49 | luna

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Último dia de aula antes do verão, e por incrível que pareça, não parecia que era esse tão esperado dia.

No começo, eu achava que estaria andando nesses corredores agarrada aos braços de Sammy. Depois, pensei em Shawn, me fazendo
rir e dizendo que quando ele fosse pra faculdade nós dois ainda seríamos amigos.

Mas era o extremo disso. As meninas estavam conversando ao meu lado, enquanto eu encarava o corredor, na esperança de um deles passar por lá.

Jack, Gilinsky e Nate chegaram. Todos os três me cumprimentaram com um beijo na bochecha.

— Vai ter uma festa de despedida na casa do Sammy hoje. — Diz Nate, enquanto coloca uma mecha do cabelo de lola atrás da orelha dela. — Logo depois da escola mesmo.

Suspiro alto e todas as minhas amigas olham pra mim.

— O que foi gente? — digo — Não vejo pro problemas. Eu vou também.

O sinal logo bate, e a primeira coisa que eu faço é sair daquela roda, cheia de pena. Me dirijo para minha primeira aula.

[...]

Eu estava sentada na minha cama, enquanto via minhas amigas se arrumarem no meu quarto.

Eu tentava forçar um sorriso, mas a minha cabeça estava cheia de cachos, sorrisos, água do mar e olhos verdes.

Eu não conseguia parar de pensar nele.

Suspirei alto e Anita me olhou de relance. Sorri para a minha amiga, que voltou a passar seu rímel calmamente.

Escutamos uma buzina, e depois a voz de Nathan e de Gilinsky no andar de baixo.

— Os meninos chegaram! — Grita Serena, que já tinha descido.

Eu e as meninas nos direcionamos até a porta, descendo as escadas logo em seguida. Me despedi dos meus pais e segui para a porta com as minhas amigas.

Assim que eu vi o carro, senti uma falta de ar. Vi os relances: eles se beijando, depois se cumprimentando, conversas furadas.

— Eu não vou conseguir. — Eu disse, e todos m olharam confusos. — Eu não vou conseguir.

Sai correndo até o jardim, pegando minha bicicleta que estava jogada no gramado. Subi em cima dela e comecei a pedalar o mais rápido que eu conseguia.

— Luna! — Gilinsky me chama.

— Deixa ela. — Escuto jade dizer.

As vozes deles foram ficando cada vez mais distantes, e eu logo pude escutar as buzinas dos carros e todo o movimento de Madrid.

A estação de trem estava a metros de mim, mas eu não tinha mais tempo. Larguei a minha bicicleta na sarjeta e corri para dentro.

Ao ver aquela televisão cheia de horários, procurei a que dizia "Paris". O embarque já tinha começado, eu estava atrasada dois minutos.

Sai correndo por entre as pessoas e entrei na área dos trens. Guardas estavam atrás de mim, e gritavam para eu parar. Mas eu não podia.

Corri mais, e um trem passou bem ao meu lado, levantando todo meu cabelo. De longe, o vi em pé, na fila, segurando suas duas malas e de cabeça baixa, mexendo no seu celular.

Os cachos estavam jogados na sua testa, do jeito que eu os deixava quando tinha acabado de bagunça-los.

Parei para respirar e recuperar o ar.

— Não haja como se não tivesse sido nada. — Falo alto, para que ele possa me ouvir.

Shawn levanta seus olhos até mim, e me encara confuso.

✔️ | charm attack ❥ sammy w.    Onde histórias criam vida. Descubra agora