ROMANCES MENSAIS
LIVRO IX – CONTRATO DE SETEMBRO
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CAPÍTULO XVIII - INSEGURANÇA
Beth tinha um olhar desesperado em seus olhos. Ao lado de alguém que era bem mais alto do que ela, a garota o encara e eu sabia que havia algo de errado. Ela então se vira e sai acompanhada pela pessoa de capuz que estava de costas para mim. Nem mesmo me dou ao trabalho de dar qualquer explicação aos investidores da Corporação Puckett, saio atrás da garota para entender o que estava acontecendo.
E enquanto tento atravessar apressado a pista de dança, que estava repleta de jovens dançando animados a música que o DJ tocava, acabo esbarrando em alguém e ouço seu resmungo irritado ao se molhar com a bebida que segurava. Desvio momentaneamente os olhos do caminho que Beth fazia com o desconhecido para ver em quem eu havia esbarrado.
- Não basta ter roubado minha garota e me convidado para o casamento, você ainda quer destruir a minha melhor roupa? – Ironiza Jimmy ao me reconhecer.
- Ela nunca foi sua garota, Jimmy. – Retruco, encarando-o impaciente. – E sinto muito por esbarrar em você. Agora eu preciso ir.
Antes que eu desviasse de Jimmy para ir atrás Beth, o rapaz de olhos verdes e cabelos castanhos me encara com uma seriedade que eu nunca tinha visto em seu rosto. Ao contrário do brilho divertido em seus olhos e do sorriso traquina que ele sempre carregava, mesmo quando falava sobre assuntos sérios, Jimmy parecia pronto para me atacar.
- Eu sei que esse casamento é falso e que vocês estão se usando para alcançar seus objetivos. Por enquanto, eu respeitarei a escolha de Beth, mas não se esqueça de que no momento em que essa mentira chegar ao fim, eu não vou poupar esforços para conquista-la. Então aproveite bem o tempo em que você ainda pode brincar de casinha com ela, porque eu definitivamente não irei desistir dela. – Sussurra Jimmy próximo a mim, para que somente eu ouvisse sua ameaça. Ele aperta o dedo contra meu peito e me encara de forma petulante. – Você pode ter se casado com ela, mas isso não muda o fato de que você vai sempre ser o sócio do pai dela, que ela apenas está usando para conseguir a presidência da empresa. E eu não tenho dúvidas de que eu também fui uma possibilidade que passou pela mente dela. Então não se anime demais. No fim, eu ainda serei aquele que ficará com ela e a fará feliz.
Jimmy se afasta, sorrindo confiante. Ele pega o lenço no bolso de seu paletó e começa a limpar o vinho que eu derrubei sem querer em sua roupa branca, dando as costas para mim. Permaneço parado alguns instantes, tentando ignorar suas palavras, no entanto, eu não conseguia parar de me sentir inseguro. Ainda que eu odiasse admitir, de certa forma, o que ele disse não era realmente uma mentira. Beth realmente o cogitou para se tornar seu marido e nosso casamento começou porque era benéfico para ambos.
Respiro fundo, tentando manter a calma. Relembro então que eu ainda precisava encontrar minha esposa que estava agindo de uma maneira que era estranha até mesmo para ela. Olho em volta em busca de algum sinal da loira ou de algo que indicasse para onde ela havia ido, no entanto, tudo o que eu encontrava eram pessoas dançando, bebendo, comendo e conversando. Beth não estava em lugar algum do jardim.
Ainda olhando em volta, sigo em direção a mansão da família Queen, dessa vez, tomando cuidado para não esbarrar em mais ninguém e acabar derramando sua bebida. As palavras de Jimmy continuavam a me incomodar como o barulho de pingo de uma torneira mal fechada. E não encontrar Beth em lugar algum não me ajudava em nada a pensar racionalmente. Aos poucos, o desespero começava a tomar meu coração.
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Contrato de Setembro
FanfictionApós a morte de seu padrasto e o desaparecimento de sua irmã mais nova, Beth Greene não teve escolha a não ser lutar para assumir a presidência das Corporações Puckett e impedir que o seu maquiavélico e ganancioso tio colocasse as mãos na fortuna da...