Capítulo 10

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Elizabeth

     Assim que ouvi o som dos pássaros cantarem lá fora, resolvi levantar-me de minha cama. De certo modo, mamãe estava certa; eu estava sendo imatura, acovardando-me vergonhosamente. Eu precisava resolver os meus problemas de uma vez por todas.

Depois de muito pensar, cheguei a conclusão de que a solução para todos os meus problemas, estava bem diante de mim;

A solução, era ninguém mais ninguém menos do que Christian Wallace.

Não seria tão terrível assim, tê-lo como marido, seria...?

    Se aceitasse a sua proposta, teria uma vida próspera, morando em Londres –já que era lá, onde ele residia– e teria um casamento formidável; seria na medida do possível, perfeito para mim.

     Será que quando me tornasse a esposa de Christian, mamãe finalmente teria orgulho de mim? Será que ela ficaria feliz por mim?

     Voltei o olhar para o espelho diante de mim, enquanto escovava meus fios castanhos. Eu precisava estar bem apresentável. Sem dúvida alguma, teria de causar boa impressão, depois de ter recusado a proposta de Christian. Desta vez, tomaria a decisão correta e o aceitaria.

Levantei-me da penteadeira e fui direto até o guarda roupa, escolher meu traje; já sabia exatamente o vestido que usaria: um dos vestidos que tia Edith havia dando-me de presente. Ajustei o espartilho e em seguida, pus o vestido sob meu corpo.
Ele era branco, com belos detalhes rendados; caminhei novamente até a penteadeira e burrifei sob meu pescoço nu, uma colônia floral.

   Conferi minha aparência uma última vez, antes de sair à passos lentos e silenciosos, de meu aposento. Era muito cedo, então presumi que meus pais ainda estivessem dormindo. Não queria encontrar-me com mamãe, de todo modo...

Respire, Elizabeth, respire...

Inspirei e expirei, enquanto fechava a porta de nossa propriedade atrás de mim.

Com o coração quase saindo pela boca, saí de nossa propriedade e caminhei decidida, até a propriedade Laurence.

Eu esperava... Não. Precisava, não estar tomando a decisão errada...

Simon 

   Acordei terrivelmente cedo, naquela manhã. Arrisquei um olhar pela janela de meu aposento e visualizei a neve espalhada lá fora. Apesar de já  estarmos quase no ano novo,  as estações do ano pareciam estender-se mais do que o normal aqui em Petersburg, e bem, eu não gostava muito do inverno porque ele trazia-me recordações ruins, de meu passado.
Do período em que eu morava nas ruas escuras e frias de Paris...

Balancei a cabeça, tentando desvencilhar-me do rumo em que meus pensamentos estavam tomando. Se bem que, cada um de meus pensamentos  pareciam ter sido roubados de mim;

Definitivamente, haviam sido roubados, já que agora, todos os eles estavam voltados para a  mulher de que um dia, chamou-me de "brilhante".

Sorri.

    Havia sido à uns 5 anos atrás, mas ainda recordava-me muito bem da  vez em que Elizabeth havia escutado uma de minhas composições e depois de aplaudir-me com total admiração, acrescentou um: " Você é a pessoa mais brilhante que conheço, Simon! "

Senti um sorriso formar-se por meus lábios, com a simples lembrança daquela época, em que éramos apenas crianças.

Apesar de nunca ter demonstrado, eu gostava de passar as férias aqui, em Petersburg. Gostava porque era o único local em que sentia-me verdadeiramente em casa;

Sempre foi você - Irmãs Riggs 03Onde histórias criam vida. Descubra agora