara. Comecei a procurar pela minha fantasia e quando achei fui direto para o provador. Quando me olhei no espelho vi que eu até estou até que apresentável nessa roupa, mas o problema é que o vestido é de manga curta, e não seria nada bom se vissem as cicatrizes. Não quero passar maquiagem ou colocar pulseiras eu vou ver se aqui tem alguma luva para vestir junto com a fantasia. Coloco minha roupa de volta, vou ao caixa e pergunto para a senhora que estava sentada lá:
- Com licença, você tem alguma luva que combine com essa fantasia?- pergunto com um sorriso calmo e levanto a roupa para que ela possa ver melhor.
Senhora- Temos, temos sim meu amor.- diz com um sorriso acolhedor.
O sorriso dessa mulher me lembrou de alguns momentos da minha infância em que eu ia na casa minha avó. Ela tinha esse mesmo sorriso acolhedor e gentil. Que saudade que eu tenho dela. Desde que minha avó morreu eu piorei com a quantidade de vezes em que tenho recaídas, talvez seja porque ela era a única pessoa que me tratava bem ou pelo fato de que minha mãe era muito parecida com ela, e ficar com ela sempre me lembrava dos bons tempos. Estou perdida em meus pensamentos e quando percebo aquela senhora já tinha saído de trás do balcão e está do meu lado, olha para ela e já sinto as lágrimas que estão descendo de meus olhos e sem ao menos pensar eu rapidamente a abraço, ela retribui o abraço e acaricia os meus cabelos fazendo com que eu lentamente comece a me acalmar. Saio daquele abraço acolhedor e a olho nos olhos e vejo que a mesma estava com olhar materno e com um leve sorriso nos lábios, me fazendo sorrir também.
Eu- Obrigada.- olho no crachá dela e falo- Luísa.- digo sorrindo.
Luísa- Imagina querida, me chame de Lu.- ela diz sorrindo- Venha aqui sempre que puder ou precisar está bem? Sinto que seremos muito boas amigas.- ela diz e o meu sorriso se alarga ainda mais.
Eu- Obrigada!
Lu volta para trás do balcão e começa a passar no caixa as coisas que eu peguei. Pouco tempo depois, as meninas também chegam e Lu Passar as roupas delas também.
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Salvos pelo amor
RomanceA noite foi marcada por um grande tiroteio no Morro do Alemão, Manu, após ser abandonada por seus tios no Morro, esconde o seu segredo. Apenas uma única pessoa será capaz de livrá-la desse trauma terrível. Gustavo também com seus traumas, somente se...