𝚃𝚑𝚎 𝙻𝚞𝚗𝚌𝚑 - 𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚂𝚒𝚡

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𝙰𝙽𝚈
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Não consegui dormir direito noite passada, desde aquele sonho maluco, toda vez que fechava os olhos, Josh e a praia tomavam minha mente.

Por isso, dormi pouco e acordei tarde, me atrasando para a programação em família planejada por minha mãe e eu só tinha uma tarefa, levar a sobremesa, meu tão famoso pudim.

Mas, ao despertar, me deparei com inúmeras mensagens da Diarra e dos meus amigos já se auto convidando para o almoço que eles sabiam que ia acontecer.

Diferente de Sabina, Di não tem muito tempo para ligações e devido aos horários diferentes em nossos países, ela sempre manda mensagem, sabendo que irei responder assim que pegar o aparelho.

Diarra cursa teatro no Brasil e faz estágio em um teatro lá em São Paulo, ou seja, não possui muito tempo livre para me ligar, contando ainda com nosso fuso horário, as mensagens se tornam algo mais fácil e prático.

Suas mensagens desesperadas eram um pedido de socorro para a "psicóloga dela", nem me formei ainda, mas já tenho pacientes, incrível. Algo sobre a família dela estava a preocupando e Sylla queria uma opinião exterior, com uma visão diferente. Então, eu tomei a frente.

Além disso, tive que lidar com meus amigos citando todos os benefícios de os ter no almoço, sendo listadas coisas como: o incrível humor deles, a solidão de domingo e a saudade de mim - a última foi claramente a mais apelativa, já que eles sabem do meu coração mole.

Por isso, tive que concordar com a ida deles, minha mãe não se incomodaria de qualquer forma, ela gosta de "casa cheia e muita gritaria", uma típica brasileira. Então deixei uma mensagem para ela avisando que teríamos mais 3 convidados.

E então, parti para a finalização do pudim, visto que o mesmo já estava assado e na geladeira desde ontem, quando cheguei da faculdade decidi adiantar essa sobremesa e foi uma ótima ideia, por saber que me atrasaria.

Após isso, comecei a me arrumar e organizar as minhas coisas, colocando tudo dentro do carro, pois ainda passaria para pegar as donzelas, digo, meus amigos, que já estavam me enchendo com a ansiedade deles.

Fiz o trajeto em minha mente, primeiro Noah, então Hina e Savannah, ele seria o primeiro por ser o atrasado, embora eu mesma não estivesse no horário, Noah sempre consegue demorar mais para sair.

Parei o carro em sua porta e buzinei três vezes, para que ele entendesse minha pressa, Noah saiu de casa falando no telefone com alguém que eu não sabia, mas ele estava empolgado. Entrou na parte de traz do carro, como bom menino, diria a Hina, e acenou me cumprimentando.

Tentei não prestar atenção na sua conversa, mas Noah fala muito alto, até parecia que era intencional, a rapidez da sua fala não me permitia identificar o assunto, me mantive quieta, mas algo em sua fala me fez parar.

Ele disse o nome de Josh?

Eles são melhores amigos, eu sei, mas mencionar esse nome me faz estremecer.

Minha mente automaticamente viaja para o dia do almoço, mesmo já fazendo alguns dias, parece que foi ontem, por estar tão fresco em minha memória.

Ouço Noah tocar no meu nome, dizendo que está indo almoçar comigo, mas após isso não presto mais atenção, por estar entrando na rua de Hina, a japonesa já estava na porta me esperando, pontual e impecável como sempre.

Se Hina não fosse tão boa na dança, moda seria a coisa dela.

Ela entra no carro, no banco do passageiro ao meu lado, lugar pertencente a ela, segundo a própria, nos cumprimenta e já liga o rádio, colocando em uma estação qualquer.

Começamos a conversar sobre as próximas férias e os possíveis planos para a mesma. Noah já tinha desligado a chamada, me dando um alívio enorme e eu nem sei o motivo disso, ele estava interagindo melhor conosco.

Paro na porta de Savannah, enquanto ouço os dois discutirem o melhor lugar para viajar, não vou me meter, no fim, Hina sempre ganha, a decisão está entre um lugar com neve e uma praia, embora aqui seja a Califórnia, não costumamos ir para a praia de verdade.

Sav entra no carro e me cumprimenta, já que os dois idiotas não param de discutir e o nosso comum é ignorar já. A australiana questiona o que tem na travessa, já querendo mexer no meu pudim, mas quando vê o olhar que lancei para ela, retira sua não lentamente.

Savannah questiona como estou me sentindo retornando a casa de meus pais, e isso me faz refletir um pouco.

Eu e meus pais temos uma relação complicada, eles sempre deram tudo de si para cuidar de mim, mas ao mesmo tempo me colocavam pressões enormes e me machucavam de certa forma, é um pouco complicado de se entender. A minha saída de casa, foi um símbolo para mim.

Símbolo de libertação e crescimento.

Provando que agora, eu dependo de mim mesma, como sempre foi, eu por mim.

Suspiro, respondo a australiana com palavras um pouco vagas e isso faz com que a mesma entenda essa tensão que eu sinto dentro de mim, já que desde muito tempo, Clarke acompanhou minhas situações familiares.

E até hoje ela diz que a escolha do meu curso reflete às ações sofridas por mim na infância e adolescência, principalmente depois que aquilo aconteceu. A psicologia seria uma forma de recuperar o apoio que não tive.

Olho para o banco traseiro e Noah está quieto agora, deixando a japonesa argumentar sobre o destino das nossas férias, estranho o comportamento do meu amigo, ele deveria estar a todo vapor na discussão.

Estaciono o carro e peço para somente ele ficar, dizendo para as meninas entrarem sem mim e levarem o pudim também, no intuito de conversa um pouco só com Noah.

- "Você está me assustando, Any, por que me pediu para ficar?" - Noah franze as sobrancelhas, ele está nervoso, consigo sentir isso.

Suspiro, a tensão de Noah também me deixa nervosa, ele não é o tipo de cara que se exalta facilmente, é sempre calmo, seu sinal de nervosismo desperta ainda mais minha curiosidade.

- "Estou querendo saber o que está te incomodando, isso, eu te conheço Urrea, pode falar." - O respondo de forma calma para que ele também o fique.

Noah suspira e fica alguns segundos em silêncio, talvez ponderando se deve ou não me contar o que está atormentando o mesmo.

- "Okay, promete que não vai me matar? Eu preciso que você prometa." - Ele fala rápido e insistente, não sei o motivo daquilo me deixar ainda mais nervosa.

Faço um sinal com a mão para ele prosseguir e falar de uma vez o que está aprontando.

- "Então, talvez eu tenha convidado Josh para o almoço na casa da sua mãe."

Noah fala rapidamente e paro de respirar ao fim de sua frase.

Josh.

Na casa dos meu pais.

Almoçando comigo.

Nós dois, no mesmo ambiente.

𝙽𝚘𝚝𝚊𝚜 𝙵𝚒𝚗𝚊𝚒𝚜
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Olá amores, esse foi mais um capítulo, o que vocês acharam, hein?

E me perdoem a demora, não se esqueçam de votar e comentar.

With Love, Triz 💛

Dream Of You | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora