Pov Harry
Há muitas coisas que pareciam como o fim do mundo. O que eu vivia ali, certamente poderia ser adicionado à lista.
As vezes, quando algo se quebrava, jamais poderia ser consertado. Não havia nada que eu pudesse fazer para mudar de ideia, nada que ela pudesse ter dito para que eu mudasse de ideia.
O que eu sentia por ela caminhava de mãos dadas com o significado da palavra tristeza. Melancolia. O que Bianca havia feito para nós ainda me causava dor no estômago. Um ano depois.
Um ano depois, aos poucos eu me permitia curar e lamentar ao mesmo tempo. Eu me permitia sentir e não forçar a cura pois... Viria naturalmente quando chegasse a hora.
Não havia problemas em eu ter estabelecido limites, não havia problemas em eu querer distanciar à mim, minha família e minha namorada das outras pessoas. Aquilo não me tornava uma pessoa má.
Não havia problemas em colocar minhas próprias necessidades e desejos acima dos outros. Ou das dela. Não significava que eu não me importava, mas sim que precisa me preocupar comigo também.
-Se não tiver nenhum problema, você poderia por favor alterar o meu pedido para viagem?
Juntei ambas as mãos, esperando pela resposta do rapaz à minha frente.
-Sim senhor, sem problema nenhum, vou já buscar.
Sorri e o vi se afastar para onde Bianca havia se afastado. Me sentei novamente e continuei buscando por respostas dentro do meu cérebro. Nada saía, eram muitos porquês para poucas justificativas.
Inclinei meu corpo para a esquerda e levei uma das mãos ao bolso da calça, tirando um papel qualquer de lá. O abri sem muito cuidado e notei que se tratava de um cartão de visitas de uma loja de artesanato que eu havia passado antes de decidir entrar na lanchonete.
"Me desculpem." Expressei para mim mesmo ao rasgar o papel ao meio e o ver ficar menor ainda.
-Com licença, poderia me emprestar uma caneta por um minuto?
Perguntei ao caixa, timidamente. A moça me entregou uma caneta de tinta preta e eu agradeci, de volta ao meu lugar.
"Se sua conta bancária continua sendo a mesma, você deveria checá-la.
Boa sorte com a sua nova jornada. H."
Você nunca deveria se arrepender de ser uma boa pessoa para as pessoas erradas. Seu comportamento diz tudo sobre você, e o comportamento deles diz o suficiente sobre eles.
As tempestades de verão eram bastante melancólicas para mim, mesmo que eu estivesse sendo um pouco dramático. Lauren amava a chuva, mesmo a de Los Angeles.
Se não fosse pela possibilidade de pegar um resfriado ou os olhos errantes das câmeras, ela estaria agora mesmo dançando e pulando por aí por entre as gotas finas que tocavam o chão. Por outro lado, eu não queria nada mais do que rolar nos lençóis a noite toda com ela.
Coloquei minha janta no banco do passageiro e dirigi até minha casa, mais do quê vazia hoje. Lauren estava ocupada com sua carreira e alguns papéis, aproveitando por fim para passar três noites com sua família de volta à Boston.
H: Sentindo sua falta esta noite... H.
L: Você está fazendo falta também, minha cama é menor do que eu pensava se comparada com a sua.
H: Haha, você pode voltar quando quiser :))
L: Você jantou? E com janta quero dizer comida saudável, e não pães.
H: Você me conhece bem, mas hoje comprei hambúrguer.
L: Amo hamburgers. Amo você. Boa noite, dorme bem.
H: Irei, durma bem também. Não sei mais como ficar sozinho nessa casa... H.
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End Of The Day - 2
RomanceQuando a vida se torna pública, quem você se torna? Quando o seu companheiro é uma pessoa famosa, o quanto vale o seu silêncio? A mídia vigiaria todos os seus passos e, tentar fugir dessa realidade, se tornaria seu mais novo desafio. No final do dia...