𝙹𝙾𝚂𝙷
____________________Os pais de Any me receberam muito bem, já a mesma não garanto que esteja muito feliz com minha presença, mas não a culpo, afinal, sou um completo intruso nessa situação.
Após comermos, caminhamos para sala, enquanto as outras meninas decidem ajudar na cozinha, o pai de Any me direciona e fala sobre algum jogo de futebol, o qual eu não tenho o mínimo conhecimento. Não me entendam mal, gosto de esportes no geral e tudo mais, porém como um garoto nascido no Canadá, futebol definitivamente não é um dos esportes mais incentivados lá.
Ele para de falar por um instante e encara um piano localizado no canto da sala, próximo a uma lareira acesa que traz um ambiente de aconchego ao local. Observo o instrumento melhor, é bem grande, de uma madeira escura, está perfeitamente limpo, como se tivesse sido limpo recentemente, as notas brancas reluzem contra o fogo que vem da lareira e mesmo não sabendo tocar, o instrumento parece me chamar.
Pergunto ao homem se o mesmo toca, ele sorri de forma triste - eu acho - e no mesmo instante me arrependo da pergunta, ele respira fundo e me olha como se quisesse me confortar que aquilo foi uma ação inocente e sem culpa. Ele olha para cozinha, onde podemos ver as meninas conversando e rindo. Noah estava afastado no celular.
Any sorria enquanto arrumava a mesa, parecia genuinamente feliz com sua mãe e amigas, Hina me pega encarando e sorri de um jeito engraçado, fico um pouco envergonhado por ter sido visto a olhando, mas tento fingir costume, embora Hina já me conheça bem.
A japonesa e eu fazemos o mesmo curso, dança, portanto temos uma conexão diferente eu diria, ela é a única que posso contar nessa área e possivelmente a mulher que eu sou mais próximo naquela faculdade, nos conhecemos nas primeiras aulas e viramos amigos automaticamente, seu estilo de dança é incrível e parece um pouco com o meu, então me identifiquei rapidamente.
Ela faz um sinal com a cabeça tentando me pedir para voltar para o cômodo que a mesma está, mas Noah desliga seu celular e vem na direção do piano, observando o como eu fiz anteriormente e sei que a presença do instrumento deixou Urrea entusiasmado, afinal ele é um musico, o mesmo pergunta ao pai de Any se pode tocar algo.
Meu amigo se senta no banquinho do piano e começa a tocar uma melodia que reconheço imediatamente.
[Coloquem para tocar This City- Sam Fischer]
É algo calmo e cria um clima agradável ao local, o pai de Any senta no sofá enquanto observa Noah com admiração, vejo as meninas caminhando para sala após ouvir algumas notas. Sav se anima rapidamente com a música e revela que é uma de suas favoritas, assim como eu.
Any fica em um canto somente olhando as interações do local e me pergunto se a mesma se sente desconfortável conosco e, principalmente, comigo aqui, mas quando Noah e Savannah começam a cantar, vejo ela se encolher um pouco e paro de a olhar quando a mesma me encara, talvez se perguntando o motivo de meus olhares curiosos.
A música envolve o ambiente, me levando a sussurrar a letra de forma tímida, sei das minhas habilidades com a dança, mas sobre cantar ainda tenho muita insegurança, mesmo Noah me dizendo que tenho talento e que preciso me esforçar um pouco mais para ficar perfeito. Mas na maioria das vezes, eu o ignoro e prefiro continuar focando na dança.
Urrea nos chama para ir mais para perto do piano e assim obedecemos, Hina e os pais de Any permanecem sentados no sofá. Sav olha pra Any e sinaliza com a cabeça para que a mesma comece a cantar, mas ela nega e ignora a amiga, me aproximo dela e começo a cantar baixinho perto da mesma, ela se assusta com minha voz e me encara com surpresa, talvez por estar cantando.
- "Eu não sabia que você cantava tão bem, Joshua." - Ouço Gabrielly sussurrar e sua voz me arrepia, meu nome soa tão bem quando vindo de sua boca.
- "Você não me conhece, Any." - A respondo da mesma forma e completo - "não ainda." - A brasileira sorri com minha fala e balança a cabeça, me sinto orgulhoso por fazer a mesma sorrir.
- "E você, brasileira, não vai cantar não?" - Digo para a mesma, já tinha notado o receio da mesma em cantar, só não sabia o motivo.
Ela sorri de forma desconfortável e sinaliza com um não com sua mão e decido ficar calado, mas a mesma começa a cantar baixinho e vai aumentando o volume de sua voz enquanto canta e eu me pego hipnotizado por seu talento, todos no cômodo param de cantar e a observam.
Any Gabrielly atrai toda a atenção do local.
E isso não me surpreende, essa menina é fenomenal, a letra e melodia se encaixam perfeitamente a cada verso que ela entoa. Vejo Savannah sorrir orgulhosa para a amiga que devolve o sorriso e me pego apreciando a amizade de ambas.
Any olha para mim e me cutuca pedindo para cantar com ela e assim o faço, não há nada que essa garota me peça que eu consiga não fazer, não neste momento. Não me importo com nossos amigos ou seus pais no local, me concentro só nela e a acompanho.
Quando Noah encerra a música, ainda estamos nos encarando e eu não sei descrever o que sinto, mas em anos, é a primeira vez que me conecto com alguém dessa forma e ignoro minha maior insegurança e ao que parece é a de Any também.
Saimos do transe quando nossos amigos começam a bater palmas e gritar, dizendo o quão talentosos somos e vejo Any ficar envergonhada. Hina me olha com uma cara maliciosa, como se quisesse me dizer algo sobre meu momento com Any.
Meu momento com Any.
Não sei como isso aconteceu e o motivo, só me senti confortável com ela ali e naquela hora, não posso negar que estou em dúvida sobre o que isso significa para nós dois agora, não somos amigos, de longe, no máximo, somos conhecidos, mas tenho certeza que ela sentiu a mesma coisa que eu.
Uma conexão.
𝙽𝚘𝚝𝚊𝚜 𝙵𝚒𝚗𝚊𝚒𝚜
_____________________Olá amores, esse foi mais um capítulo, o que vocês acharam, hein?
E me perdoem a demora, não se esqueçam de votar e comentar.
With Love, Triz 💛
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Dream Of You | Beauany
Fanfic"All I do, since I met you, is dream of you" O que acontece quando você começa a ter sonhos estranhos com um cara que acabou de conhecer? Any Gabrielly se encontra presa nessa situação após sonhar com Josh Beauchamp, um quase desconhecido. Iniciada:...