Capítulo 10

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Pela mansão de Naruto ser muito afastada da civilização, Sasuke andou por, no mínimo, duas horas antes de conseguir ver qualquer coisa que não fosse mato. Olhou o asfalto da estrada que parecia interminável, deixou algumas poucas lágrimas caírem e começou a andar rápido, a essa hora os capangas do loiro filho da puta com certeza já  estavam procurando por ele tinha que sumir de algum jeito.

Que jeito? Não dava pra negar que além de estar sozinho no mundo ele não tinha nada, não viu mais Shizui, porém do jeito que o irmão era, era capaz dele mesmo entregar Sasuke para o chefe. Não tinha a mínima esperança que algum táxi passasse por ali, mas tinha que dar um jeito de fugir. Se voltasse a ficar sob o poder de Naruto, iria levar uma surra ou até mesmo morrer. Após andar por um tempo viu um pequeno ponto preto vindo em sua direção. Forçou os olhos e viu que era um homem em uma moto. Sorriu. Pegou uma pedra e escondeu no bolso do uniforme.

Quando o homem já se aproximava, ele fez um sinal de socorro. O homem,foi  freiando na beira da estrada.

- Ora, ora o que está fazendo aqui sozinho?

- Eu fui assaltado - Eu preciso muito da sua ajuda moço, me leva pra casa por favor.

O homem olhou Sasuke pensando tirar proveito do jovem. Sasuke já imaginava o tipo dele, ele não o levaria para casa de jeito nenhum no maximo o usaria pra roubar ou até algo pior, o homem tinha uma arma próxima do banco. Num momento de distração por parte dele, Sasuke pegou a árma do homem que estava no banco e atirou bem na cabeça do homem, que murmurou alguma coisa e caiu duro no chão, a moto fez o mesmo.

- Oh Deus! Ele murmurou. Tinha mesmo matado alguém. -Oh Deus. Estava arrependido? Nenhum pouco.

Afinal, so tirou um peso da terra. Ele guardou a arma no bolso e levantou a moto. Sentou-se na mesma.

- Eu sinto muito só que não filho da puta. Murmurou e acelerou. Estava livre. LIVRE.

Para Naruto a porra da festa tinha acabado a muito tempo. Estava sentado no escritório, com ordens permanentes de NÃO ME PERTURBE. Olhou pela janela a imensidão verde de mato em volta de sua mansão e pensou no motivo de Sasuke ter escapado. Não via motivos para isso. Ok, talvez ele tenha o tirado de casa, tirado sua virgindade a força, ter feito ele  de prostituto matado seus pais, mandar Shizui em missões suicidas te lo vendido de novo pra um louco e tal, mas, porra, ele nunca pensou em fazer mal a ele. Talvez quando ele lhe acertou um tiro, mas PO·RR·A, ELE LHE ACERTOU UM TIRO NO BRAÇO.

Nada nem ninguém faria seu humor mudar agora. Era capaz de matar os próprios amigos se os arrombados ousasem  entrar por aquela porta. Suspirou e passou a mão pelos cabelos loiros. Saiu de sua cadeira e se sentou no sofá, escondendo o rosto em suas mãos. Lembrou da noite em que teve Sasuke Só pra ele. Cara, aquele moleque era perfeito, tinha um sorrido lindo, aqueles olhos negros brilhantes, aquela pele branquinha com veias saltadas dos braços, labios vermelhos e macios aquele peitoral e aquela barriga linda, além de um rostinho de fazer qualquer um pirar. Poderia ter sido gentil e ter aproveitado muito aquela noite sem tomar um tiro e levar um chute bem no saco? Sim. Mas isso era muito foda, porque ele não era assim e não seria agora que mudaria. Ligou o som do escritório e pegou uma garrafa de vodka que tinha por ali. Tomou um gole puro. Não iria se embebedar nem nada, mas beber um pouco não faz mal a ninguém.

- Yes , say you want to be mine again , say how much you want me. Tá Cantava e bebia tentando acompanhar o cantor não identificado por ele no momento.

Era inacreditável. Era deplorável. Naruto Uzumaki bebendo por causa de um garoto de 17 anos. Ele sorriu irônico e deu tchau para alguma coisa parada na janela. Se tivesse alguém com ele o chamaria de maluco, mas ele sabia que não. Sabia que, estava acenando seu ultimo resquício de dignidade. Estava voando pela janela naquele momento.

(...)

Sasuke chegou afobado na sua rua. Pela primeira vez desde ontem estava em um lugar bom, normal e completamente familiar. Sorriu e abriu a porta, estava aberta. Entrou e suspirou, oh Deus aleluia. Sorriu abertamente e tratou de fazer o que tinha que fazer ali, correu escadas acima e se certificou que estava sozinho. Ok. Arrumou algumas de suas roupas em uma mochila, só o básico, cuecas , bermudas, camisetas, um casaco jeans, um moletom, uma calça jeans, algumas meias, um sapato preto e um gorro, por estar de roupa de praia, tomou um banho rápido, colocou uma calça jeans e um moletom cinza. Pegou seu celular enquanto tentava revirar seu quarto em busca de algum dinheiro que fosse.

- Alô? Shika?

- Sasu? Sasu você está bem? Pelo amor de deus me diz que você tá bem!

- Eu estou bem cara relaxa. Eu preciso muito falar com você.

- Eu estou indo Sasuke onde você esta?Meu deus que bom que você ligou, que bom que está bem!

- Sasuke eu vou embora, Shika. Pra sempre. Eu ... quero saber se você quer vir comigo.

Sasuke só ouviu silêncio do outro lado.

- Cara ? - Novamente silêncio - Shika você está aí?

- Sim mano.

- Sim o quê?

- Sim eu vou com você. Eu vou fugir com você cuzão . Vem aqui pra casa e a gente saí no fusca.

- Shikamaru a gente não pode ir no fusca, ele chama a atenção demais. Se o viadinho lá me procurar vai ser mega fácil me achar. Olha, eu ... eu estou com uma moto. Uma moto preta. Existem milhares de motos pretas por aí, mas quantos fusquinhas rebaixados com turbo?

- Ok. Eu já vou arrumar as minhas malas.

- Eu chego aí em vinte minutos.

Sasuke  se despediu e suspirou. Fechou a mochila, colocou os óculos de sol no rosto, pôs a mochila nos ombros e calçou os chinelos. Andou até o quarto de Shizui e revirou ele todo. Por fim, colocou no cós da calça outra arma  que tinha achado e seu celular. Revirando tudo por ali ele acabou encontrando um pedaço de papel com algumas sílabas ao mexer no papel caiu também um cartão. Uma senha de conta bancária? Mas um cartão? Sorriu. Beijou o cartão, guardou no bolso e recolheu algumas notas de cem que tinha numa gaveta, devia ter uns dois mil reais. Saiu dali, colocou a mochila na pequena mala da moto, localizada abaixo da moto, e acelerou.

Adeus à aquela vida. Adeus à aquela merda de vida.

 O PREÇO DO ERROOnde histórias criam vida. Descubra agora