Promessa

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO IX – CONTRATO DE SETEMBRO

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CAPÍTULO XIX - PROMESSA

A primeira vez que lidei com a perda de uma pessoa importante para mim foi aos cinco anos. Eu perdi minha mãe e minha irmã mais nova, Melanie, que morreu minutos depois de seu nascimento. Eu era nova demais para entender o que acontecia, mas ainda me lembro de ver meu pai de coração chorando, agarrado ao meu corpo e dos olhares de pena das pessoas.

A segunda vez que tive que lidar com a morte foi aos nove anos. Vovó Rose, mãe de meu pai, era como muito próxima a mim, então foi difícil aceitar que eu nunca mais prepararia biscoitos e nem iria ao parque com a minha avó de consideração. Eu já tinha idade o suficiente para entender o que tinha acontecido e sofrer com o luto.

A terceira vez foi ainda mais impactante e dolorosa para mim. Aos dezoito anos, eu vi Sara Hopper, minha adorável e divertida prima perder uma luta dolorosa para o câncer. Ela era como uma irmã mais nova e mesmo sabendo da severidade da leucemia, eu ainda não estava preparada para dizer adeus a ela. Mesmo sendo a mais velha dos primos Barton, eu não consegui ser forte e acabei vendo minha família se distanciar.

Após dois anos e alguns meses, nós nos reunimos e conseguimos seguir em frente. Falar de Sara ainda era um assunto complicado entre nós, mesmo depois de dez anos, mas aprendemos a usar a dor como uma forma de nos unir. E eu estava indo muito bem até perder meu pai e ser obrigada a me afastar de Sam ao mesmo tempo e por culpa da mesma pessoa, Hugh Greene, meu tio materno.

Na minha extensa lista de pessoas que odeio, Hugh conseguiu ultrapassar até mesmo Hershel. Como se não bastasse ele ter tirado a vida de meu pai, ter sequestrado e enviado minha irmã para um manicômio em Paris, agora ele também estava usando meu ponto fraco para me atingir.

Além de ter Sam em suas mãos, ele agora estava usando a vida de Daryl para me chantagear. Eu o odiava e odiava mais a mim mesma por ter machucado Daryl e seu grandioso coração. Mas a verdade é que eu não sabia o que fazer. Não tinha muitas escolhas além de ceder as chantagens de Hugh. E eu me odiava por isso.

Mesmo dizendo a mim mesma que lutaria para fazer Hugh pagar pelo que ele fez e que protegeria com unhas e dentes o que ainda me restava, eu não consegui proteger Daryl de se tornar um alvo de meu tio. Eu jamais conseguiria lidar com mais uma perda e acabei me silenciando e o afastando quando eu deveria revelar a ele todo esse sentimento insano que carrego desde que o vi pela primeira vez.

Eu o amo. Sempre amei. E deveria ter dito a ele quando seus olhos ainda exibiam aquele brilho de esperança. No entanto, depois de ser levada por Hugh ao depósito da mansão da família Queen, ele deixou claro que eu havia cometido um grande erro ao me envolver com Daryl e ter o trago para o meu mundo.

Como eu poderia confessar meus sentimentos, se ao meu lado ele só ficaria em perigo? Não era justo com ele. Daryl merecia viver com alguém que não o envolvesse em problemas e nem que tornasse sua vida um verdadeiro campo minado.

Hugh queria se vingar de mim e estava disposto a usar minha irmã e Daryl para isso. Seus homens já haviam recebido a ordem de matar Sam e as armas apontadas para Daryl durante a festa me fizeram abaixar a guarda. Como consequência, eu agora tinha uma semana para passar todas as minhas ações, a de meu pai e as de Sam da Corporação Puckett para o nome de Hugh ou ele mataria as pessoas que eu mais amo no mundo.

Ele conhecia a rotina de Daryl. Até mesmo havia me mostrado fotos e vídeos da casa de Daryl e de todos os amigos dele, gravações de conversas pelo telefone e acesso as mensagens que trocávamos. Hugh sabia de tudo. Até mesmo sobre o nosso contrato de casamento. O maldito havia invadido a minha casa e encontrado a minha cópia. Até mesmo ameaçou entregar o contrato a embaixada americana, para que Daryl fosse deportado e perdesse qualquer chance de conseguir o seu Green Card.

Contrato de SetembroOnde histórias criam vida. Descubra agora