ROMANCES MENSAIS
LIVRO IX – CONTRATO DE SETEMBRO
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CAPÍTULO XXVI - DESEJO
Desde que minha esposa avisou que entraria no apartamento, depois de constatar que havia alguém dentro de casa, eu parei de ouvir sua voz do outro lado da linha. Eu tentei ligar mais vezes, mas Beth não atendia as minhas ligações, por mais que eu tentasse falar com ela. Isso foi o bastante para que o desespero me atingisse e minha mente passasse a criar inúmeras teorias do que poderia ter acontecido.
Tomado pelo medo do que poderia ter acontecido com Beth, nem mesmo espero para me despedir e explicar para a Madre Abigail o que havia acontecido, antes de sair do orfanato cantando o pneu do carro. No trânsito, a minha imprudência não foi menor. Deslizo por entre os outros veículos, ignorando as buzinadas e xingamentos dos motoristas e pedestres. Eu apenas queria chegar em casa o mais rápido possível e garantir que minha esposa estaria bem.
Durante o trajeto, tento ligar mais algumas vezes para Beth, mas novamente não sou atendido. Decido mudar a estratégia e acionar a polícia, ou mais especificamente, Glenn e Maggie. Eu sei que Beth é forte. Eu a vi em ação quando enfrentamos os homens de Hugh. Ela foi incrível e conseguiu acabar com quatro homens como se não fosse nada demais. Ainda assim, o medo de que ela se ferisse ou de ficar com ela falava mais alto. Assim, eu esperava que Glenn conseguisse enviar uma equipe para prender o bandido e como essa pessoa invadiu a minha casa.
- Ei! Eu estava pensando agora mesmo em te ligar para ver como...
- Não temos tempo para isso, Glenn. Beth pode estar em um enorme perigo nesse exato momento. Preciso que envie uma equipe para o meu apartamento agora mesmo. – Interrompo meu melhor amigo, virando bruscamente uma rua, ignorando o sinal vermelho. Recebo mais buzinadas e xingamentos em resposta. Eu já tinha perdido as contas de quantas regras de trânsito eu já tinha quebrado desde que entrei como um louco em meu carro.
- O que aconteceu? – Pergunta Glenn, surpreso.
- Eu não sei ao certo. Nós estávamos conversando pelo telefone, enquanto ela ia para casa. Ela encontrou a porta de casa aberta e disse ter ouvido barulhos vindos do apartamento. Beth disse que entraria e mesmo eu implorando para que ela fosse embora, eu tenho quase certeza de que ela me ignorou completamente e entrou. Desde então, ela não me respondeu e nem atendeu as minhas chamadas. – Conto, deixando evidente para o agente do FBI o motivo de meu desespero.
- O quê? Ela não seria louca de...
- Sim, Glenn, ela seria. Você não conhece a Beth. Ela não tem qualquer filtro ou controle. Beth é a pessoa mais teimosa e imprevisível que eu conheço. Não tenha dúvidas de que ela seria capaz de fazer uma loucura dessa. – Respondo e Glenn suspira, incomodado. – Eu estou a caminho de casa, mas eu temo que a pessoa que invadiu seja um bandido perigoso e...
- Não se preocupe. Eu e a minha equipe iremos agora mesmo para o seu apartamento. – Responde Glenn, antes que eu externalizasse meus receios. – Vai ficar tudo bem. Eu tenho certeza disso. Além do mais, Maggie e você disseram que ela conseguiu nocautear quatro homens perigosos com facilidade. Beth é forte. Ela vai ficar bem.
- Espero que esteja certo. – Desejo, sentindo meu corpo tenso só de pensar no que poderia acontecer. – Eu preciso desligar.
- Tudo bem. Nós nos encontramos no seu apartamento. – Despede-se Glenn, encerrando a chamada em seguida.
Acelero ainda mais o carro e sigo pelas pistas movimentadas de Hawkins, irritado com a demora para chegar ao meu destino. Tento ligar para Beth mais uma vez e como nas outras trinta vezes que tentei, ela não me atendeu. Eu torcia para ela estar bem, porque eu definitivamente teria que colocar um pouco de juízo na cabeça louca de minha esposa.
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Contrato de Setembro
FanfictionApós a morte de seu padrasto e o desaparecimento de sua irmã mais nova, Beth Greene não teve escolha a não ser lutar para assumir a presidência das Corporações Puckett e impedir que o seu maquiavélico e ganancioso tio colocasse as mãos na fortuna da...