Capítulo 11

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Elizabeth

    A cada passo que dava, sentia mais e mais, a raiva consumir-me.

    — Elizabeth, espere! — ouvi a voz de Simon atrás de mim.

Eu não iria parar. Não podia parar. Eu precisava que Christian me desse explicações. Que ele me contasse a verdade...

Se minhas suspeitas estivessem corretas, tudo havia sido um mal entendido...

Simon nunca havia posto as mãos naquela carta... Ele não havia escrito nenhuma daquelas grosserias...

Parte de mim, estava rezando para que tudo não passasse de um mal entendido... Queria que Simon não fosse o ser humano desprezível no qual o julguei ser, e sim, aquele garoto sério e brilhante, que conhecia...

     — Elizabeth, espere!

Parei assim que senti uma mão agarrar meu braço. Era a mão dele...

     Ele intensificou o toque em meu braço, fazendo-me virar para fitá-lo.
Assim que fiquei diante dele, notei seus olhos verdes fitando-me completamente confusos.

     — Simon, eu preciso descobrir a verdade... — pedi à ele, num tom de voz totalmente desesperado.

Ele franziu as sobrancelhas, enquanto observava meu rosto.

      — Verdade? Que verdade? — soltou um longo suspiro — você poderia apenas explicar-me o que está acontecendo?

Suspirei.

      — Há três anos atrás, escrevi uma carta para você... E bem, certifiquei-me de colocá-la nas suas coisas, para que você pudesse lê-la...

    Fiz uma pausa, esperando por indagações, mas ele apenas fitava-me sério, esperando por mais explicações, então continuei :

     — O fato é que exatamente depois de um mês, você respondeu a minha carta. Mas... Com insultos, grosserias e ofensas à mim...

Depois de um breve momento em silêncio, ele finalmente pareceu sair do transe.
 
     — Meu Deus... Mas como eu posso tê-la escrito, se nunca pus as mãos em carta alguma sua? Eu não consigo compreender...

Franzi as sobrancelhas.

     — Simon... Quem ficava responsável pela sua correspondência, durante o período em que você estava na França?

Ele piscou algumas vezes, até responder:

      — Christian...

Dei uma passo para a frente, pondo as duas mãos em cada um dos ombros de  Simon, enquanto perguntava, desesperada:

       — Agora você entende? Eu preciso descobrir a verdade, Simon! Preciso saber se foi ele que causou esta... Confusão!

Simon estreitou levemente os olhos, e senti-me constrangida com a intensidade de seu olhar.

      — Elizabeth, se o assunto desta carta era tão importante, porque simplesmente não conta-me a quê dizia respeito?

Imediatamente senti meu rosto corar,  com a possibilidade de revelar o verdadeiro teor daquela carta... Era uma confissão amorosa...

Mordi o lábio inferior. 
 
     Lembro muito bem, que naquela época, quando tive a ideia de  escrever uma carta declarando meus sentimentos, ter inspirado-me inteiramente em Edward, o marido de Lili; havia sido por meio de uma carta, que ele revelara seus sentimentos à ela e posteriormente, ambos acabaram  juntos. Em minha ingênua concepção,  pensei que poderia ocorrer o mesmo comigo e Simon.

Sempre foi você - Irmãs Riggs 03Onde histórias criam vida. Descubra agora