𝚂𝚝𝚊𝚛𝚝 𝚃𝚊𝚕𝚔𝚒𝚗𝚐 - 𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝙵𝚒𝚏𝚝𝚎𝚎𝚗

126 23 5
                                    

𝚂𝚊𝚋𝚒𝚗𝚊
____________________

Eu sempre fui conhecida pela minha intensidade, todos os meus sentimentos são sempre mais do que as outras pessoas sentem.

Porém, no amor, as coisas são diferentes.

Eu só amei uma pessoa na minha vida, alguém que eu passaria a minha vida toda, construiria uma família e um futuro inteiro.

Agora vocês me perguntam, onde está essa pessoa? Bom, ela está num caixão, há três anos atrás, o amor da minha vida foi enterrado, após um terrível acidente.

E como você superou, Sabina? Simples, não superei.

Parei de achar que preciso esquecer de alguém para poder seguir em frente, cada pessoa que passou em minha vida possuiu seu papel, sendo bom ou ruim, tudo me trouxe um ensinamento.

Pelo menos é assim que eu prefiro acreditar, não é um luto eterno, mas uma superação diária.

Nunca vi Any gostar de alguém.

Não acho que tenha existido alguém tão real para ela e tendo estado com ela sua vida toda, acho que tenho propriedade sobre o assunto, coisa que suas amigas norte americanas não tem.

Okay, eu sei que elas não são estadunidenses nem nada, mas eu sinto ciúmes SIM.

Pode chamar de drama, eu confesso que é um pouco disso também, mas cabe a cada um interpretar do seu jeito. O meu jeito é não ver como ciúmes e sim como cuidado.

Vejamos, Any se mudou quando bem nova e manteve esse contato comigo e com Diarra, pois somos importantes para ela, então é natural que ela, estando em outro país, me deixe mais preocupada e apreensiva sobre quem estar por perto.

Afinal, eu não posso controlar tudo.

Embora eu queira, Diarra diz que sou extremamente controladora, e não nego, gosto de ter tudo sob o meu controle, de saber onde estou me metendo e conseguir organizar tudo a minha volta.

Principalmente pessoas.

Por isso escolhi psicologia, não para as controlar, mas para ensinar como retomar o controle de sua própria vida e mente, de forma saudável.

Eu lembro bem quando tomei essa decisão e todos concordaram que era o melhor para mim, mas também lembro quando Gabrielly escolheu o mesmo curso e deixou todos preocupados.

Foi uma decisão inusitada, todos achavam que ela escolheria algo voltado para música, no mínimo. Não estou dizendo que ela não será uma boa profissional, mas também não acho que aqui no seja o que ela realmente quer para sua vida. Como uma de suas amigas mais antigas, acompanhei de perto sua evolução em todas as áreas.

As vezes me preocupo se a mesma está fazendo o certo, mas nada disso está ao meu alcance, é o futuro dela e sua decisão atual não muda quem ela foi, é e será futuramente. Any sempre se dedicou em tudo que precisava fazer e tenho certeza que deve se esforçar até mais que eu.

E me lembro bem, daquela mensagem da brasileira marcando uma de nossas reuniões virtuais. Nós três sempre tentamos fazer o possível para não perder o que sempre tivemos, é óbvio que a correria e nossa vida agitada muitas vezes nos impede de manter uma comunicação melhor.

Mas as reuniões marcadas em específico, são sempre mais urgentes, significava que algo importante estava acontecendo. Bom, foi o que eu e Diarra deduzimos, já que Any sempre tem cuidado com nossas conversas.

E se eu soubesse como terminaria, talvez nem tivesse concordado em participar.

𝙵𝚕𝚊𝚜𝚑𝚋𝚊𝚌𝚔 𝙾𝚗
___________________

Di estava entrando na ala de arte quando avistei a mesma, caminhando com seus livros e conversando com alguns colegas de classe concentrada. Apertei os passos para tentar alcançar a mesma para que pudéssemos nos encontrar.

- DIARRA ME ESPERA - Ela vira assustada para mim e percebo que falei em um volume muito alto, mas decido ignorar, já que atingi meu objetivo e atrai sua atenção. Ela para de caminhar e espera eu me aproximar. - Eu só queria confirmar sobre a reunião de mais tarde com Any.

Ela revira os olhos, acena para seus colegas e diz que os encontra depois.

- Sabina, você é louca? Precisava gritar assim? - Ela fala rápido e baixo, o que me faz rir. - Sim, está confirmado, você sabe que eu não faltaria uma reunião, ainda mais se é Any que está marcando.

Diarra também tem o mesmo sentimento que eu, essa reunião está estranha.

- Eu sei que você não faltaria, "quando estiver pronta, me avise que iremos juntas", eu disse isso mais cedo, porém você ignorou, então tive que correr. - Diarra ri com meu drama, ela tem uma mania irritante de ver minhas mensagens, porém não responder, anda até seu armário para deixar alguns materiais e segue comigo para a lanchonete da faculdade.

O nosso curso é noturno, o que torna as coisas complicadas, por aqui ser noite e em LA início da tarde, nos viramos do nosso jeito, e esse é o horário marcado de sempre.

- Seja sincera, sobre o que acha que é? - Pergunto enquanto nos sentamos e preparamos nossos pedidos, deixamos para comer juntas, já que teríamos que chegar mais cedo aqui.

- Olha, sendo sincera, não faço a mínima ideia, ela estava estranha quando conversamos da última vez, mas não acredito que seja algo alarmante. - Ela suspira, sei que está preocupada, minha amiga sempre agiu como mãe do grupo, mesmo tendo a mesma idade que nós.

Pego meu notebook da bolsa e posiciono em cima da mesa, esperando Gabrielly iniciar a chamada, enquanto isso, nossos pedidos chegam e começamos a comer sem esperar a mesma.

Alguns minutos depois, recebo a notificação e aceito a chamada de vídeo, nossa amiga aparece na tela, a mesma está no restaurante brasileiro que tanto ama, a claridade entra pela janela à sua esquerda e podemos perceber a diferença do horário. Ela tem uma expressão nervosa, mas inicia a conversa normalmente, como se não pudéssemos notar.

- Ok meninas, não vou enrolar, tenho muito para falar e vou direto ao assunto. - Any diz e nos preparamos para uma bomba.

Ela passa 10 minutos explicando a situação, eu e Diarra permanecemos em silêncio, esperando que a mesma desabafe tudo que precisa para que possamos opinar sobre a situação.

- Em resumo é isso, agora por favor me dêem uma luz. - Ela respira fundo e vejo a tensão no seu corpo.

- Como assim, Any? Você está sonhando com um cara que acabou de conhecer?- Digo tentando entender a história, isso não faz o menor sentido.

- O nome dele é Josh, Bina, fala direito, né! - Diarra me corrige e percebo que minha fala foi um pouco grossa.

Vejo uma movimentação estranha acontecendo no outro lado da tela, Any vira para olhar e vê duas pessoas, observo sua expressão mudar. Identifico sua amiga japonesa, mas não conheço o cara que acompanha ela. Gabrielly retorna o olhar para nós de forma rápida e eu entendo tudo.

A segunda pessoa era Josh, o cara a quem nos referíamos.

- Josh, eu posso explicar. - Any diz olhando para o mesmo.

- Pode começar a falar então. - Ouço a voz dele pela primeira vez.


𝙽𝚘𝚝𝚊𝚜 𝙵𝚒𝚗𝚊𝚒𝚜
___________________

Olá amores, esse foi mais um capítulo, o que vocês acharam?

Não se esqueçam de votar e comentar.

With Love, Triz 💛

Dream Of You | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora