CAPÍTULO 16

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Adriano chegou na sala bagunçada, onde a garota estava olhando um álbum de fotos que estava jogado no meio do caos.

Sílvia estendeu uma foto onde ela e a amiga Angélica estavam juntas numa praia, barcos ao fundo.

Adriano poderia ter imaginado qualquer pergunta da garota, menos aquela.

_Acha que tenho cara de lésbica?_perguntou erguendo o queixo como se precisasse que ele avaliasse o seu rosto melhor.

Adriano olhou para a garota confuso. Que tipo de pergunta tão íntima era aquela para um estranho?

Ela era bonita. Cabelos ruivos, baixa, delicada, pele clara, sorriso simpático e olhos tristes.

Adriano sabia que aquilo era preconceito, mas sempre associava as lésbicas a camisas xadrez e bermudas folgadas, cabeças raspadas e trejeitos masculinos. Nada a ver com a garota feminina a sua frente.

Antes que o investigador pudesse responder, a garota falou:

_Algumas pessoas achavam que eu e a Angélica éramos namoradas. Você acha que parecemos namoradas?

Ele estava percebendo um tom carente e infantil.

Ela parecia ter um ou dois anos a mais do que Márcio.

Novamente ela não deixou Adriano responder:

_Não me vejo chupando uma mulher..._riu nervosa com a ideia._Não me vejo nem mesmo beijando a boca de uma mulher. Por que pensam isso da gente? Só porque temos amigos veados? Quem foi que disse que toda mulher que é amiga de bicha tem que ser sapatão?

O investigador concluiu que a garota devia ser meio perturbada e ele não estava ali para fazer análise...não mesmo.

Adriano estava mais preocupado com outra coisa.

_Como entrou aqui?

A garota exibiu duas chaves que trazia na mão.

_Dona Eva me deu a chave dela. Disse que era para o caso de não encontrar o Márcio aqui. A mãe do Márcio pediu pra levar algumas roupas pra ela. Acha o quê? Que eu roubei as chaves na bolsa da mãe do Márcio? Tenho cara de ladra? De assassina, talvez? Talvez tenha matado o Eugênio, será? _ela o desafiou._Quer o telefone do meu dentista para que ele prove que eu estava na cadeira dele durante mais de uma hora fazendo um procedimento no momento estimado para o assassinato? Margem de tempo? Peguei carona com um amigo que estava indo pra capital e...

O investigador já estava ficando tonto com aquela fala estranha da  garota.

_Não sei onde quer chegar._Adriano a interrompeu._Não insinuei nada a seu respeito.

A garota o encarou desafiadora:

_Você não tem cara de veado...realmente passa despercebido que prefere comer um homem.

O investigador começou a analisar se o tom quase infantil não estava sendo muito forçado para talvez esconder a verdadeira personalidade daquela mulher.

_Eu não sou homossexual, se é isso o que quer saber e o que viu lá dentro... 

Novamente ela o interrompeu de maneira inconveniente:

_Conheço poucos homens que se sujeitariam a se agarrar daquele jeito a um outro homem, diga-se de passagem um quase estranho e ainda ficar cheirando a cabeça...

Foi a vez do investigador a interromper:

_Fiquei com pena do Márcio...ele tem passado por maus momentos. Fiquei sensibilizado e quis dar um pouco de conforto, só isso.

EM VOCÊ...EU CONFIO!-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora