Capítulo 19

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Simon

     Olhei novamente para a careta que Beth fazia, enquanto adentravámos  no hall de entrada da propriedade dos Riggs.

    — Mamãe, eu não quero que a vovó me obrigue a comer carne...

Lilianna suspirou.

    — Ela não vai tornar à cometer este mesmo erro, minha filha. Fique tranquila.

   Pelo que soube da própria Beth, o jantar de ano novo do ano passado, não havia sido tão bom assim.

   Beth contou-me aos mínimos detalhes, o quanto a sua avó havia implicado com ela, por não consumir carne.

Beth olhou para mim.

   — Simon, você pode me levar de volta para casa?

Edward bufou.

   — Não, Beth. Simon não pode. — apontou para Edith e Edmund —, por quê não segue o exemplo de seus irmãos, e fica quietinha?

Os gêmeos entreolharam-se, obviamente prendendo uma risada.

Estreitei os olhos.

Certamente aqueles diabinhos aprontariam esta noite...

Beth fez cara feia para seu pai, que afagou sua cabecinha, com um sorriso no rosto.

Lilianna pigarreou.

   — Chega de discussões bobas. Já chegamos à casa de meus tios e peço-lhes — passou os olhos por cada um de seus filhos —, que comportem-se.

Os gêmeos desviaram os olhos, enquanto Beth assentiu solenimente.

   Ao virar-se para a porta diante de si, Lilianna empertigou-se, pondo a postura de "senhora da alta sociedade". Laura Riggs não era cruel apenas comigo...

   Lilianna bateu na porta, antes de  alisar levemente seu vestido, tornando evidente o seu nervosismo.

   Desviei os olhos da porta, para meus pés, já sabendo que muito provavelmente, seria aquela senhora desagradável, quem nos receberia.

    Como esperado, a porta abriu-se, revelando a senhora em questão, que tinha um sorriso enorme no rosto.

   — Oh! Lilianna — abraçou-a—, Edward! — fez uma reverência —, Edith, Edmund! — inclinou-se para beijar a cabecinha de ambas crianças —, Beth! — dei-lhe um abraço—, e... Simon... — seu nariz torceu em repulsa, à medida em que ela aproximava-se, para dar-me um abraço.

Sem cerimônia, desvencilhei-me de seu toque, ignorando-a e passando por ela, enquanto entrava na casa.

Não suportava falsidade...

   Dei mais alguns passos, vislumbrando a enorme – mas não tão modesta– sala de estar. Havia algo realmente encantador, na forma como a mobília daquela casa influenciava no clima acolhedor e aconchegante dela.

   Laura passou por mim, apontando na direção da porta à nossa direita, que dava– provavelmente– acesso à sala de jantar.

   — Vamos, sigam-me! O jantar está à esperar-nos!

Seguimos sua orientação, chegando ao cômodo onde havia uma enorme mesa à seu centro, contendo nela, a maior variedade de aperitivos possível.

À meu lado, Beth puxou a manga de meu colete.

   — Acho que mudei de ideia... Quanta comida... — disse ela, já pondo uma das mãos sob a barriga, indicando que estava com fome.

Laura passou por mim, erguendo uma das mãos enluvadas para os assentos.

Sempre foi você - Irmãs Riggs 03Onde histórias criam vida. Descubra agora