Capítulo 21: Convite.

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A R I A

  - Onde você está morando agora? - Pergunto quando nos dirigimos para a próxima aula. 

 - No mesmo lugar. Meus pais não venderam a casa quando foram porque sabiam que cedo ou tarde voltaríamos. - Rafael encolhe os ombros e felizmente, chegamos antes do professor na sala. 

 Louise e Jordan na mesma hora arregalam os olhos e caçam pra ver se tinha lugar em volta delas vagos, mas não, o que nos fez sentar na última mesa de dupla no final do corredor. 

 || Quem é????? E desde quando você fala com alunos novos??? || - Recebida. 

 Só de graça, eu respondo. 

 Enviada. - || Desde quando são bonitos.|| 

 Mas antes que ela possa infartar, acrescento. 

 Enviada. - || Apenas zoando. É o Rafael. O meu antigo vizinho, lembra? ||

 Louise não participou tanto da minha infância, mas acho que ela já brincou com a gente sim e como eu era grudada em Rafael, ela deveria lembrar quem era. 

 || Aquele Rafael? O feio? || - Recebida. 

 Eu guardo meu celular, lhe lançando um olhar pela sala e ela encolhe os ombros, divertida e murmurando um "desculpas", mas não parecendo nada arrependida. Tinha se lembrado de quem era então. 

 O professor entra na sala segundos depois e eu confesso quase babar um pouco pela inteligência do ser do meu lado. Não estou falando "nossa, que atração, pegava" (não que não pegaria) era uma de admiração mesmo. 

 - Qualquer prova em dupla, a gente vai fazer junto agora. - Aviso, porque mesmo que eu gostasse e estudasse, ter uma ajudinha na hora de fazer as questões não me mataria. 

 - Combinado, então. - Mas sabia que provavelmente teria que fazer com Jordan e salvar ela de repetir de ano e estava tudo bem. Era a minha amiga. 

 Quando a aula termina, apresento ele pras meninas que ficam realmente interessadas - Louise no caso só pra saber o que estava rolando, Jordan... - e nos despedimos pra seguir pro corredor e estacionamento.

 - Como você vai voltar pra casa? - Pergunto por curiosidade mesmo, qualquer coisa Louis pudesse lhe dar uma carona.

 Rafael sorri e aponta pra um montinho em volta de alguma coisa em meio dos carros. Chegando mais perto, conseguia ver que era um carro esportivo prata que realmente se destacava ali. 

 - Por que diabos você tem um desse? - Ele encolhe os ombros. 

 - Porque eu pedi. - Eu queria que a vida fosse assim tão fácil pra mim também. 

 A história por trás que motivou os pais de Rafael a irem para África era ainda melhor. Não foi por caridade... bem, foi, até certo ponto. Mas não foi por vontade. Foi que a avó dele fez uma promessa para a mãe dele melhorar e mesmo atolados até a barriga de dinheiro, sua família é muito religiosa e foi cumprir. 

 Eu não entendia como podia ter tanta gente rica numa cidade só, sinceramente. 

 Estava pronta pra me despedir dele, quando ele aponta pro carro - que eu estava completamente apaixonada e quase babando sobre - e balança a chave. 

 - Se você quiser uma carona. - Era muita coisa boa acontecendo num dia só. Isso não acontecia comigo. Não era normal. Deveria ter alguma coisa errada que eu não estava vendo. 

 - Querer, eu quero. Mas acho que meu irmão me mata. Na próxima, eu estou dentro. - Ele concorda comigo e com um último sorriso nos despedimos. 

The DUFF - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora