CAPÍTULO 39

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Márcio não fora totalmente sincero com a mãe.

O rapaz realmente queria colher mangas para Maria, mas ele poderia ter esperado um outro dia...uma outra hora...um outro momento que não fosse aquele em que acabara de ficar sabendo que Adriano iria embora imediatamente!

Márcio queria se esconder pra chorar, pra desabafar e não queria que nem a mãe e muito menos Adriano visse aquilo!

Um homem casado, interessado em ter uma experiência homossexual com ele, visivelmente a fim de ficar com ele e Márcio simplesmente o recusara na noite anterior! Perdera a oportunidade e não tinha mais volta!

Sentiu-se um fresco...um puritano idiota...um viúvo ainda preso ao falecido que, provavelmente, naquele momento, estava rindo da estupidez de Márcio!

Era bom ter carinho...fora bom aquele primeiro momento não tão íntimo...não tão intenso...não tão direto...mas ele não imaginava que não teria uma segunda oportunidade no dia seguinte...na noite seguinte!

A mãe chegara e atrapalhara tudo! A mãe e aquela outra que para ele era uma demônia...a tal da intragável Clarice!

A forma como Clarice falara...o jeito como ela olhara para os dois...Márcio se sentiu um puto ordinário...um gay capaz de aproveitar todas as oportunidades para ir logo dando o rabo para o primeiro que aparecesse!

Quanta confusão Clarice deixara na mente dele...e no coração!

O que Adriano pensaria dele? Acharia que ele era promíscuo...depravado...fácil? Ou justamente o contrário...um fresco negando fogo? Tão confuso aquilo!

Márcio sacudiu a cabeça afastando aqueles pensamentos maldosos...tentação, como a mãe costumava dizer. Ela explicara que quando a pessoa permitia que a sua energia baixasse, seja por doença, ou por depressão, ou por estresse...essa pessoa baixava também as defesas físicas e espirituais. Baixando a última, logo, logo, espíritos que vibravam em também energias tão baixas vinham infernizar aqueles que lhes davam brechas.

Márcio sentiu as lágrimas rolarem pelo rosto...o que ele queria? Ele não sabia...

O que Eugênio teria dito? Eugênio teria realmente apoiado aquela relação?

Teria...Márcio tinha certeza...ele teria apoiado e dito "aproveita, neguinho, que o homem é gostoso e é todo seu!"

Não...pensou Márcio...Eugênio dizia isso quando Márcio, já estimulado e excitado o suficiente pelo parceiro, não aguentava mais de tesão e pegava o namorado de jeito...fazia uma gulosa bem feita nele, ou mesmo deixava que ele viesse com tudo, prendendo ele entre as suas pernas com o traseiro já arrebitado para o encaixe!

"O telefone só toca do lado de lá", já lhe explicara a sua mãe quando ele perguntara se realmente não tinha como ela invocar a alma do falecido para que ele pudesse dizer mais uma vez o quanto o amava.

_Pode falar, filho...ele vai ouvir.

E ele chorou e percebeu que talvez a mãe estivesse totalmente certa: mortos sempre estão presentes, oniscientes, atentos para saber o que os vivos querem falar com eles.

Mas ele não queria saber, surpreendentemente, do falecido naquele momento, mas sim de um homem vivo...e bem vivo...bem forte...bem viril...bem macho...lindo...gostoso...

Márcio sentiu o corpo se acender, um furinho safado piscando como se dissesse "idiota, perdeu!"

Finalmente, enxergando o caminho através das lágrimas e apenas cumprimentando discretamente um ou outro empregado da fazenda que cruzara com ele, Márcio chegou à mangueira.

EM VOCÊ...EU CONFIO!-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora