17- The truth

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Após um grande período de voo, acho que o Kook identificou o caminho ao qual nós estávamos seguindo.

—Como... –Escutei o Kook falar, porém o vento dificultava muito.

—O que?

—Como você sabe daquele lugar? –Ele falava um pouco mais alto.

—Eu te explico quando a gente descer.

Nós ficamos em silêncio até o momento em que o Aponi pousou e nos deixou descer de suas costas.

Eu segui em silêncio em direção ao gazebo de pedra braca, o Kook me seguia, porém antes de nós chegarmos lá ele parou, e eu olhei para ele.

-O que está acontecendo Tae? Como? Por que aqui?

Sabendo como não teria para onde fugir, eu respirei fundo e contei para ele, desde as visões vindas do Aponi, até aquelas que eu vi durante esses sete dias desacordados.

O Kook escutou tudo aquilo em silêncio, e depois de eu falar a parte do beijo, ele ficou vermelho e abaixou o rosto.

—Você tem conhecimento sobre a data dessas lembranças? –Ele perguntou olhando para mim seriamente.

—Não, a do beijo teve sentimentos muito fortes, acho que foi recentemente, mas eu não sei o quão recente.

—Foi um dia antes de você chegar, nós voltamos para casa, agimos como se nada tivesse acontecido, o pai do Taegir o chamou para conversar e eles beberam, lembrando que ele já tinha bebido comigo antes daquilo. O Até voltou para o quarto tarde da noite, tão tarde que eu não consegui acordar quando ele me chamou, quando tudo aconteceu.

—Como você sabe disso? Que ele te chamou.

—Chamados não atendidos ficam marcados no broche para sempre, mas eu acho que você não percebeu, pois só existe uma chamada perdida. A daquele dia. O único dia em que em não atendi o chamado do Taegir, ele foi embora, e quem acordou no lugar dele, foi você.

Eu fiquei em silêncio, o Kook claramente se sentia culpado por tudo aquilo, eu precisava contar para ele.

—A culpa não é sua Kook...

—Como não, se eu tivesse atendido o chamado, eu poderia ter impedido isso, eu poderia ter feito ele ficar! –Ele começava a levantar a voz, estava tremendo muito. –Você me trouxe até aqui só para me contar isso?

Ele estava chorando, um choro que parecia estar mais ligado a uma dúvida do que a saudade.

—Na verdade não, tem outra coisa.

—O que? –Ele olhou para mim, claramente tentando segurar o choro.

—Eu e o Taegir somos a mesma pessoa, quer dizer, mais ou menos, é meio confuso. –Disse passando a mão na nuca.

—Oi?! –O Kook me olhou agora ele já tinha parado de chorar. –Explica isso direito Tae.

—É por isso que eu queria me sentar ali antes, vai que você fica confuso e desmaia. –Apontei para o gazebo.

—Eu não vou para lugar nenhum antes de você me explicar isso direito. –Ele disse se sentando no chão.

—É sério? –Olhei para ele, não é possível que ele prefira ficar sentado nesse sol de quase duas da tarde no verão do que simplesmente sentar comigo.

Fiquei olhando para ele incrédulo, tinha esquecido que ele é muito cabeça dura as vezes, quase sempre.

—Tô esperando. –Ele disse apoiando os braços atrás das costas.

Me sentei na frente dele, respirei fundo e decidi falar tudo de uma vez.

—É o seguinte, eu sou o Taegir, porém eu sou ele de outro mundo, universo, realidade, não sei. Eu só sei que eu e o Taegir estamos ligados, e isso significa que eu tenho sentimentos reais por todas as memórias dele, na verdade não é real, é muito bizarro na verdade. –Parei para respirar, e voltei a falar antes que o Kook tivesse qualquer chance de me interromper. –Eu sinto tudo que ele sentia pelas pessoas a minha volta, a não ser por você, por algum motivo eu me sinto próximo a você como meu melhor amigo, mas sempre parece que um sentimento não é acessível. –A expressão do Kook mudou, ele me olhou surpreso e confuso ao mesmo tempo, difícil explicar com palavras. –Eu tenho acesso a grande parte das memórias mais importantes para ele, e eu sinto como se elas fossem minhas, como e eu realmente tivesse vivido tudo aquilo, sentido todos aqueles sentimentos, e eu não sei explicar o porquê disso, eu só sei que eu só vim para cá, quando eu quis, então talvez o Taegir também quisesse ir para o meu mundo.

Eu estava respirando pesado, olhava para o Kook procurando alguma reação, mas ele simplesmente permanecia olhando para o chão, como se aquela formiga fosse a coisa mais interessante do mundo.

Comecei a sentir minhas costas queimarem, o sol estava batendo tão forte nelas que meu corpo inteiro estava suando. Eu sabia que o Kook não vai sair do transe dele até colocar a cabeça em ordem, na medida do possível, então eu simplesmente me levantei e fui andando até o degrau do gazebo que ficava em frente ao lago, um dos poucos lugares que ainda existia sombra.

Uma quantidade considerável de tempo passou, eu estava cansado de ficar observando as fadas voando de um lado para o outro, nada de magico parecia novidade, era como se eu sempre tivesse vivido aqui, com essas criaturas, elas viraram cotidianas, como cães e gatos, só que agora eram dragões e eu finalmete me toquei que o cachorro daquela lembrança não era nada parecido com um cachorro do meu mundo.

Me perdi em meus pensamentos de novo, tentando lembrar perfeitamente a aparência do nosso antigo animal de estimação, porém fui trago de volta para a realidade quando o Kook se sentou ao meu lado.

Ficamos algum tempo em um silêncio terrivelmente desconfortável, até que ele decidiu se pronunciar.

—O que você quer fazer agora? Quer dizer, agora que você sabe disso tudo. –Sua voz estava baixa, mas eu conseguia entender.

—Eu acho que nós temos que arrumar um jeito de concertar isso, quer dizer, eu voltar para o meu mundo e o Taegir voltar para cá. –Respondi no mesmo tom que ele, provavelmente iríamos falar assim por um tempo.

—Você tem alguma ideia de como a troca e vocês aconteceu?

—A única coisa que eu tenho quase certeza é que ele queria que ela acontecesse também, mas de resto eu não sei nada, só coloquei o anel dele no dedo e desmaiei, depois disso a próxima coisa que eu vi foi meu quarto no castelo.

—O que seria motivo suficiente para ele simplesmente querer fazer isso, eu não entendo, como ele faria isso sozinho no quarto dele, não tinha nada de diferente quando eu cheguei lá de manhã.

Então nós olhamos um para o outro, nossas mentes trabalhando tão rápido que quase era possível escutar os pensamentos do outro.

—O ESCRITÓRIO! –Falamos juntos.

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FELIZ DIA DAS CRIANÇAS PARA QUEM AINDA É CRIANÇA E PARA QUEM N É MAIS

NUNCA DEIXEM A CRIANCA DENTRO DE VCS MORREREM GT

AAAAAAAA

OBRIGADO PELO CRESCIMENTO DA FIC DE VDD AMO VCS

BYE
💜

I Promise {KTH*JJK}Onde histórias criam vida. Descubra agora