47.

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Esse garoto está demorando demais... — murmurou Huang Renjun em cima de seus cadernos. Aquela maldita professora estava quase cochilando e ele sentia novamente aquela sensação horrível e fria percorrer sobre seu corpo. Algo estava acontecendo, algo muito ruim.

Visou novamente em volta, alguns de seus colegas estudavam, outros conversavam e riam de alguma piada estúpida que alguém daquele ciclo pudesse ter dito, aparentemente se referindo a Donghyuck já que eram todos muito obcecados por ele para poderem falar sobre outra coisa. Babacas.

O chinês pegou o celular encima da mesa, ligou a tela daquele e viu um recado de Mark Lee:

"estou no colégio, mantenha os olhos atentos a donghyuck"

Ele pesou a respiração. Apenas ler o nome daquele sujeito já pudera lhe causar arrepios e angústia. Maldito dom sensitivo. Ele precisava fazer algo. Haveria uma grande probabilidade de tudo estar dando errado naquela tarde.

Renjun se levantou daquela cadeira, levando seu celular, não ligou para a mulher na classe adormecida.

Seguiu rumo da porta para fora, e daquele corredor para destino ao banheiro, onde estariam aqueles coreanos, segundo as palavras de Donghyuck.

[...]

Respiração ofegante e descontrolada de desespero, suas mãos sobre o corpo mole no chão embora a vitima ainda não houvesse desacordado.

O moreno queria chorar, nervoso. Olhou para a direção da porta para tentar avistar alguém passar e pedir ajuda, mas aparentemente o mundo era apenas pó e ar. Aquela atmosfera quebrou Jeno, seu colega de classe possivelmente morreria naquele chão gelado e umedecido.

— Donghyuck, por favor não ouse fechar esses olhos. — amedrontado disse firme, segurando o choro enquanto olhava o loiro no colo. Ele pegou o celular do bolso, digitou o número do Lee mais velho, não tirando seus olhos de Donghyuck e daquela maldita porta de cara para o corredor vazio — Mark... — suspirou fundo, choramingando entre linhas enquanto segurava o celular sobre o ouvido.

O que houve? — questionou preocupado com o irmão do outro lado da chamada, procurando em todo canto a maldita sala de reuniões ou secretaria daquele lugar horroroso.

— Ele está adormecendo, me desculpe, Donghyuck-ah está prestes a dormir. — dizia com dificuldade em meio de seu choro.

Aquelas palavras, apenas. Elas foram precisas, pois dessa vez o psiquiatra quase caiu no chão. Os olhos marejaram-se, o nó na garganta formou-se, e a única coisa que pudera de acontecer naqueles minutos seria o silêncio de ambos os irmãos.

Onde estão? — questionou o mais novo, mas não pode conter um nó na garganta se formando ao ouvir o choro do menor soar do outro lado da ligação — Jeno, por favor me diga onde estão! — aumentou o tom de voz desesperado.

— Banheiro perto da sala 211, no final desse corredor, o que está havendo? — questionou Huang ao ver Mark no corredor e se aproximar.

— Donghyuck está tendo uma intoxicação de remédios. Vá para a secretaria e peça para que liguem para a emergência, agora. — respondeu nervoso. O chinês concordou e passou a andar rápido na direção oposta do Lee.

[...]

O coração palpitando descontroladamente, os olhos cansados demais para continuarem abertos. Ele tentava, tentava o máximo que conseguia. Mas algo indicava que o sono eterno e quem sabe o diabo estivesse o chamando para ir.

— Se eu morrer me perdoe por ter tornado seu último ano tão tedioso? — ele sorriu fraco com os lábios, com os olhos cerrados olhando para o moreno.

— Para de falar que irá morrer, seu idiota. Mark está aqui na escola, iremos te ajudar, você vai ficar bem, por favor, não fala isso. — murmurou irritado para o loiro sobre seu colo.

Ele sorriu com os lábios, tentando manter alguma paz dentro de si. Ele sabia que estava na merda, na verdadeira merda e que aquilo poderia o encrencar caso conseguisse sobreviver.

Desculpe. — repetiu baixo, novamente. Desanimado, suspirando fundo, inspirando o pouco ar que parecia restar de seus pulmões.

Foi naquele momento em que Lee Jeno pudesse chorar mais e mais, tentando o máximo que pudesse não emitir algum som.

E também naquele momento em que o barulho dos passos apressados de Mark acompanhado de outros chegaram na porta do local vazio e tenso.

— Donghyuck! — o canadensce disse por fim antes dos paramédicos chegassem e barrassem a entrada do psiquiatra.

Por favor, se afaste. — a médica disse firme. Jeno obedeceu e os assistentes puderam por a maca no chão e por o Lee em cima.

Ao sair daquela porta, os professores e alunos ao redor. Os olhares preocupados de seus amigos, Jaemin e Renjun do outro lado do corredor. Os valentões e as vítimas dos mesmos absurdos. Donghyuck. Naquele estado crítico se tornou em segundos a maior crise pessoal de todo o colégio.

Afinal das contas, ele carregava o legado. Ele era o garoto mais importante entre todos naquele local. Da pior forma possível.

— Donghyuck eu liguei para seus pais, irei com eles lhe encontrar no hospital. — disse o moreno, segurando a mão do seu amado ainda naquela maca — Irá ficar tudo bem, confia em mim. — beijou sutilmente aquela derme, diminuindo os passos e vendo os médicos irem se afastando de si, daquele corredor.

can you help me? | markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora