48 | luna

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Las Encinas nunca pareceu tão intediante. Era estranho. Eu sempre tinha alguma coisa pra fazer, ou sempre estava lendo algo ou rindo de alguma coisa.

Estava colocando alguns livros em meu armário. Quando fechei a porta, vi a alguns metros de mim, Samuel parado no meio do corredor, segurando sua mochila nos ombros.

Suspirei pesado e virei as costas, me direcionando a sala de aula. Sentei ao lado de Lola, e esperei a aula começar.

— Tava com saudades de sentar aqui com você. — Ela me diz, encostando a cabeça no meu ombro — Como se nada tivesse acontecido.

— Eu queria que nada tivesse acontecido. — Solto um risinho. — Nunca agradeci tanto por não estudar na mesma turma que os dois garotos.

Uma gritaria é escuta no corredor. Os alunos começam a prestar atenção, da mesma forma que um cachorro faz quando ouve algum barulho. Todos levantam das suas cadeiras e saem quase que correndo da sala. Fui a última a sair.

Passei por entre as pessoas, com dificuldade, mas cheguei até a frente daqueles barricada. Me assustei com o que vi no chão: Sammy estava por cima de Shawn, desferindo socos pelo seu rosto, mas atingindo principalmente o seu nariz.

— Parem com isso! — Gritei.

Vi Gilinsky e Nathan aparecerem por entre aquela pequena multidão. Jack puxa Shawn pra longe, o arrastando pelo chão, enquanto Nathan segura samuel pelos ombros.

— Você retira o que disse! — Gritou Shawn, logo após levar sua mão até seu nariz que sangrava.

— Eu retiraria se fosse mentira. — Wilk responde orgulhoso.

Reviro os olhos.

— Que patifaria é essa? — Grito quando chego na roda.

Samuel congela. Shawn trava o maxilar e fecha os pulsos, balançando os ombros para que Gilinsky o soltasse.

— Eu vou pra enfermaria. — O moreno diz e levanta do chão.

Caminho rapidamente até o mesmo, passando por entre as pessoas, tentando chegar ao seu alcance o mais rápido possível.

— Shawn! — Gritei.

Ele não parou. Segurei no ombro do garoto e o trouxe pra trás, o fazendo me olhar.

— O que você quer Luna?

— Quero falar com você.

— Você não entende? — Ele diz com ar de deboche — Você não me ama. Eu te dei tudo. Estive lá quando até mesmo suas amigas não estavam, e em troca eu recebo isso.

O garoto volta a andar e eu seguro no ombro do mesmo de novo.

— Não faz mais isso, por favor. — Ele suspira — Eu ainda preciso de tempo pra saber que só somos amigos.

Mendes sai andando pelo corredor e vira a primeira à direita, entrando na enfermaria.

Suspiro pesado, e coloco as mãos na cintura. Caminho devagar até onde a briga tinha acontecido, e ninguém tinha se mexido nem um centímetro.

— Luna...

O sussurro de Samuel me chamou atenção. Eu olhei no fundo dos olhos dele e sorri, caminhando de volta para a sala de química. Me sentei na mesa e comecei a anotar coisas em meu caderno, como se nada do que aconteceu tivesse acontecido.

Queria ter esse poder. Muita coisa não teria acontecido.

✔️ | charm attack ❥ sammy w.    Onde histórias criam vida. Descubra agora