Dicas para o anjo

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Mark pousou no topo do prédio mais próximo do local da festa. Recolheu suas asas compridas e observou bem o lugar, havia muitas pessoas fazendo fila para poder entrar e não poderia perder tempo.

Desceu do prédio de modo discreto e caminhou até os fundos da boate. A porta de ferro estava encostada facilitando seu trabalho.

Tirou o crachá que estava no bolso do segurança – o mesmo estava de costas para si – e pendurou no pescoço. Caminhou entre as moças que se vestiam e faziam maquiagem, algumas delas olhavam para o anjo de modo suspeito mas nada disseram.

Abriu a porta, e enfim, adentrou a festa. Olhou ao redor sentindo a aura de cada um ali, estava cheio e a iluminação não colaborava com o anjo. Caminhou até o bar e se encostou ali continuando sua procura. 

Suspirou tirando o crachá, não fazia ideia de como era aquela garota e não fazia ideia de como falaria com ela.

— Vai querer alguma coisa amigo? — O barman sorriu para Mark que o olhou de um modo intenso.

— Estou procurando uma pessoa. — O rapaz concordou. — Ela é conhecida como a senhora do jogo. — Mark observou a reação do menino, ele não parecia surpreso, apenas continuava a sorrir.

— Ela fica na ala oeste, ela é muito boa e você provavelmente vai falir. — Riu limpando as mãos no avental.

— Não estou aqui para jogar. — Ditou batendo os dedos no balcão.

— Oh, bom sendo assim já vou logo avisando que ela é uma mulher bem difícil. — Mark encarou o rapaz que riu baixinho. Do que ele estava falando afinal?

— Tem alguma dica? — Focou no rapaz interessado sobre o assunto. Precisava de dicas para se aproximar da garota, não poderia simplesmente chegar e dizer que procurava uma espada flamejante que seu pai havia roubado.

— Além dos jogos ela gosta muito de beber. — O menino se virou por um minuto para pegar uma garrafa de soju. — Você é bonito, talvez funcione. — Mark pegou a garrafa e observou bem.

— Obrigado. — O menino sorriu e acenou para o anjo.

Mark caminhou até a ala oeste observando ao redor, havia várias mesas com muitas pessoas reunidas mas apenas uma estava cheia e animada o bastante.

Caminhou discretamente até a mesa, no máximo havia vinte pessoas ali. Primeiro viu um rapaz, sua pele morena continha várias tatuagens. Os cabelos castanhos estavam grudados na testa por conta do suor e ele era muito alto e forte.

— Acabou 'pra você Johnny. — Mark desviou a atenção para a garota que estava sentada a sua frente. Ela tinha os olhos pequenos focados no tal Johnny. O anjo suspirou e se aproximou mais observando os traços da garota.

De fato Lucas estava certo, não tinha como errar, ela era a cara de Cam. Seu cabelo preto era comprido, volumoso e encaracolado. Cílios longos, orbes castanhas e lábios rosados. Ela parecia bem animada ali, intercalava o olhar entre as cartas e o castanho.

Mark havia enfim achado a pessoa que procurava, mas e agora? O que faria? Com a garrafa de soju em mãos se aproximou e se juntou ao grupo atento a Lúcia.

Apaixonados...| Mark Lee Onde histórias criam vida. Descubra agora