Sasuke o olhou indgnado. Pensou que já tinham superado a fase em que tinha que explicar sempre que era independente, ninguém mandava nele.
- Naruto, não vai discutir isso agora, não é? - Rolou os olhos - Às dez estarei pronto, foda-se o que você acha, e se você não me levar, pode apostar que eu vou dar um jeito de sair daqui. O que você prefere?
Naruto bufou, sabia que era uma batalha perdida. Irritado, se levantou bruscamente da mesa e subiu as escadas como um raio, já estava bastante ancioso sem Sasuke lhe enchendo o saco com aquela mania de absoluta independencia. Não era isso que ele tinha, aquilo se chamava teimosia. Seu quarto nunca lhe pareceu tão grande. Nos pés da cama, inúmeros papéis e meias.
Suspirou passando a mão nos cabelos e abriu o closet, mergulhando no mar de supras, suas peças favoritas. Ele tinha de vários modelos e todas as cores possíveis. Seu xodó era o vermelho e dourado, de longe o seu favorito. Meio abafado, ouviu um ruido em meio ao mar de silêncio, era o seu celular, largado em cima da cama. Andou até lá e pegou o aparelho. Bufou ao ver o nome de mais um baba-ovo idiota, mas atendeu assim mesmo. Estava afundado em uma chata conversa sobre alguns carregamentos defeituosos quando a porta se abriu devagar, e uma figura de cabeleira preta, entrou no quarto. Ele usava a mesma roupa e tinha um ar de interrogação. Ele se sentou na cama e ficou olhando ao redor, parando algumas vezes para olhar Naruto, e depois voltando a olhar as outras coisas do quarto. Depois de alguns minutos, Naruto finalmente desligou o aparelho.
- Está com raiva? - Ele perguntou, sem emoção alguma.
- Não. - Seco - Estou apenas estressado - Confessou.
- Eu quero muito ir - Disse tirando as suplas - Não faço apenas pra te estressar. Juro.
Naruto sorriu disfarçado e se aproximou da cama.
- Eu sei disso - Se sentou ao lado dele - É tudo muito inquietante.
- Então desista! - Indagou o olhando profundamente.
- Jamais, Sasuke. - Cortou.
E os dois se afundaram em um silêncio calmo. Devagar, Naruto se aproximou mais do namorado, até colar seus lábios em um beijo terno e calmo.
(....)
Em casa, Itachi estava na sala, assistindo a seu seriado favorito, Supernatural , na esperança de que a distração lhe ajudaria a esquecer a dor lacinante que o consumia por dentro. Lhe doía estar em um estado tão ruim, ao ponto de que nem conseguiria ir até Neji, como o irmão e os amigos fariam. Ainda não se conformava com o fato de ser tão trouxa ao ponto de acreditar nas palavras de Deidara. Ok que não eram oficialmente namorados, mas eles tinham uma química maravilhosa, e se gostavam. Ele sabia disso, ele sentia isso quando estavam juntos. Por um momento, chegou a achar que ele lhe pediria em namoro, tamanha era a seriedade do sentimento dos dois. Aí ele vem do nada com esta história ridicula e parte seu coração, e o deixa chorando, enrolado em um edredom na sala de estar, com um pote de sorvete de creme com passas, assistindo a uma série que ele amava, mas não estava nem aí pra quem tinha morrido dessa vez.
- O que pensa que está fazendo, Itachi? - Virou ao som de voz de Karura, sua amada mãe. Ela estava usando uma longa camisola de seda azul escura, os cabelos loiros estavam presos em um coque firme, e sua expressão rígida não a deixava mais feia.
- Assistindo, não vê? - Respondeu grosso e engoliu mais um monte de sorvete.
Petulante, Karura agarrou o controle remoto e desligou a tv. Itachi a olhou indignado.
- Quero dizer o que pensa que está fazendo, comendo tanto sorvete. Você abusa da sorte, garoto! Você já não tem lá essas belezas, e ainda fica se entupindo de sorvete para virar uma... uma baleia! - Disse exaltada.
- Eu tomo quanto sorvete eu quiser - Disse pousando o pote no chão - Não comprei com o seu dinheiro, pois diferente de você, MAMÃE - Disse essa palavra chria de sarcasmo - eu trabalho e tenho meu próprio dinheiro. Não vivo às custas do meu pai ou de Gaara.
Karura o olhou chocada.
- Olhe bem como você fala comigo, seu idiota. - Resmungou.
- Eu falo do.jeito que eu quiser, sua velha! - Gritou, e rapidamente virou o rosto com o impacto do tapa em seu rosto.
Karura estava ofegante e seu rosto havia atingido um tom de vermelho intenso. Itachi virou devagar e encarou a mãe com extremo desprezo.
- Eu odeio tanto você! - O moreno gritou.
- CHEGA! - Karura berrou - Chega! Você, seu imbecil, ingrato, saia da minha casa, agora!
Itachi empinou o nariz e subiu as escadas. Pegou uma mala de rodinhas, pôs as coisas essenciais e sorriu. Aquele lugar não lhe trazia nenhuma lembrança boa mesmo. Pegou sua mala, desceu as escadas com uma certa dificuldade, por conta do peso da mala, mas chegou à sala novamente. Karura não estava mais lá, então foi mais fácil. Já estava de calça jeans, e regata, jogou um moletom por cima de tudo, amarrou os cabelos e saiu da casa o mais depressa que pôde.
Dentro do carro, começou a rever seu dia; Só desgraça. Quando seu pai descobrisse o que Karura fez, certamente o pediria que voltasse pra casa. Mas a questão é que ele não queria voltar para lá. Ele tinha apenas lembranças ruins dali, de todas as humilhações que sofreu. Pensando bem, não tinha evoluido muito. Ainda era humilhado. Por todos.

VOCÊ ESTÁ LENDO
O PREÇO DO ERRO
FanfictionNaruto Uzumaki tem 21 anos e desde os 16 assumiu o poderoso império do tráfico de sua família. Sasuke teve os pais assassinados indiretamente por membros da gangue Uzumaki e de sua grande rival, a gangue Hyuga, além do irmão aliciado a se viciar em...