O que eu faço agora?
De todos os meus planos para hoje, estar na porta de um hospital parado de novo com certeza não fazia parte, quando sei de casa pensei em como conhece – lá melhor, não consigo explicar mais algo nessa mulher me encanta, talvez seja a forma como ela luta para mostrar sua força, ela é uma incógnita, uma parte de uma grande equação que não consigo decifrar. Parado aqui penso em nossa conversa e consigo entender um pouco de tudo. Pelo menos em alguma coisa somos parecidos, a vida não foi fácil para ela também, mas de uma forma diferente, no meu caso minha família sempre esteve unida, mesmo nas dificuldades. Agora ela pelo que percebi sempre teve apenas a mãe, e uma vida solitária.
Preciso ajuda – lá a perceber como é boa, em nossas poucas conversas já percebi isso, na verdade sei muito mais do que ela imagina, nesse período que ela esteve fora me tornei amigo da Karen, e percebi que ela é muito mais que uma fã, se tornou uma amiga leal, e através dela estou desvendando a misteriosa Samantha.
Mas voltando a situação atual, pelo que ouvi de sua história essa visitinha ao hospital vai demorar, pensando nisso decido pegar um taxi e ir ao escritório buscar seu carro, ela provavelmente vai precisar dele.
Chegando lá percebo que Karen não sabia da situação, pois fica muito surpresa quando me vê.
- "Cadê a Sam?". Antes que comece a chuva de perguntas eu conto as coisas que sei.
- "O pai dela passou mal, ela está no hospital, e vim pegar o carro dela, poderia me entregar a chave?". Sua expressão vai de espanto a duvida em minutos.
-"Uhum, será que a Sam vai gostar? Acho melhor ligar para ela". Quando ela pega o celular, eu seguro sua mão e com toda a educação que ainda tenho digo:
-"Olha Karen, ela tá tão atordoada que nem vai lembrar do carro, então se você puder me entregar a chave vai ajudar bastante". Isso foi educado, pelo menos pareceu em minha cabeça.
- "Tudo bem, tadinha ela tá passando por uma barra, vou pegar na sala dela, peraí". Fico esperando, e pensando que a situação deve ser bem pior do que ela comentou, antes que posso formular possíveis problemas além dos que ela contou vejo Karen voltar com a chave.
Quando vou agradecer ela fala: - "Olha sei que você tá querendo ajudar, mas não magoa a Sam, ela é muito boa, as vezes pode não parecer, mas ela tem um coração enorme".
- "Pode ficar tranquila, eu só estou levando um carro, nada demais". Menina estranha, que mal tem em querer ajudar.
- "Eu sei onde isso vai parar, e não quero que ela sofra".
- "Prometo que ela não irá sofrer, agora vou indo, muito obrigada Karen, até mais"
Ela continua olhando seria para mim, mas responde: - "Até, qualquer coisa me avisa"
Chego no estacionamento, e o carro está na primeira vaga, como era de se esperar, a pessoa mais pontual do mundo, teria a melhor vaga. Entro no carro, e percebo tudo bem arrumado, e um carro super limpo, ligo o carro e sigo para o hospital, espero que ela não tenha ido embora.
Paro o carro e mando uma mensagem para ela:
Oi, tudo bem?
Em poucos minutos chega uma resposta:
Sim, você ainda está esperando?
Acredito que vamos demorar.
Decido entrar no hospital, não vou ficar trocando mensagens na porta, e além do mais, se ela realmente quiser que eu vá embora, deixo a chave com ela e vou.
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Devaneios de uma mulher de 30
RomantizmSamantha, é uma jovem prestes a completar trinta anos, cheia de vida e projetos. Com temperamento difícil, muitas vezes acaba por se isolar no seu mundo perfeito, mas algo inesperado acontece e a tira do chão, fazendo pensar e reviver seu passado, e...