Capítulo 40

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Sasuke o olhou indgnado. Pensou que já tinham superado a fase em que tinha que explicar sempre que era independente, ninguém mandava nele. 

 

- Naruto, não vai discutir isso agora, não é? - Rolou os olhos - Às dez estarei pronto, foda-se o que você acha, e se você não me levar, pode apostar que eu vou dar um jeito de sair daqui. O que você prefere?

 

Naruto bufou, sabia que era uma batalha perdida. Irritado, se levantou bruscamente da mesa e subiu as escadas como um raio, já estava bastante ancioso sem Sasuke lhe enchendo o saco com aquela mania de absoluta independencia. Não era isso que ele tinha, aquilo se chamava teimosia. Seu quarto nunca lhe pareceu tão grande. Nos pés da cama, inúmeros papéis e meias.

 

Suspirou passando a mão nos cabelos e abriu o closet, mergulhando no mar de supras, suas peças favoritas. Ele tinha de vários modelos e todas as cores possíveis. Seu xodó era o vermelho e dourado, de longe o seu favorito. Meio abafado, ouviu um ruido em meio ao mar de silêncio, era o seu celular, largado em cima da cama. Andou até lá e pegou o aparelho. Bufou ao ver o nome de mais um baba-ovo idiota, mas atendeu assim mesmo. Estava afundado em uma chata conversa sobre alguns carregamentos defeituosos quando a porta se abriu devagar, e uma figura de cabeleira preta, entrou no quarto. Ele usava a mesma roupa e tinha um ar de interrogação. Ele se sentou na cama e ficou olhando ao redor, parando algumas vezes para olhar Naruto, e depois voltando a olhar as outras coisas do quarto. Depois de alguns minutos, Naruto finalmente desligou o aparelho. 

 

- Está com raiva? - Ele perguntou, sem emoção alguma.

 

- Não. - Seco - Estou apenas estressado - Confessou.

 

- Eu quero muito ir - Disse tirando as suplas - Não faço apenas pra te estressar. Juro.

 

Naruto sorriu disfarçado e se aproximou da cama.

 

- Eu sei disso - Se sentou ao lado dele - É tudo muito inquietante.

 

- Então desista! - Indagou o olhando profundamente.

 

- Jamais, Sasuke. - Cortou.

 

E os dois se afundaram em um silêncio calmo. Devagar, Naruto se aproximou mais do namorado, até colar seus lábios em um beijo terno e calmo.

(....)

Em casa, Itachi estava na sala, assistindo a seu seriado favorito, Supernatural , na esperança de que a distração lhe ajudaria a esquecer a dor lacinante que o consumia por dentro. Lhe doía estar em um estado tão ruim, ao ponto de que nem conseguiria ir até Neji, como o irmão e os amigos fariam. Ainda não se conformava com o fato de ser tão trouxa ao ponto de acreditar nas palavras de Deidara. Ok que não eram oficialmente namorados, mas eles tinham uma química maravilhosa, e se gostavam. Ele sabia disso, ele sentia isso quando estavam juntos. Por um momento, chegou a achar que ele lhe pediria em namoro, tamanha era a seriedade do sentimento dos dois. Aí ele vem do nada com esta história ridicula e parte seu coração, e o deixa chorando, enrolado em um edredom na sala de estar, com um pote de sorvete de creme com passas, assistindo a uma série que ele amava, mas não estava nem aí pra quem tinha morrido dessa vez. 

 

- O que pensa que está fazendo, Itachi? - Virou ao som de voz de Karura, sua amada mãe. Ela estava usando uma longa camisola de seda azul escura, os cabelos loiros estavam presos em um coque firme, e sua expressão rígida não a deixava mais feia.

 

- Assistindo, não vê? - Respondeu grosso e engoliu mais um monte de sorvete.

 

Petulante, Karura agarrou o controle remoto e desligou a tv. Itachi a olhou indignado.

 

- Quero dizer o que pensa que está fazendo, comendo tanto sorvete. Você abusa da sorte, garoto! Você já não tem lá essas belezas, e ainda fica se entupindo de sorvete para virar uma... uma baleia! - Disse exaltada.

 

- Eu tomo quanto sorvete eu quiser - Disse pousando o pote no chão - Não comprei com o seu dinheiro, pois diferente de você, MAMÃE - Disse essa palavra chria de sarcasmo - eu trabalho e tenho meu próprio dinheiro. Não vivo às custas do meu pai ou de Gaara.

 

Karura o olhou chocada. 

 

- Olhe bem como você fala comigo, seu idiota. - Resmungou.

 

- Eu falo do.jeito que eu quiser, sua velha! - Gritou, e rapidamente virou o rosto com o impacto do tapa em seu rosto.

 

Karura estava ofegante e seu rosto havia atingido um tom de vermelho intenso. Itachi virou devagar e encarou a mãe com extremo desprezo.

 

- Eu odeio tanto você! - O moreno gritou.

 

- CHEGA! - Karura berrou - Chega! Você, seu imbecil, ingrato, saia da minha casa, agora!

 

Itachi empinou o nariz e subiu as escadas. Pegou uma mala de rodinhas, pôs as coisas essenciais e sorriu. Aquele lugar não lhe trazia nenhuma lembrança boa mesmo. Pegou sua mala, desceu as escadas com uma certa dificuldade, por conta do peso da mala, mas chegou à sala novamente. Karura não estava mais lá, então foi mais fácil. Já estava de calça jeans,  e regata, jogou um moletom  por cima de tudo, amarrou os cabelos e saiu da casa o mais depressa que pôde. 

 

Dentro do carro, começou a rever seu dia; Só desgraça. Quando seu pai descobrisse o que Karura fez, certamente o pediria que voltasse pra casa. Mas a questão é que ele não queria voltar para lá. Ele tinha apenas lembranças ruins dali, de todas as humilhações que sofreu. Pensando bem, não tinha evoluido muito. Ainda era humilhado. Por todos.

 O PREÇO DO ERROOnde histórias criam vida. Descubra agora