23.

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— Não disse que seria rápido? — falou com um sutil sorriso sobre os lábios assim que acendeu a última vela, ali no balcão. Donghyuck ria sem jeito algum, estava envergonhado pelo seu medo de escuro.

— Me desculpe, Mark. Fico nervoso quando estou no escuro, assisto muitos filmes de terror... — escondeu seu rosto em sua mão direita, e cruzou a outra entre seu torço enquanto se ria, olhando para o moreno.

O mais alto desviou o olhar se si e olhou para seus pés, suspirando lentamente. Tempo para ouvir o outro se acalmar e permitir a visita do silêncio ali com eles.

Donghyuck não compreendia, ou não queria compreender o porque dele ser tão incerto.

Incerto, que me refiro, a todo aquela extrovertividade, repentina e contagiante, mas que de repente ficava introvertido, passivamente quieto.

Não sabia se estava feliz. Nunca.

— Acho que estou gostando de você. — soltou Mark ao ar, causando no loiro um sorriso largo ao ouvir suas palavras serem ditas.

Seus corações, ambos em uma sintonia inanimada. Imaginável.

— Eu também estou gostando de você. — respondeu. Mark o olhou — Na realidade, acho que tenho criado um sentimento. — desviou o olhar dele, coçou sua nuca e se permitiu sorrir discontraído — Isso me deixa confuso. Muitas coisas que andaram acontecendo desde que nos conhecemos me deixa extremamente confuso.

— Isso te assusta? — indagou.

— Eu apenas estou confuso... — se aproximou e aconchegou-se ao seu lado do balcão — Essa história está ficando confusa. Nos conhecemos tem pouco mais de um mês. Mesmo que eu seja seu paciente, ainda somos dois seres humanos. Não consigo evitar sentimentos de ódio, carinho, amor. Agora... eu estou criando sentimentos por você e isso é muito errado.

— Você acha melhor dar um basta nisso?

— Eu... apenas não sei... — ele mencionou confuso e preocupado, gerando um silêncio quase eterno naquele meio.

As mãos de Mark suavam. Suavam frias de tão aquecido se encontrava seu corpo olhando para o rosto angelical e limpo de Donghyuck. O peito do menor era uma verdadeira sala de dança, sapateando como nunca antes apenas por estar tão perto daquele rapaz de cabelos morenos.

— Bom... nós iremos deixar de nos encontrar daqui algumas semanas, pelo retorno da sua doutora.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que se você notar esses sentimentos evoluirem conforme os dias, nós podemos dar um jeito nisso de outra forma que não quebre o código de ética. — ele olhou para seus pés, atento e assustado com o que dizia — Nós podemos ver no que isso possa dar.

— Está dizendo que poderíamos dar um jeito nisso de outra forma...? Intima...? — indagou em tom de voz pouco tenso.

— Sim. — ele voltou seus olhos para o garoto — Acho que estou ficando obcecado o suficiente por isso tudo. Eu não quero me afastar de você depois que tudo acabar.

— Eu tenho que pensar. Isso não seria errado?

— Depende de como você queria fazer isso parecer. — mencionou por fim, gerando breve silêncio entre os dois naquela sala.

Mark não fazia ideia do que estava armando contra si mesmo naquele exato segundo. Era um fato, ele não queria manter Donghyuck longe mesmo após aquelas consultas chegassem ao fim.

Ele precisava daquela relação. Precisava estar presente ao lado de Donghyuck e percebia que não iria ficar tudo bem se aquilo tudo tivesse um fim trágico.

Mais. Por favor. Eu quero mais. — pediu a bebida no mesmo tom de voz.

can you help me? | markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora