47 | luna

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O barulho vindo do ginásio era gigantesco. A banda dos alunos do colégio estava tocando. Eu estava do lado de fora, com as mãos dentro dos bolsos do meu casaco de couro.

A verdade é que eu não queria estar aqui. Foi pelas meninas. Elas esperaram quase dois anos para esse bendito festival do colégio, porque uma banda dos alunos mais velhos ia tocar.

Eu queria ficar sozinha. Não conseguia olhar pra Shawn, e pensar que muito possivelmente eu estaria iludindo ele. E não consigo olhar pro Sammy...porque meu deus, eu não consegui parar de amar ele.

Fiquei sozinha, ao lado da porta, fazendo menos barulho que eu conseguia. Não queria chamar a atenção de ninguém, porque não queria que ninguém soubesse que eu estava aqui.

— O que você está fazendo aqui fora? — Era a voz de Shawn — Vamos entrar, tá frio.

Shawn estendeu a mão e me segurou pelo braço. Me afastei bruscamente, e ele me olhou confuso, colocando as mãos no bolso da sua jaqueta.

— Eu não consigo...

Falei baixinho. Meus olhos se encheram de lágrimas, e não demorou muito tempo para a feição de Mendes ficar pálida. Ele sabia do que eu estava falando.

— Você não pode o amar Luna.

— Mas eu amo Shawn! — Disse — Você não entende? Eu não consigo!

Minha voz falhou e o moreno trincou seu maxilar.

— Eu sou apaixonado por você Luna. — Ele diz simples — Espero que isso possa te explicar tudo.

Shawn tira do seu bolso uma caixinha, e coloca em minha mão. Era um anel.

Ele me olha uma última vez antes de entrar de novo na escola, e limpa uma lágrima, depois colocando as mãos novamente no bolso.

— Eu cansei de tentar salvar você.

Escutei a porta ao meu lado bater. Me sentei no chão gelado de concreto, ao mesmo tempo que uma brisa fria alcançou meu rosto.

A porta foi aberta bruscamente de novo, e dessa vez minhas melhores amigas passaram por lá.

— Luna! — Exclamou serena correndo até meu encontro.

Ela tentou me levantar, mas quando percebeu que era impossível, se sentou ao meu lado.

— Chamem ajuda! — Ela gritou — Eu estou aqui com você ok?

Senti o meu peito apertar e comecei a chorar de  dor. O ar foi embora, e de uma hora pra outra eu simplesmente esqueci como se respirava.

[...]

Acordei deitada na maca da infernaria. Pude reconhecer Johson, Gilinky e Nate. As meninas também estavam lá.

— Ela acordou. — Disse Anita.

No mesmo momento Fernando entrou na sala com um copo de água, me estendendo. Bebi devagar.

— Eu terminei com o Shawn. — Suspirei. Lola vem até mim e me abraça.

G se ajoelha na minha frente e faz carinho no meu joelho.

— Desculpa por isso doer tanto. — Ele diz.

— Não é culpa sua Jack. — Eu digo — É tudo culpa minha. Uma alto-ilusão. Me apaixonei por uma imagem montada que eu tinha sobre uma pessoa, mas aconteceu que ela era o contrário disso. Ninguém vive em um conto de fadas.

Me levantei da maca e todos ficaram apreensivos. Parecia que eu era feita de porcelana.

— Eu vou pra casa.

— Posso te levar. — Disse Jonhson.

— Obrigada JJ. — Respondi educada — Mas eu prefiro passar por isso sozinha.

✔️ | charm attack ❥ sammy w.    Onde histórias criam vida. Descubra agora