ROMANCES MENSAIS
LIVRO IX – CONTRATO DE SETEMBRO
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CAPÍTULO XIII – PASSADO
Assim que termino de tomar meu banho, saio da banheira e uso uma das toalhas limpas no armário do banheiro para me secar. Com a toalha em volta do meu corpo, passo a mão pelo espelho embaçado do banheiro e encaro a minha imagem por alguns instantes. Suspiro, ao ver o nariz e os olhos inchados depois de tanto chorar e me sentia patética por não ser tão forte e controlada com as minhas emoções como minha irmã mais nova.
Eu sempre fui uma manteiga derretida, mas desde a morte de meu pai, chorar se tornou quase um ritual para mim. Todas as noites, assim que eu chegava em casa e me deparava com o silêncio e a escuridão, a solidão me atingia como um golpe certeiro. Eu sentia falta de Sam e seu jeito divertido. Sentia falta de ouvir as piadas sem graça de meu pai e suas narrações exageradas sobre o seu dia.
Mas o pior de tudo era ter que lidar diariamente com a lembrança de encontrar o corpo gelado de meu pai caído no chão da cozinha com inúmeros vidros de alguns medicamentos que eu usava para me acalmar. Por mais que eu tentasse esquecer, a dor me dilacerava todas as vezes em que eu retornava para casa, depois de passar o dia na empresa que ele batalhou tanto para construir.
Encontrar com Maggie após um dia cheio de momentos felizes não estava em meus planos. Não que eu sentisse raiva da mulher. Mesmo com todos os motivos do mundo, ela sempre me tratou muito bem e se esforçou muito para tentar conquistar a minha confiança. Mas todas as vezes que eu olhava em seus olhos tão idênticos aos de Hershel, eu não conseguia fingir que estava tudo bem.
Eu estava com a carga emocional alta demais. Ir para casa só me traria ainda mais dor e pensamentos perigosos. Eu não queria ficar sozinha em uma noite chuvosa com tantas lembranças em minha mente. Encaro minha mão e sorrio ao ver o anel de noivado brilhando em meu dedo anelar. Daryl era mesmo um homem maravilhoso.
Ainda era difícil de acreditar que ele havia concordado em me trazer para o seu apartamento sem qualquer questionamento ou relutância. Daryl tem fugido de mim por muito tempo. Na verdade, ele sempre parece ter a guarda levantada para qualquer pessoa que tenta se aproximar dele. Ele nunca fala sobre si e parece esconder o universo em seus lindos olhos azuis. Isso só despertava ainda mais o meu desejo de saber mais sobre ele.
Ainda que nos conhecêssemos há dez anos, essa era a primeira vez que eu vinha ao apartamento de Daryl. E era por isso que assim que saímos da casa de Maggie e que compartilhei com ele uma das histórias de minha vida que eu mais gostaria de esquecer, eu me animei em visitar o seu lar. Esperava encontrar alguma coisa que me dissesse mais sobre Daryl e sobre a sua família, já que até algumas semanas atrás, eu nem mesmo sabia que ele possuía um irmão mais velho.
O apartamento de Daryl ficava no último andar de um luxuoso condomínio no centro de Hawkins. Mas ao contrário do que eu imaginei, não havia fotos ou objetos que me desse informações sobre Daryl. Minimamente decorado em cores neutras, apesar de muito bonito e elegante, tudo naquele lugar era bastante impessoal e sem vida.
Deixo o banheiro e volto para seu quarto, encontrando sobre a cama uma muda de roupa, assim como ele havia dito que deixaria. Observo o cômodo e bufo ao ver que nem mesmo seu quarto não possuía objetos que me dissessem mais ele. Era frustrante como ele parecia saber tudo sobre mim e eu continuava a nadar no escuro sobre seus traumas e seu passado.
Desanimada, visto a camiseta branca de Daryl, que parecia mais um vestido para mim e uma cueca nova dele. Minhas roupas molhadas estavam lavando e não havíamos passado em minha casa para pegar minhas coisas, por isso, essa noite eu teria que vestir suas roupas. Não que eu achasse ruim essa situação. Era reconfortante sentir seu cheiro tão próximo de mim, ainda que não da maneira como eu gostaria.
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Contrato de Setembro
FanfictionApós a morte de seu padrasto e o desaparecimento de sua irmã mais nova, Beth Greene não teve escolha a não ser lutar para assumir a presidência das Corporações Puckett e impedir que o seu maquiavélico e ganancioso tio colocasse as mãos na fortuna da...