(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)
Adriano decidiu falar tudo de uma vez, ao invés de ir soltando aos poucos, ao longo dos dias, ou mesmo a cada encontro.
A verdade é como um esparadrapo sobre um ferimento...se puxar de uma só vez e rápido, dói menos e se cura mais rápido.
Aquela ferida... quanto mais demorasse para ser exposta, pior realmente ficaria.
Como não dizer ao rapaz que ele estava correndo risco de ser o próximo desenhista a ser assassinado?
Como não dizer a Márcio que provavelmente a pessoa que tinha destruído o seu apartamento parecia estar com ódio dele e, pior ainda, já saber que era ele quem fazia os retratos falados pra Eugênio vender?
Tantas coisas a falar...tão pouco tempo...parecia realmente uma crueldade torturar mais um pouco o rapaz!
Márcio fechou os olhos com força e ergueu as duas mãos à frente do rosto não suportando ouvir mais nada que saísse da boca daquele completo estranho em sua vida!
_Pelo amor de Deus, para!_gemeu quase sem voz, a cabeça a mil tentando processar tanta informação.
O investigador imaginou o quanto estava sendo difícil pra ele ficar sabendo de tudo assim, de uma só vez...e Adriano sentiu-se um monstro por ter que agir de forma tão desumana não respeitando a dor do outro.
Adriano deixou Márcio ficar um tempo ali, de olhos fechados, respirando fundo como se tentasse processar tudo o que acabara de ouvir, mas visivelmente não conseguindo separar a realidade da ficção.
_Deixa eu ver se entendi. Os desenhos que faço retratam bandidos, a face de ladrões...de assassinos...pessoas que você investiga, é isso?_começou cautelosamente, como se temesse ouvir os estilhaços de algo se quebrando em sua cabeça.
Adriano resolveu apenas assentir, um simples gesto de cabeça a fim de que não interrompesse a fala do rapaz.
_Eugênio sabia disso, pegava os meus desenhos...não todos...e vendia pra você...e talvez para algum dos seus colegas...
_Talvez... não tenho certeza ainda se ele trabalhava para algum dos meus colegas._Adriano tentou ser justo deixando a margem de dúvida._Suspeito até que possa ter sido um deles que veio aqui pra procurar mais desenhos seus e fez esta bagunça toda em seu apartamento!
Adriano resolveu falar a favor de Eugênio, pois não queria que aquele julgamento prévio negativo pudesse abrigar-se ainda no coração do viúvo. Eram apenas suspeitas...nada de confirmado ainda.
_Creio que quando Eugênio começou a vender os seus trabalhos...creio que ele não fez por mal, Márcio. Ele só queria ajudar a pagar as contas do apartamento e...
O que veio a seguir surpreendeu o investigador.
_Claro que ele não fez por mal! Ele me amava!_disse Márcio visivelmente sentido pelo outro julgar mal o seu falecido parceiro.
Adriano ficou admirado com aquela resposta, pois já imaginava Márcio odiando o parceiro pela traição.
_A culpa foi minha...minha..._Márcio bateu no peito._Eu que vivia dizendo a ele que só conseguiria dormir tranquilamente quando conseguíssemos quitar as prestações do apartamento. Ele era mais tranquilo, dizia que a gente iria conseguir, mas não...eu vivia enchendo a cabeça dele, atazanando as ideias dele dizendo que as contas não fechariam um dia e nós perderíamos o apartamento. Que bom que ele teve os meus desenhos pra te vender, porque se não fosse isso e com a pressão que eu colocava sobre ele...acho que meu namorado teria assaltado um banco só pra me ver feliz!
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EM VOCÊ...EU CONFIO!-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES!-Adriano e Eugênio! A parceria perfeita para desvendar crimes complicados. Adriano, marido de Pâmela, o investigador renomado...Eugênio, namorado de Márcio, a arma secreta, o desenhista técnico-pericial...Parceiros, melhores a...