Ciúmes

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO IX – CONTRATO DE SETEMBRO

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CAPÍTULO XV - CIÚMES

Desde que cheguei na empresa, meu dia estava se resumindo em revisar contratos das Corporações Puckett com algumas grandes empresas, confirmar meu noivado com Daryl e exibir o anel de noivado. Era impressionante a velocidade com a qual a notícia de termos chegado junto e ainda de mãos dada se espalhou pela empresa. E como as pessoas pareciam ter medo de Daryl, todos acabavam arranjavam desculpas esfarrapadas para se aproximar e saciar sua curiosidade sobre nosso possível relacionamento.

E se antes eu já era conhecida por ser a filha do presidente da empresa, agora eu tinha me tornado o centro das atenções por ter domado o coração de gelo de Daryl. Ao mesmo tempo, alguns dos investidores e diretores que encontrei enquanto corria de um lado para o outro na empresa, resolvendo problemas, pareciam bem felizes e animados com a notícia. Eles até mesmo me cumprimentaram com sorrisos agradáveis nos rostos, algo que não vejo desde nunca.

Os velhos machistas e rabugentos pareciam prestes a saltitar. Eu tinha quase certeza de que em suas mentes limitadas, eles enxergavam meu casamento com Daryl uma forma de me manter mais mansa e sob controle. Apesar de incrivelmente babacas, eles não eram idiotas. O fato de ter conseguido marcar uma reunião com os líderes no campo alimentício, quando nenhum outro investidor ou diretor da empresa conseguiu durante anos deixava claro que eu era muito mais capaz do que meu tio para assumir a presidência.

Daryl também era visto como alguém influente e de bons instintos. Depois que investiu nas Corporações Puckett, ele conseguiu o retorno muito maior que o esperado e passou a investir em outras pequenas empresas que igualmente trouxeram lucros surpreendentes. Isso o tornou um dos homens mais ricos do mundo. Ainda assim, ele estava sempre participando das atividades da primeira empresa que o levou ao sucesso e ajudando a desenvolver novos projetos para ampliar nossa gama de produtos. Então era claro o respeito que ele recebia dos funcionários, investidores e diretores da empresa.

Era óbvio que nosso envolvimento era vantajoso aos olhos dos velhos idiotas. No entanto, isso também apresentava uma ameaça a alguém que vinha se mantendo quieto e discreto desde que eu concordei com a condição dos investidores da empresa para que eu me tornasse presidente das Corporações Puckett.

Desde que recebi a ligação de Sam, eu havia entrado em contato com Natasha Romanoff, ex-namorada de tio Clint, e uma talentosa agente da CIA. Ela sabia que Hugh era o responsável pela morte de meu pai, ainda assim, sem provas, tudo não passava de acusações e suspeitas sem fundamentos. Ter Sam internada em um manicômio e a perícia apontando a cauda da morte como suicídio não ajudavam em nada a convencer a justiça a reabrir o caso e investigar o envolvimento do homem.

E era por isso que eu permanecia insegura quanto a presença de Hugh na empresa. Não por minha vida, mas pela a da minha irmã. Qualquer atitude minha poderia resultar em graves consequências para a garota que está em um outro continente em um hospital psiquiátrico corrupto que aceitou internar uma pessoa sã sem qualquer necessidade por dinheiro.

Suspiro e deixo o contrato que revisava sobre minha mesa, virando-me para encarar Hawkins da janela de minha sala. Eu não conseguia me acostumar em ficar longe de Sam. O meu desejo de ligar para minha irmã e contar sobre as loucuras em que eu tenho me metido nas últimas semanas fazia meu peito doer. Ergo minha mão esquerda e encaro o anel em meu dedo anelar. Ainda era difícil de acreditar que em alguns dias eu irei me casar com a mesma pessoa com quem tenho tido uma quedinha desde que o vi pela primeira vez.

Contrato de SetembroOnde histórias criam vida. Descubra agora