Amizade Colorida

Capítulo 9

POV Claire

A risada do Jamie tomava conta da mesa, junto com Geillis que estava se divertindo às nossas custas. Não sabia se meu amigo estava rindo de nervoso ou porque ele realmente não estava nem aí para o flagra que havíamos sofrido. Mas resolvi me juntar a eles, agora não tinha mais o que fazer, que desculpa iria inventar? Que o Jamie estava passando mal e precisou de uma respiração boca a boca? Ou o contrário? Afinal faria mais sentido eu estar passando mal, mas isso nem vem ao caso, a desculpa seria péssima de qualquer maneira e Geillis não era tão compreensiva e discreta como Mary para aceitar qualquer besteira que falaríamos para justificar o ocorrido.

Eu apenas agradeci minha amiga por estar já um pouco alta por causa das várias doses de uísque ingeridas e não insistir em querer detalhes do que estávamos fazendo minutos antes no corredor dos banheiros. Ela se contentou em dar alguns conselhos sexuais totalmente inapropriados que não iria seguir, mas que provocaram mais risadas na nossa mesa. Risadas que logo perderam a graça para o próximo assunto, no caso, um casal que estava brigando na nossa frente e logo se entendendo de uma maneira, que, como posso dizer? Não apropriada para um local público.

Resolvi relaxar e beber mais um pouco. Notei que a mão do Jamie apertava minha perna por debaixo da mesa a cada gole que dava da minha bebida, não sabia se era para continuar as provocações ou era para me chamar a atenção da quantidade de álcool que estava ingerindo, de qualquer maneira, ignorei as duas opções e continuei animadamente meu papo com Geillis sobre a razão pela qual o casal que estávamos observando antes havia brigado. Logo descobri que Jamie realmente estava me chamando a atenção em relação a bebida, pois quando me viu soluçando, um claro indício que já havia passado da minha cota aceitável, a mão que apertava minha perna veio acompanhada de uma feição bem carrancuda:

- Acho que podemos ir, Sassenach, não quero que me culpe depois por cair da moto enquanto ia pra casa, mesmo sabendo que a culpa é inteiramente sua já que não bebi nada a noite toda! – ok, não estava feliz e mesmo tentando fazer uma piada, o seu sorriso fraco demonstrava o quanto estava frustrado por eu ter bebido demais.

- Jamie, não seja dramático, eu estou ótima! Assim como meu equilíbrio! Nunca cairia da sua moto, a não ser que me derrube de propósito! – e para demonstrar o que estava afirmando, levantei da cadeira rapidamente, o que foi um erro depois de passar tanto tempo sentada e bebendo. Senti a mão forte do Jamie me apertando na cintura e me segurando para não cair no colo dele.

- Vamos Sassenach, acho que você já provou que seu equilíbrio está ótimo! – ele falou com toda a ironia que possuía.

E também não esperou por uma resposta minha, me puxando pelo braço sem quase não me dar oportunidade de me despedir da minha amiga. Quando chegamos em sua moto, fui quase derrubada pelo capacete que ele jogou nas minhas mãos, mas o que estava acontecendo? Já tinha bebido assim antes quando fomos em outros pubs e sempre virei motivo de suas piadas e provocações que não aguentava nada de álcool. E realmente achei que estávamos nos divertindo:

- Jamie! – chamei por ele enquanto o via colocar o capacete. – Fraser! – gritei quando vi que me ignorou. Ele olhou pra mim e não falou nada. – Qual é o seu problema? A sua cueca virou do avesso? Achei que a gente estava se divertindo!

- Minha cueca está bem, obrigado, e por enquanto só vejo você se divertindo. – ele respondeu com um meio sorriso, logo voltando ao que estava fazendo.

Não sei o que tinha deixado ele daquele jeito, mas não iria estragar minha noite e também não tinha paciência para frescuras. Subi na moto e me acomodei atrás dele. Não iria admitir isso nunca, mas durante todo o caminho senti que o mundo girava ao meu redor, o que fez eu me segurar tão forte ao corpo do Jamie que sabia que deixaria marcas. Quando chegamos ao nosso destino, no caso a casa dele, desci cuidadosamente da moto para ter certeza que ainda sentia minhas pernas: